Acordo Com EUA Para Uso de Alcântara Coloca País em Mercado Bilionário
Olá leitor!
Segue abaixo uma notícia postada ontem (17/03) no site da
“Agência Brasil” destacando que o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) com
EUA para uso de Alcântara coloca país em Mercado Bilionário.
Duda Falcão
INTERNACIONAL
Acordo Com EUA Para Uso de Alcântara
Coloca País em Mercado Bilionário
Expectativa da CNI é aumento de negócios no setor de
satélites
Por Pedro Rafael Vilela
Repórter da Agência Brasil – Brasília
Publicado em 17/03/2019 - 07:00
O presidente Jair Bolsonaro deve assinar na
próxima terça-feira (19), em Washington, o Acordo de Salvaguardas
Tecnológicas entre Brasil e Estados Unidos, ao lado do presidente
norte-americano Donald Trump. A medida permitirá o uso comercial da base de
lançamentos aeroespaciais de Alcântara (MA). Estima-se que, em todo o
mundo, exista uma média de 42 lançamentos comerciais de satélites por ano.
Esse mercado movimentou, apenas em 2017, cerca de
US$ 3 bilhões, um crescimento de mais de 16% em relação ao ano anterior,
segundo dados da Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos.
“O Brasil vai entrar no mercado de lançamento de
satélites. Há anos, o Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos aguarda o
acordo de salvaguardas com os americanos. Nossa expectativa é de que
passaremos a exportar serviços relacionados a essa indústria”, afirmou o
gerente-executivo de Assuntos Internacionais da Confederação Nacional da
Indústria (CNI), Diego Bonomo.
A Base de Alcântara é internacionalmente reconhecida como
um ponto estratégico para o lançamento de foguetes, por estar localizada em
latitude privilegiada na zona equatorial, o que permite uso máximo da
rotação da Terra para impulsionar os lançamentos. Segundo a Agência Espacial
Brasileira (AEB), o uso do local pode significar uma redução de 30% no uso
de combustível, em comparação a outros locais de lançamentos em latitudes mais
elevadas.
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Presidente segue hoje para os Estados Unidos.
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A partida do presidente para os Estados Unidos está
marcada para as 8h de hoje (17), na Base Aérea de Brasília. Acompanhado de seis
ministros, Bolsonaro deve chegar a Washington às 16h (horário local). O
presidente ficará hospedado na Blair House, palácio que faz parte do complexo
da Casa Branca.
A comitiva brasileira será integrada pelos
ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Paulo Guedes
(Economia), Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública), Augusto Heleno (Gabinete
de Segurança Institucional), Tereza Cristina (Agricultura) e
Ricardo Salles (Meio Ambiente), além do deputado federal Eduardo Bolsonaro
(PSL-SP).
Livre Comércio
O setor empresarial brasileiro também vê com muita
expectativa a reaproximação entre os dois países. Segundo principal destino das
exportações do Brasil, atrás apenas da China, os Estados Unidos ocupam a
primeira posição no quesito de compras de produtos industrializados.
O mercado norte-americano é também onde o Brasil tem o
maior número de empresas no exterior. Cerca de 21% de todo o investimento
estrangeiro no Brasil também provém de empresas estadunidenses.
O que falta, ainda, segundo os empresários, são
acordos comerciais mais amplos. "Tem uma defasagem entre a dinâmica
empresarial, que é forte entre os dois países, e as ações do governo. O que não
temos ainda são acordos entre os dois governos para potencializar essa
relação", explica Diego Bonomo.
Na última década, conforme Bonomo, houve acordos de
patentes (2015), de céus abertos, que entrou em vigor no ano passado,
liberando a operação de voos comerciais entre os dois países, além do
acordo previdenciário, também de 2018, que passou a legalizar a contagem de
tempo e de contribuição para aposentadoria e recebimento de outros benefícios
da Previdência de cidadãos brasileiros que vivem nos EUA e vice-versa.
"São acordos importantes, mas que não têm um impacto
econômico assim tão grande", afirmou. Em pesquisa recente, a CNI mostrou que pelo menos 134
grupos de produtos brasileiros poderiam ser beneficiados com um acordo de livre
comércio com os Estados Unidos que reduzisse ou zerasse as tarifas de
importação entre os dois países.
A pauta empresarial também inclui o desejo por um acordo
para evitar a dupla tributação (ADT) de produtos e serviços comercializados entre
os dois países, bem como remessa de lucros e dividendos, além de um acordo de
cooperação para facilitação de investimentos (ACFI), que prevê medidas
para aumentar a segurança jurídica dos negócios bilaterais.
Janela de oportunidade
Os gestos de aproximação entre Bolsonaro e Trump são
vistos como uma oportunidade de destravar acordos mais ambiciosos entre os dois
países.
"Vamos ver o que vai sair na declaração conjunta
entre os dois, porque isso é o que vai determinar e ditar o ritmo da relação pelos
próximos 6 a 12 meses. Ano que vem tem eleições presidenciais nos EUA, então é
importante aproveitar ao máximo essa janela de oportunidade de aproximação
política entre os dois países", avaliou Bonomo.
O gerente de assuntos internacionais da CNI destacou que
o atual presidente dos EUA nem precisa de autorização do Congresso para
negociar acordos comerciais com outros países, já que a Autorização para a
Promoção de Comércio (TDA, na sigla em inglês) foi aprovada pelo Legislativo do
país ainda na gestão de Barack Obama, e tem validade até 2021.
"Se a gente quiser ter essa ambição e
lançar a negociação com eles, o Trump nem depende do Congresso dos EUA e pode
deslanchar esse processo", destacou.
Fonte: Site da Agência Brasil - http://agenciabrasil.ebc.com.br
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