Brasil Pode Ganhar R$ 1,1 Bilhão Por Ano Com Base em Alcântara
Olá leitor!
Segue abaixo mais uma avaliação sobre a assinatura pelo
Brasil do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) com os EUA, esta postada dia
(20/03) no site Money Report.
Duda Falcão
Economia - Notícias
Brasil Pode Ganhar R$ 1,1 Bilhão
Por Ano Com Base em
Alcântara
Por Pedro Hallack
Money Report
20 de março de 2019
Acompanhados pelo presidente Jair Bolsonaro, os ministros
das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e da Ciência e Tecnologia, Marcos
Pontes, assinaram na última segunda-feira (18) um acordo com representantes do
governo americano que autoriza os EUA a lançarem satélites e foguetes a partir da
base de Alcântara, no Maranhão. Em contrapartida, o Brasil assinou um
tratado de salvaguardas tecnológicas, que protege a tecnologia usada pelos
Estados Unidos em território nacional, mas terá poder para monitorar os
lançamentos, a fim de garantir que os americanos não cometam irregularidades em
relação à carga que será enviada ao espaço.
Para o engenheiro e empreendedor espacial Lucas Fonseca,
que acompanhou a assinatura do acordo na Câmara Americana de Comércio como
representante da indústria na delegação brasileira, a exploração comercial da
base pode render US$ 300 milhões (R$ 1,1 bilhão) anuais ao Brasil em um
primeiro momento.
“O mercado de lançamentos deve fechar 2018 com um
faturamento de US$ 5,5 bilhões. Dentro desse montante, creio que cerca de US$
3,5 bilhões vêm dos satélites de telecomunicações, mais pesados e caros para
colocar na órbita terrestre. O lançamento a partir de Alcântara valeria a pena
para este tipo de satélite, pois o fato de a base estar localizada perto da
linha do Equador dá um impulso inicial forte e aumenta a velocidade inicial do
módulo, gerando uma economia de 20% a 23% em relação à Flórida, por exemplo”,
explica. “Apesar disso, Alcântara não vai suprir todo mundo. Ela vai pegar um
pequeno percentual de lançadores que já existem e investiram em infraestrutura
em outras bases. Acredito que vai sobrar em torno de US$ 300 milhões para o
Brasil em faturamento bruto.”
Segundo Fonseca, Boeing e Lockheed são as empresas
americanas com maior potencial de demonstrar interesse pela base, mas a
assinatura do acordo por si só não garante que os investimentos virão
imediatamente. “Para isso acontecer, é necessário que haja um interesse
político genuíno. Este mercado depende muito das vontades governamentais”,
afirma. “Isso também precisa ser aprovado pelo Congresso Nacional, e não temos
nenhuma certeza de que vai acontecer (o parlamento brasileiro já rejeitou
acordo semelhante em 2000)”.
Na opinião do empresário, os ganhos que o Brasil obtém através
do acordo são sobretudo geopolíticos, não comerciais. “Esses recursos não vão
fazer muita diferença para a balança comercial, mas ter uma base de lançamento
coloca o país em um grupo de discussões do qual ainda não fazemos parte”, diz.
“É um mercado que está em crescimento.”
Fonte: Site Money Report – 20/03/2019 - https://www.moneyreport.com.br
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