A Enigmática Geologia do Ultima Thule Está Fascinando os Cientistas

Olá leitor!

Segue abaixo uma notícia postada dia (24/03) no site português “ZAP.aeiou” destacando que a enigmática geologia do objeto Ultima Thule está fascinando os cientistas.

Duda Falcão

Notícias - Ciência & Saúde - Destaque - Astronomia - Espaço - NASA

A Enigmática Geologia do Ultima
Thule Está a Fascinar os Cientistas

Por SA
ZAP.aeiou
24 Março, 2019

Foto: News Horizonts / NASA

O asteróide Ultima Thule não tem paralelo. Uma análise a novos dados enviados pela New Horizons da NASA, que batizou o objeto que se localiza para lá de Neptuno no Cinturão de Kuiper, está a fascinar a comunidade científica.

Este estranho e misterioso corpo celeste é o primeiro sistema binário de contacto primordial já explorado. As imagens de aproximação ao Ultima Thule sugeriram uma forma estranha, semelhante a um boneco de neve, para este sistema composto por dois corpos celestes. Contudo, uma análise mais aprofundada destas imagens, captadas a 3.500 quilómetros, revelaram novos dados sobre a forma incomum deste objeto.

Com 35 quilómetros de extensão, o Ultima Thule consiste num grande e plano lóbulo (apelidado de “Ultima”) conectado com um menor e mais redondo (apelidado de “Thule”).

A equipa de cientistas apresentou as novas conclusões na 50th Lunar and Planetary Science Conference, que decorreu em The Woodlands, no estado norte-americano do Texas.

Até então, esta estranha forma é a maior surpresa das imagens recolhidas durante o sobrevoo. “Nunca vimos nada assim em lado nenhum do Sistema Solar”, disse o líder da New Horizons, Alan Stern, do Southwest Research Institute, citado em comunicado.

“[Isto] envia a comunidade científica planetária à mesa [das descobertas] para perceber como são formados os planetesimais, os componentes básicos dos planetas.”

Tendo em conta que se encontra em ótimas condições de preservação, o Ultima Thule oferece uma visão mais clara sobre a era de acreção planetesimal e sobre os primeiros estágios da formação planetária. Ao que parece, os dois lóbulos do corpo rochoso orbitavam-se mutuamente – tal como muitos dos chamados “mundos binários” que orbitam o Cinturão de Kuiper – até que algum fenómeno os uniu numa fusão “suave”.

“[Esta explicação] está em linha com as ideias gerais sobre o início do nosso Sistema Solar”, explicou William McKinnon, cientista da New Horizons na Universidade de Washington em St. Louis. “Grande parte do impulso orbital do binário Ultima Thule deve ter-se esgotado para unir-se desta forma. Contudo, ainda não sabemos quais fora os processos mais importantes para fazer com que a fusão acontecesse”, sustentou.

Esta fusão pode ter deixado marcas na superfície do corpo celeste. O “pescoço” do Ultima Thule, que conecta o sistema, está remodelado, segundo explicaram os cientistas, podendo indicar um cisalhamento entre os lóbulos. Vários geólogos estão agora a braços com o objeto, tentando descrever e entender as muitas características do Ultima Thule, que vão desde pontos brilhantes e manchas, até colinas e vales, passando ainda por cratera e poços – é todo um mundo novo e fascinante a nível geológico .

A complexa geologia de Ultima Thule.

Mais Vermelho do Que Plutão

Relativamente às suas cores e composição, a nova análise revelou que o corpo se assemelha aos demais vizinhos do Cinturão de Kuiper. Em linha com as observações do pré-voo do telescópio Hubble, o Ultima Thule é muito avermelhado, sendo até mais vermelho do que Plutão.

“É a primeira vez que se explora um deste objetos ‘ultra-vermelhos’, e as nossas observações abrem [caminho para] todo o tipo de novas perguntas”, disse Carly Howett, membro da New Horizons. “A imagem colorida revela inclusivamente diferenças subtis na coloração de toda a superfície e nós queremos realmente saber o porquê”, rematou.

A equipa de cientistas encontrou ainda evidências de metanolágua gelada e moléculas orgânicas na superfície do corpo. A transmissão de dados de Ultima Thule continua e, por isso, podemos esperar novidade sobre o asteróide que está a fascinar cientistas de todos os quadrantes. Contudo, os dados do sobrevoo só chegarão à Terra no verão de 2020. Até lá, a New Horizons vai continuar a acompanhar remotamente outros objetos do cinturão e a mapear o ambiente de radiação de partículas carregadas e poeira no Cinturão de Kuiper.

A nave da NASA, projetada para estudar o anão Plutão e o Cinturão de Kuiper, encontra-se a a 6,6 mil milhões de quilómetros da Terra, operando normalmente e acelerando mais no região do Cinturão de Kuiper, onde atinge quase os 53.000 quilómetros por hora.


Fonte: Site ZAP.aeiou -  https://zap.aeiou.pt

Comentários