Astrônomos Brasileiros Podem Ter Descoberto Como Ocorrem as 'Superexplosões em Estrelas'

Olá leitores e leitoras do BS!
 
Trago agora para vocês uma notícia postada dia (23/06) no site ‘Canaltech’, destacando que astrônomos brasileiros podem ter descoberto como as ‘Superexplosões em Estrelas’ ocorrem. Saibam mais dessa história pela matéria abaixo.
 
Brazilian Space
 
Como Ocorrem as Superexplosões em Estrelas? Brasileiros Podem Ter a Resposta
 
Por Danielle Cassita
Editado por Patricia Gnipper
23 de Junho de 2023 às 10h33
Via: Website Olhar Digital - https://canaltech.com.br
 
Fonte: Casey Reed/NASA

As estrelas Kepler-411 e 210 têm massa, quantidade de manchas estelares e outras características semelhantes, mas o comportamento delas guarda algumas surpresas. Enquanto pesquisadores brasileiros estudavam estas estrelas, eles notaram que a primeira produziu 65 superexplosões, e a segunda, nenhuma, sendo que o esperado era que as explosões ocorressem nela.
 
Como o nome indica, as superexplosões são eventos intensos, que liberam de mil a 10 mil vezes a energia liberada nas mais fortes explosões no Sol. A relação entre as manchas solares e explosões são assunto de grande interesse para os cientistas, já que a energia liberada por elas pode causar blecautes em sistemas de comunicações por rádio, afetam a altitude de satélites artificiais e mais.
 
Já é consenso entre os cientistas que as superexplosões têm relação com as manchas estelares, mas o que falta descobrir é como isso acontece. Para analisar o processo, os autores usaram dados do telescópio Kepler para encontrar estrelas que tivessem o perfil desejado: elas tinham que apresentar manchas e precisavam ter um ou mais exoplanetas em suas órbitas.
 
(Imagem: Reprodução/NASA's Goddard Space Flight Center/S. Wiessinger)
As superexplosões podem liberar 10 mil vezes a energia das mais intensas explosões solares.
 
Alexandre Araújo, primeiro autor do artigo que descreve as descobertas, explica que o esperado era que as estrelas com manchas maiores tivessem mais chances de produzir superexplosões; quanto maior é a área da mancha, mais energia magnética é armazenada, necessária para a explosão.
 
Contudo, não foi isso que eles observaram. “As manchas estelares da Kepler-411 são muito menores do que as da Kepler-210. Teoricamente, seria esta que deveria ter superexplosões, mas isso não acontece”, destacou ele. Para os autores, a explicação para a falta das superexplosões em Kepler-210, mesmo com as grandes manchas em sua superfície, está na relação entre a complexidade magnética delas, evolução e tempo de vida. Apesar de as manchas da estrela Kepler-210 serem maiores, elas têm configuração magnética mais simples.
 
Já a coautora Adriana Valio explica que as manchas solares são classificadas em alfa, beta, gama e delta, variando conforme o comportamento magnético na área delas. “As manchas deltas são as que apresentam intensa atividade de flares solares. Acreditamos que as manchas da Kepler-210 apresentam uma configuração magnética mais simples, do tipo alfa ou beta”, sugeriu ela.
 
Para confirmar esta hipótese, seriam necessárias imagens que revelam a localização e intensidade dos campos magnéticos. Só que, por enquanto, não há tecnologia para obtê-las em estrelas distantes. “De qualquer forma, nosso estudo já nos permite dizer que, em vez de fechar o foco na área das manchas estelares, talvez seja mais produtivo considerar a complexidade magnética das regiões ativas”, concluiu ela.
 
O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

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