Estamos Perto de Construir Bases Permanentes na Lua?
Olá leitor!
Segue abaixo um interessante artigo postado ontem (25/03)
no site da “BBC News Brasil” tendo como destaque as atividade humanas em
andamento para a futura colonização da Lua?
Duda Falcão
NEWS - BRASIL
Estamos Perto de Construir
Bases Permanentes na Lua?
Por Sue Nelson
BBC Future
25 de março de 2019
GETTY IMAGES
A NASA pretende levar astronautas à superfície lunar até
2030.
|
Em 1975, três anos após o último pouso
de uma missão Apollo na Lua, a série Space: 1999 foi ao ar
pela primeira vez na televisão britânica. A história começa com uma explosão
nuclear que tira o satélite de sua órbita e leva uma colônia lunar de mais de
300 pessoas em uma viagem pelo espaço.
O programa obviamente deixou um jovem Elon Musk
impressionado, porque, quando o fundador da empresa SpaceX revelou em agosto de
2017 seus planos de criar uma colônia na Lua, ele a batizou de Moonbase Alpha,
o nome da base de Space: 1999. "Era um programa ruim",
Musk tuitou. "Mas eu adorava."
A SpaceX não está sozinha em sua intenção de levar
humanos de volta à Lua. A Administração Espacial Nacional da China, a agência
estatal do país, anunciou os próximos estágios de suas bem-sucedidas missões de
exploração lunar Chang'e - pouco depois de a Chang'e 4 se tornar a primeira
espaçonave a fazer um pouso suave no lado oculto da Lua.
As Chang'e 5 e 6 serão missões de teste de viagens de
retorno enquanto a Chang'e 7 fará um levantamento do polo sul da Lua, uma região
de especial interesse para a colonização humana, porque ali existe água
congelada.
"Esperamos que a Chang'e 8 ajude a testar algumas
tecnologias e faça algumas explorações para a construção de uma base lunar a
ser compartilhada por vários países", disse em janeiro o vice-diretor da
agência chinesa, Wu Yanhua.
A China não está sozinha nessa ambição. Em todo o mundo,
50 anos após os primeiros desembarques da Lua, os aspectos práticos da
construção de uma base lunar estão ganhando corpo. A ironia é que, enquanto
apenas os Estados Unidos deixaram pegadas na Lua, os americanos agora estão
atrasados.
O país não revelou planos para uma base lunar até agosto
de 2018. O foco principal da Nasa até então era Marte. Enquanto isso, a Agência
Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) estava um passo à frente.
Os Planos da ESA Para Uma 'Vila na Lua'
A ESA anunciou em 2016 seus planos para uma base lunar.
Os planos capitaneados por seu novo diretor-geral, Jan Woerner, preveem criar
uma "vila lunar" a ser habitada por uma população diversificada - de
cientistas a artistas - e usada por diferentes organizações públicas e
privadas, seja para pesquisa, turismo ou prospecção geológica de minerais
escassos na Terra.
O assessor científico da ESA, Aidan Cowley, conta ter
embarcado na ideia de Woerner porque havia sido um dos primeiros a trabalhar
com tecnologias lunares no Centro Europeu de Astronautas da agência, em
Colônia, na Alemanha.
Ele diz que, no começo, quando falava de uma base na Lua,
"todos me olhavam como se tivesse uma segunda cabeça". "Então,
para mim, foi muito gratificante ver o aumento de interesse e esse foco na Lua.
Jan Woerner vislumbrou o futuro."
GETTY IMAGES
Um assentamento permanente da Lua pode ter de ser
construído no subsolo para proteger seus habitantes
da radiação cósmica.
|
Ao contrário da NASA, que tem uma política de não
trabalhar com a China em missões espaciais, a ESA colabora com a agência
espacial chinesa. "No ano passado, os astronautas da ESA Matthais Maurer e
Samantha Cristoforretti participaram com colegas chineses de treinos de resgate
e sobrevivência no mar", diz Cowley.
A NASA pretende levar astronautas à superfície lunar até
2030 e planeja uma plataforma orbital lunar chamada Gateway. Empresas privadas
também estão indo para lá. A Blue Origin desenvolve em parceria com as
companhias OHB e MT Aerospace, por exemplo, uma espaçonave de carga tendo em
vista um pouso na Lua.
Mas, qualquer que seja a organização que chegue primeiro,
a principal prioridade será a sobrevivência. O maior tempo que os humanos
passaram na Lua até agora foi de apenas três dias. Para estadias mais longas,
não é o mais acolhedor dos destinos.
Os Desafios Para a Sobrevivência Humana na Lua
A Lua tem temperaturas que variam entre 127ºC e -173ºC.
Há ainda a radiação cósmica e a baixa gravidade, que é de um sexto da existente
da Terra.
Um dia lunar equivale a cerca de 29 dias terrestres, o
que significa duas semanas de luz do dia seguidas por duas semanas de escuridão
- um problema para equipamentos movidos à energia solar. Qualquer nova
tecnologia para um posto avançado lunar deve, portanto, funcionar sob essas
condições.
Com esse objetivo em mente, várias organizações -
incluindo Blue Origin, Airbus Defence, SpaceX e ESA - ajudaram recentemente a
criar uma organização sem fins lucrativos chamada Corrida à Lua.
Trata-se de uma competição global para incentivar
empresas a desenvolver tecnologias em áreas como manufatura, produção de
energia, recursos (como encher uma garrafa com água lunar) e biologia (para uma
estufa na Lua). Será lançada oficialmente em outubro de 2019 no Congresso
Internacional de Astronáutica.
"Vamos divulgar as diretrizes e regras no próximo
mês", diz Pierre-Alexis Joumel, engenheiro espacial da Airbus e o
cofundador da iniciativa. "A competição durará cinco anos. Queremos levar
as melhores ideias para a superfície da Lua."
Os protótipos selecionados para testes viajarão a bordo
de uma missão lunar realizada por alguma agência espacial ainda a ser definida.
Como Construir Uma Base no Espaço
Apesar das imagens conceituais das primeiras bases
lunares serem bastante chamativas, a realidade será mais básica - e cinza.
Viajar para a Lua é caro. Quanto mais pesada for a carga
útil, mais combustível será necessário e maior será o custo. Por isso, faz
sentido usar os recursos da própria Lua para construir um local habitável.
É possível, por exemplo, usar canais e túneis de lava,
formados no passado vulcânico da Lua, como abrigos com acesso ao gelo sob a
superfície. Um plano mais imediato é construir usando o regolito lunar, uma
areia basáltica escura semelhante à areia vulcânica da Terra.
GETTY IMAGES
Cientistas estão buscando novas tecnologias que
permitam
ao homem sobreviver na Lua.
|
Matthias Sperl, professor da Universidade de Colônia,
trabalha com a Agência Espacial Alemã (DLR, na sigla em alemão), usando pó
vulcânico para fazer tijolos.
O material é solidificado pela exposição à luz solar
concentrada ou por meio de lasers. Ele usou impressoras 3D para construir
tijolos de formas diferentes para ver qual funciona melhor. "O que podemos
criar com as técnicas e métodos atuais são elementos de construção
interligados", disse Sperl.
Esses tijolos permitem "fazer algo como um iglu,
então, é algo que resiste à pressão adicional que vem de cima". Esta
pressão seria de uma camada de mais ou menos um metro de regolito solto, para
oferecer uma proteção natural contra a radiação.
"Seria necessário levar uma lente de um metro
quadrado ou mais para captar a luz solar e fazer os tijolos", diz Sperl.
"Depois, um astronauta ou um robô juntariam as peças para construir um
assentamento."
Mas fazer essa estrutura seria um processo lento.
"Criar um tijolo leva cerca de cinco horas, e você precisa de 10 mil
tijolos para fazer um iglu. Vai demorar meses", afirma Sperl.
Esse tempo pode ser reduzido se mais lentes estiverem em
operação e a construção for feita por robôs, tornando o plano viável. "O
regolito lunar pode ser usado para fazer algo tão forte quanto concreto",
diz Sperl. "As tecnologias atuais conferem apenas um quinto desta força,
por isso é necessário mais investimento."
O próximo estágio já está em desenvolvimento. Começará no
final deste ano a construção de uma grande instalação da ESA para ajudar a
desenvolver tecnologias e no preparo para habitar a Lua.
A Lua Tem Mais Recursos Que Podem Ser Aproveitados
Como evidências da existência de gelo foram detectadas
nos polos lunares e finalmente confirmadas pela Nasa em agosto do ano passado,
é provável que qualquer base lunar seja construída nestes locais.
Não é coincidência que a missão Chang'e 4 esteja
coletando informações na bacia Aitken, no polo sul. O gelo pode ser encontrado
na sua superfície, em áreas que ficam permanentemente sob a sombra em crateras,
e abaixo da terra.
O oxigênio existente no próprio regolito lunar também
poderia ser extraído e usado para se respirar. A fonte mais provável é a
ilmenita (FeTiO3) que, quando combinada com o hidrogênio a temperaturas de
cerca de 1.000ºC, produz vapor de água, que pode então ser separado em
hidrogênio e oxigênio.
Os astronautas também precisarão levar suprimentos de
comida e bebida. A Chang'e 4 causou empolgação ao germinar uma semente na Lua,
mas produzir alimentos de forma sustentável no espaço não é uma ideia nova.
GETTY IMAGES
O pouso da missão chinesa Chang'e 4 foi considerado
o
início de uma nova era na exploração da Lua.
|
Tudo começou em 1982, quando astronautas soviéticos
cultivaram Arabidopsis thaliana, um membro da família das
mostardas, na estação espacial Salyut 7.
Em 2010, a Universidade do Arizona, nos Estados Unidos,
desenvolveu um protótipo de estufa lunar - um sistema hidropônico que usa um
tubo coberto por uma membrana, lâmpadas de vapor de sódio e o dióxido de
carbono da respiração e a urina dos astronautas. Cabos de fibra ótica fornecem
luz solar.
Novas tecnologias energéticas serão fundamentais para se
viver na Lua. As células de combustível na Terra exigem uma reação química
entre hidrogênio e oxigênio (geralmente do ar) para produzir eletricidade, com
a água como subproduto. Ainda que não haja atmosfera na Lua, estes ingredientes
estão lá.
"Você poderia separar os elementos da água que há na
Lua e, durante a noite, recombiná-los para produzir eletricidade", diz
Cowley, que está desenvolvendo estas novas tecnologias.
"Durante o dia, temos muita energia solar,
provavelmente mais do que o necessário para dividir a água em hidrogênio e
oxigênio. É uma ferramenta única que podemos usar na Lua para sustentar uma
missão de longa duração."
Há também o potencial de armazenamento de energia térmica
usando um processo semelhante ao de bombas de calor. "Na Lua, como não há
vento, o calor do Sol permanece no regolito", diz Cowley. "Poderíamos
usar uma lente ou espelho para focar a luz solar no solo e usar este recurso
para manter uma base aquecida ou gerar eletricidade."
Uma vez que estas tecnologias estejam aperfeiçoadas e
testadas para garantir que funcionam sob condições lunares, os astronautas
poderão construir uma base. E isso acontecerá mais cedo do que você pensa.
Leia a versão
original desta reportagem (em inglês) no site BBC Future.
Fonte: Site da BBC Brasil - http://www.bbc.co.uk/portuguese/
Comentário: Pois é leitor, como você pode notar, uma nova
corrida para Lua (como uma espécie de ‘pitstop’ para se testar tecnologias que serão
empregadas na colonização de Marte) já começou com a participação de diversos países
do mundo, e o Brasil não pode deixar de participar com destaque. Para tanto o
governo Bolsonaro terá deve ser eficiente na condução do PEB, não para atender
interesses outros, e sim os verdadeiros interesses da nação brasileira. Ficar
restrito a investimentos em satélites de comunicação, de sensoriamento remoto, meteorológico,
de defesa e lançadores, é limitar a nossa ação futura no espaço, e um tremendo
erro estratégico. Se faz necessária desde já entre outras ações (e creio que o
ministro Marcos Pontes tenha a mesma visão) a criação de um corpo de astronautas
(Brasonautas como diria um dos pioneiro do Espaçomodelismo Brasileiro, Carlos
Cassio Oliveira) para assim estarmos aptos de participar de projetos conjuntos
com outros países (EUA, Rússia, China), sejam na orbita da Terra, a bordo de estações
espaciais, ou mesmo na superfície da Lua e Marte. Atualmente, graças a
iniciativa do CEO da startup brasileira ‘Airvantis’ (Eng. Lucas Fonseca) ,
estamos desenvolvendo a nossa primeira iniciativa para a Lua, ou seja, a ‘Sonda
Lunar Garatéa-L’. Porém leitor, em nossa modesta opinião, é ainda muito pouco
para uma nação com o potencial do Brasil, e outros projetos deveriam ser
apoiados incondicionalmente, não só visando o avanço das ciências espaciais no
país, bem como para o desenvolvimento de tecnologias espaciais que precisam ser
testados no espaço, como é o caso da tão conhecida ‘Missão ASTER’. A participação das startups brasileiras
nesta nova maneira de fazer Programa Espacial será de crucial importância e
caberá o Governo Bolsonaro atuar com grande eficiência, visão e compromisso,
utilizando-se do conhecimento e da capacidade dos profissionais brasileiros
atuantes nessas startups. Nos próximos dias o Blog divulgará uma grande notícia
tecnológica que dará a oportunidade do Governo Bolsonaro demonstrar a todos as
suas reais intenções para com O PEB. Temos conhecimento e tecnologia, só nos
falta vontade e responsabilidade politica de coloca-la em prática. Torço e rogo para que desta
vez não seja assim. Saravá meu pai.
Comentários
Postar um comentário