Nota do INPE Sobre o Acidente na Base Comandante Ferraz
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (INPE) postada hoje (27/02) sobre o acidente ocorrido na Estação Antártica Brasileira Comandante Ferraz.
Duda Falcão
Nota do INPE Sobre o Acidente em Ferraz
Segunda-feira, 27 de Fevereiro de 2012
Com forte atuação no Programa Antártico Brasileiro, o
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) lamenta profundamente o
acidente na Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF) e se solidariza aos
familiares dos dois militares que foram vítimas da tragédia, bem como a todos
os envolvidos no PROANTAR.
No momento do acidente, estavam na EACF dois
profissionais do INPE. José Roberto Chagas, da Divisão de Geofísica Espacial, e
José Valentin Bageston, da Divisão de Aeronomia, estavam na Antártica desde o
dia 10 de fevereiro e tinham retorno previsto para o início de março. Eles estão
bem e desembarcaram no Rio de Janeiro na madrugada desta segunda-feira, com o
grupo trazido de Punta Arenas, Chile, em avião da Força Aérea Brasileira (FAB).
Ainda hoje ambos devem chegar a São José dos Campos.
Segundo relatos dos técnicos, logo que foram detectadas
as chamas na Casa das Máquinas o Grupo Base da Marinha, responsável pela
manutenção da EACF, orientou que se deixasse imediatamente a Estação, seguindo
as instruções do treinamento que todos recebem rotineiramente para atuar em
Ferraz. Até serem levados para a base chilena Eduardo Frei, os técnicos do INPE
aguardaram no módulo utilizado para pesquisas na área de Ozônio. Outros
pesquisadores foram para o módulo Meteoro, que também abriga instalações do
instituto.
Nenhum dos laboratórios do INPE foi atingido pelo
incêndio. Os dois mais próximos da estação são os módulos de Ozônio e o
Meteoro. Já o módulo Ionosfera fica a aproximadamente 300 metros da estação,
enquanto o módulo da Alta Atmosfera, onde estão um radar e instrumentos
ópticos, está a cerca de um quilômetro de distância.
Estavam em andamento atividades que preparam as
instalações para enfrentar o próximo inverno. Com o acidente, não foi possível
tomar nenhuma ação para proteger os equipamentos. Os pesquisadores agora
avaliam o retorno à Ferraz para evitar danos à instrumentação, que está sem
energia, e dar prosseguimento aos projetos de pesquisas.
Projetos
O INPE possui três projetos na EACF. Sob a coordenação da
Dra. Neusa Paes Leme, o primeiro é denominado “A Atmosfera Antártica e Conexões
com a América do Sul”. Vinculado ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia
Antártico de Pesquisas Ambientais (INCT-APA), o projeto mantém atividades nos
seguintes temas: Alta Atmosfera Neutra, Monitoramento da Ionosfera, Ozônio e
Radiação UV, Meteorologia e Gases Minoritários.
O segundo é o “ATMANTAR”, que reúne ações em continuidade
aos projetos do Ano Polar Internacional, também coordenado pela Dra. Neusa Paes
Leme. E o terceiro é chamado “Monitoramento da alta atmosfera na região Antártica
e na América do Sul”, que tem como coordenadora a Dra. Emilia Correia. Os
projetos são realizados em colaboração com outras instituições nacionais e
estrangeiras.
Além dos projetos baseados na EACF, o INPE realiza
atividades no âmbito do PROANTAR com o apoio de navios oceanográficos e, desde
janeiro, conta com o módulo Criosfera, instalado no interior do continente (na
latitude 85°S, a cerca de 500 quilômetros do Pólo Sul geográfico – já a Estação
Ferraz, inaugurada há 28 anos, está localizada na latitude 62°S, na borda do
continente).
O INPE conduz pesquisas na região desde o início do
Programa Antártico Brasileiro, há 30 anos, com estudos sobre a dinâmica da
atmosfera, a camada de ozônio, meteorologia, gases do efeito estufa, a radiação
ultravioleta, a relação sol-terra, o transporte de poluição, oceanografia e
interação oceano-atmosfera.
Fonte:
Site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
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