Telescópio Espacial James Webb Detecta no Espaço 'Molécula de Carbono' Importante Para a Vida
Olá leitores e leitoras do BS!
Pois então, segue abaixo uma interessante notícia postada
ontem (14/06), no site ‘Inovação
Tecnológica’, destacando que o Telescópio
Espacial James Webb detectou no espaço ‘Molécula de Carbono’ importante
para a vida. Entendam melhor essa história pela nota a baixo.
Brazilian Space
ESPAÇO
Webb Detecta no Espaço Molécula de Carbono Importante
Para a Vida
Redação do Site Inovação Tecnológica
26/06/2023
[Imagem: ESA/Webb-NASA-CSA-M. Zamani
(ESA/Webb)/PDRs4All ERS Team]
Molécula de Carbono
Uma equipe
internacional de astrônomos usou o telescópio espacial James Webb para detectar
uma molécula de carbono observada pela primeira vez no espaço.
Conhecida como
cátion metil (CH3+), a molécula é importante porque auxilia na formação de
moléculas mais complexas à base de carbono.
O cátion metil
foi detectado em um sistema estelar jovem, com um disco protoplanetário,
conhecido como d203-506, localizado a cerca de 1.350 anos-luz de distância, na
Nebulosa de Órion.
Os compostos de
carbono formam as bases de toda a vida como a conhecemos, o que os torna
particularmente interessantes para os cientistas que trabalham para entender
como a vida se desenvolveu na Terra e como ela poderia se desenvolver em outras
partes do nosso Universo.
As novas
capacidades do Webb estão abrindo novas possibilidades para o estudo dessa
química interestelar orgânica (contendo carbono), que não era possível com os
telescópios anteriores. Entre essas capacidades destacam-se a resolução
espacial e espectral e a sensibilidade do telescópio - em particular, a
detecção de uma série de linhas de emissão do CH3+ definiu a descoberta desta
molécula.
Luz UV Formando Moléculas
Embora a estrela
em d203-506 seja uma pequena anã vermelha, o sistema é bombardeado por forte
luz ultravioleta (UV) de estrelas quentes, jovens e massivas próximas. Os
cientistas acreditam que a maioria dos discos de formação de planetas passa por
um período de intensa radiação UV, uma vez que as estrelas tendem a se formar
em grupos que geralmente incluem estrelas massivas produtoras de UV.
Normalmente
espera-se que a radiação UV destrua moléculas orgânicas complexas, o que faz
com a descoberta de CH3+ nesse ambiente possa parecer uma surpresa. No entanto,
os astrônomos acreditam que a radiação UV possa na verdade representar a fonte
de energia necessária para a formação do CH3+. Uma vez formado, ele promove
reações químicas adicionais para construir moléculas de carbono mais complexas.
"Isso mostra
claramente que a radiação ultravioleta pode mudar completamente a química de um
disco protoplanetário. Ela pode realmente desempenhar um papel crítico nos
primeiros estágios químicos das origens da vida," disse Olivier Berné, do
Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica.
Moléculas, Compostos e Química Orgânica
O cátion metil (CH3+) detectado pelo Webb é uma molécula,
uma partícula composta de dois ou mais átomos que são mantidos juntos por
ligações químicas.
Ele pode entrar como ingrediente de um composto de
carbono. Um composto é uma molécula que inclui mais de um elemento. Assim,
todos os compostos são moléculas, mas nem todas as moléculas são compostos. Por
exemplo, a molécula de hidrogênio (H2) é uma molécula, mas não um composto,
enquanto a molécula de água (H2O) também é um composto.
O CH3+ também é classificado como um cátion. Um íon é um
átomo ou molécula que possui uma carga elétrica total, devido a um excesso ou
déficit no número de elétrons (negativos) em comparação com o número de prótons
(positivos). Um cátion é um íon com uma carga líquida positiva (portanto, com um
déficit de elétrons).
A química orgânica refere-se à química de moléculas e
compostos à base de carbono. Também chamada de química do carbono, ela
interessa aos cientistas por ser o carbono o elemento central da vida na Terra.
Bibliografia:
Artigo: Formation
of the Methyl Cation by Photochemistry in a Protoplanetary Disk
Autores:
Olivier Berné, Marie-Aline Martin-Drumel, Ilane Schroetter, Javier R.
Goicoechea, Ugo Jacovella, Brenger Gans, Emmanuel Dartois, Laurent Coudert,
Edwin Bergin, Felipe Alarcon, Jan Cami, Evelyne Roueff, John H. Black, Oskar
Asvany, Emilie Habart, Els Peeters, Amelie Canin, Boris Trahin, Christine
Joblin, Stephan Schlemmer, Sven Thorwirth, Jose Cernicharo, Maryvonne Gerin,
Alexander Tielens, Marion Zannese, Alain Abergel, Jeronimo Bernard-Salas,
Christiaan Boersma, Emeric Bron, Ryan Chown, Sara Cuadrado, Daniel Dicken,
Meriem Elyajouri, Asunción Fuente, Karl D. Gordon, Lina Issa, Olga Kannavou,
Baria Khan, Ozan Lacinbala, David Languignon, Romane Le Gal, Alexandros
Maragkoudakis, Raphael Meshaka, Yoko Okada, Takashi Onaka, Sofia Pasquini, Marc
W. Pound, Massimo Robberto, Markus Röllig, Bethany Schefter, Thiébaut Schirmer,
Ameek Sidhu, Benoit Tabone, Dries Van De Putte, Sílvia Vicente, Mark G. Wolfire
Revista:
Nature
DOI:
10.1038/s41586-023-06307-x
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