Geada de Água é Descoberta nos Vulcões Mais Altos do Planeta Marte

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Imagem: Space Daily
Ilustrativo.
 
Ontem, dia 10 de junho, a página 'Mars Daily' do portal 'Space Daily' divulgou uma descoberta notável: Geada de água foi identificada nos imensos vulcões de Marte, marcando um marco histórico ao ser a primeira vez que esse fenômeno é observado nas maiores montanhas do Sistema Solar. Uma equipe internacional, liderada pela Universidade de Berna, utilizou imagens coloridas de alta resolução da câmera de Marte da Bernese, CaSSIS, a bordo do Orbitador de Gases Traço ExoMars da Agência Espacial Europeia (ESA). A compreensão da distribuição e do transporte da água é essencial para as futuras missões a Marte e a exploração humana potencial.
 
O "ExoMars" é um programa da ESA que conduz pesquisas ativas sobre a vida em Marte, pela primeira vez desde os anos 1970. No Orbitador de Gases Traço ExoMars (TGO), está o Sistema de Imagens de Superfície Colorida e Estéreo (CaSSIS), desenvolvido por uma equipe internacional liderada pelo Professor Nicolas Thomas do Instituto de Física da Universidade de Berna. Desde abril de 2018, CaSSIS tem capturado imagens coloridas de alta resolução da superfície de Marte.
 
Segundo o portal, utilizando essas imagens, uma equipe internacional liderada pelo Dr. Adomas Valantinas detectou geada de água em Marte. O estudo, publicado na Nature Geoscience, destaca que Valantinas era estudante de doutorado no Departamento de Pesquisa Espacial e Ciências Planetárias da Universidade de Berna até outubro de 2023, e agora é pesquisador convidado na Brown University, apoiado por uma bolsa de mobilidade pós-doutoral da Fundação Nacional Suíça de Ciência (SNSF).
 
A geada de água foi encontrada nos vulcões de Tharsis, as montanhas mais altas do Sistema Solar, incluindo o Olympus Mons, que se eleva a 26 km acima das planícies. "Nestas baixas latitudes, a grande quantidade de luz solar tende a manter as temperaturas superficiais altas. Portanto, não esperávamos encontrar geada lá", disse Valantinas. Apesar da atmosfera fina de Marte, as superfícies de alta altitude podem ficar tão quentes quanto as superfícies de baixa altitude ao meio-dia.
 
Valantinas explicou que os ventos ascendentes trazem ar com vapor d'água das terras baixas, resfriando à medida que sobe e causando condensação. Este fenômeno, visto tanto na Terra quanto em Marte, leva à deposição de geada matinal nos vulcões de Tharsis, que evaporam rapidamente após o nascer do sol. "Como pudemos ver pelas imagens da CaSSIS, as finas geadas estão presentes apenas brevemente, por algumas horas ao redor do nascer do sol", observou Valantinas.
 
Para identificar a geada, a equipe analisou mais de 5.000 imagens da câmera CaSSIS. Desde abril de 2018, CaSSIS observou atividade de poeira local, mudanças sazonais nos depósitos de gelo de CO2 e avalanches secas em Marte. "O fato de agora podermos detectar a deposição noturna de geada de água em Marte em comprimentos de onda visuais e com alta resolução é mais uma prova das impressionantes capacidades científicas do sistema de câmera de Berna", disse Thomas.
 
A descoberta foi validada usando observações da Câmera Estéreo de Alta Resolução (HRSC) no orbitador Mars Express da ESA e do espectrômetro Nadir e Ocultação para Descoberta de Marte (NOMAD) a bordo do TGO. Ernst Hauber, geólogo do Instituto de Pesquisa Planetária do DLR em Berlim, disse: "Este estudo demonstra bem o valor de diferentes recursos orbitais. Combinar medidas de vários instrumentos e modelagem melhora nossa compreensão das interações atmosfera-superfície."
 
Apesar da finura da geada - provavelmente com um centésimo de milímetro de espessura - as manchas cobrem uma vasta área. "A quantidade dessa geleira representa cerca de 150.000 toneladas de água trocando entre a superfície e a atmosfera a cada dia durante as estações frias, o equivalente a cerca de 60 piscinas olímpicas", explicou Valantinas.
 
Entender a distribuição e movimento da água em Marte é crucial para muitos aspectos da exploração de Marte, incluindo futuras missões humanas. "Claro, queremos entender os processos físicos envolvidos no clima de Marte. Mas, além disso, entender o ciclo da água em Marte também é de grande importância para estabelecer recursos-chave para futuras explorações humanas e para limitar a habitabilidade passada ou presente", concluiu Valantinas.
 
 
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