Comissão Aprova Relatório Sobre Extinção de Acordo Com Ucrânia Para Lançamento de Satélites
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada hoje (27/03) no site da
“Agência Senado” destacando que a Comissão Mista que analisa a Medida
Provisória (MP) 858/2018
aprovou o relatório sobre extinção de acordo com Ucrânia para lançamento de
satélites.
Duda Falcão
COMISSÕES
Comissão Aprova Relatório Sobre Extinção
de Acordo Com
Ucrânia Para
Lançamento de Satélites
Da Redação
Agencia Senado
27/03/2019, 17h47
Foto: Roque de Sá/Agência Senado
A comissão mista que analisa a Medida Provisória
(MP) 858/2018 que
extingue a empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS) aprovou nesta
quarta-feira (27) o relatório preliminar. A empresa, de capital brasileiro e
ucraniano, foi formada por acordo assinado entre os dois países em 2003. O
relatório, apresentado pelo deputado Hugo Leal (PSD-RJ), ainda será votado nos
Plenários da Câmara e do Senado. O relator rejeitou as cinco emendas
apresentadas à MP, e manteve o texto original da MP encaminhada pelo governo ao
Congresso em novembro do ano passado.
A MP 858/2018 determina que a União suceda a empresa
extinta em seus bens, direitos e obrigações contraídos situados em território
brasileiro, bem como nas ações em tramitação no Poder Judiciário. Também põe
fim ao mandato dos conselheiros, devolve a área ocupada pelo empreendimento,
localizado no centro de lançamentos de foguetes de Alcântara, ao Comando da
Aeronáutica e define o inventário para apurar gestão de passivos e ativos da
empresa, como forma de favorecer um acerto de contas transparente com a
Ucrânia.
Ao justificar a extinção da ACS, o governo brasileiro
alega a ocorrência de “desequilíbrio na equação tecnológico-comercial” que
justificou a constituição da parceria com a Ucrânia, a partir de 2003.
Declara
ainda que a Ucrânia, “esgotadas as tentativas brasileiras de distrato amigável,
tem oferecido sucessivas resistências para a realização de Assembleia Geral com
o objetivo de deliberar sobre a dissolução e a liquidação” da empresa.
O governo brasileiro alega ainda que a manutenção e a
estrutura da ACS, “tendo em vista a magnitude dos recursos financeiros
envolvidos, tende a gerar, com o passar do tempo, impactos negativos no
Orçamento da União”. O governo detalha que o Brasil aportou, ao longo do
empreendimento, a quantia de R$ 483,8 milhões, devendo ser este o valor a
constar como volume de recursos fiscalizados, embora o capital social da ACS
tenha chegado a US$ 1 bilhão, na assembleia geral realizada em maio de 2013.
Ambiente de Negócios
Presidente da comissão mista, o senador Roberto Rocha
(PSDB-MA) saudou a aprovação do relatório e disse que a cooperação entre Brasil
e Ucrânia não trouxe nenhum ganho, mas um “prejuízo bilionário” ao país e ao
Maranhão.
Roberto Rocha defendeu ainda a criação de ambientes
favoráveis a bons negócios em Alcântara, no litoral maranhense, como forma de
favorecer “a exploração econômica da riqueza, e não a exploração política da
pobreza”. Ele também destacou as vantagens decorrentes do posicionamento
geográfico do centro de lançamentos de Alcântara.
— A ilha de São Luís tem o melhor porto das Américas.
Alcântara está a dois graus abaixo da linha do Equador, o que gera economia de
30% de combustível. O Cabo Canaveral, na Flórida, está a 25 graus acima da
linha do Equador. Quanto menos combustível for gasto, haverá mais espaço no
foguete para o transporte de equipamentos [usados em pesquisas científicas] —
destacou.
A extinção da parceria aeroespacial entre Brasil e
Ucrânia também foi saudada pelo vice-presidente da comissão mista, deputado
Hildo Rocha (MDB-MA).
— O Maranhão será beneficiado, pondo fim a um contrato
maléfico com a Ucrânia. Queremos um novo acordo com os Estados Unidos, para que
possamos dar condição de uso adequado e retorno financeiro e social à população
local — afirmou.
Acordo de Salvaguarda
Após ter saudado a extinção da ACS, Roberto Rocha
comemorou a assinatura recente de acordo de salvaguarda tecnológica pelos
presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump para uso da base brasileira, a ser
encaminhado ao Congresso Nacional. Ele ressaltou que o acordo autoriza os Estados
Unidos a lançar foguetes de Alcântara com tecnologia americana, que domina
quase 80% dos satélites do planeta.
Na avaliação do senador, o acordo com os Estados Unidos
poderá favorecer o desenvolvimento econômico e social do Maranhão. Como exemplo
de parceria positiva entre governo e iniciativa privada, Roberto Rocha citou o
barbeador elétrico desenvolvido pela Nasa e vendido pela empresa Philips, que
não utiliza água nem espuma e não arranha a pele.
— É natural que o governo desenvolva tecnologia e empresas
privadas vendam produtos. O conteúdo ideológico e o anti-imperialismo são uma
bobagem completa. Nós, maranhenses, sabemos melhor que qualquer outro
brasileiro o que são as comunidades vulneráveis que moram no Maranhão, que tem
o maior índice de vulnerabilidade social do país, o menor Índice de
Desenvolvimento Humano e a pior renda per capita.
Roberto Rocha disse ainda que o acordo busca salvaguardar
a tecnologia dos Estados Unidos, e defendeu iniciativas que favoreçam o
aprimoramento profissional de uma boa parcela da população maranhense.
— O acordo não transfere tecnologia, é um acordo
comercial para foguetes e satélites civis, não militares, como se os Estados
Unidos precisassem de Alcântara para fazer alguma coisa no mundo. O maranhense
tem que ser capacitado. Se não, ele vai ser sempre vigia, zelador — afirmou.
A Medida Provisória já tranca a pauta da Casa onde ela
estiver e, para continuar valendo, precisa ser votada na Câmara e no Senado até
o prazo final de sua vigência, que acaba no dia 2 de maio.
Fonte: Site da Agência Senado
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