Motor Stirling a Plutônio Vai Impulsionar Naves da NASA
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada hoje (14/02) no site
“Inovação Tecnológica” destacando que Motor Stirling movido a plutônio via
impulsionar no futuro naves da NASA.
Duda Falcão
Espaço
Motor Stirling a Plutônio Vai
Impulsionar Naves da NASA
Com informações da New Scientist e
Northwestern
University
14/02/2012
Os geradores de energia alimentados por
plutônio, chamados Geradores
Termoelétricos
de Radioisótopos, não devem ser confundidos
com reatores
nucleares. [Imagem: Sunpower]
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Propulsão a Plutônio
Uma nova forma de usar plutônio para gerar energia pode
permitir que o homem explore o Sistema Solar.
E a NASA pretende testar a nova tecnologia de propulsão o
mais rápido possível.
Várias sondas espaciais da NASA têm sido alimentadas por
plutônio - especialmente aquelas que, como as missões Cassini para
Saturno e Novos
Horizontes para Plutão, precisam viajar longe demais do Sol para
usarem a energia solar.
Os geradores de energia alimentados por plutônio,
chamados Geradores Termoelétricos de Radioisótopos, não devem ser confundidos
com reatores nucleares, que aceleram artificialmente as reações nucleares para
gerar energia.
Em vez disso, eles usam o calor do decaimento passivo do
plutônio-238, cujos núcleos são instáveis e se dividem de forma espontânea.
Ou seja, os geradores de radioisótopos são uma espécie de
usina nuclear mais calma, que deixa as coisas acontecerem normalmente. Isso
produz muito menos energia, mas requer um equipamento muito mais simples e mais
confiável.
Gerador Stirling de
Radioisótopos
O problema é que a reserva de plutônio-238 dos EUA é uma
herança da época da Guerra Fria, e está se esgotando. Assim, é necessário
aproveitá-lo o melhor possível.
Entra então em cena o mais avançado Gerador Stirling de
Radioisótopos.
Ele consegue tirar até quatro vezes mais energia da mesma
massa de plutônio que seus antecessores.
Segundo um relatório recente do Conselho Nacional de
Pesquisas dos Estados Unidos, isto torna o novo gerador uma das principais
tecnologias que a NASA deve desenvolver nos próximos 10 anos.
Eficiente e promissor, mas nada novo.
Quatro futuros motores espaciais em testes
no laboratório. [Imagem:
Sunpower]
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O projeto é
baseado em um tipo de motor - o motor Stirling - idealizado há mais 200
anos, no qual as diferenças de temperatura entre duas câmaras de gás acionam um
pistão - essencialmente um motor a vapor onde o vapor é substituído por ar
levemente aquecido.
Enquanto os mais
antigos geradores termoelétricos de radioisótopos aquecem uma das extremidades
de um termopar - um componente no qual uma diferença de temperatura entre suas
duas extremidades cria uma corrente elétrica - o mais moderno gerador Stirling
de radioisótopos usa o calor do plutônio em decaimento para acionar um pistão,
que por sua vez aciona um gerador elétrico.
Tempo de
Vida
Embora o
gerador Stirling de radioisótopos nunca tenha sido testado no espaço, a ideia é
usá-lo para enviar uma nave não-tripulada à lua Titã, de Saturno.
Isto seria um
primeiro teste para, quem sabe, abrir caminho para o homem, que poderia começar
a sonhar em ir além de Marte.
As naves Voyager, os instrumentos construídos pelo
homem que mais se distanciaram da Terra até hoje, estão no espaço há 34 anos.
Isto significa
que uma viagem de ida e voltas pelo mesmo percurso e com a mesma tecnologia,
superaria o tempo de vida de um astronauta.
Já a sonda
Novos Horizontes, que está a caminho de Plutão, aproveita uma conjunção
planetária favorável que a levará ao destino em muito menos tempo: ela partiu
em 2006 e chegará ao planeta-anão em 2015.
Fonte: Site Inovação Tecnológica
Comentário: Essa notícia já era esperada pelo blog, já que
começa a se estabelecer entre os pesquisadores da NASA uma crença de que com a
propulsão química a humanidade não irá muito longe de seus domínios,
principalmente no que diz respeitos a voos tripulados. Mesmo numa viagem a
Marte, devido ao tempo de vôo ser extenso (em média 8 meses) a exposição dos
astronautas ao meio interplanetário acarreta riscos proibitivos e só loucos e
irresponsáveis permitiriam uma viagem como esta. Não é atoa que a NASA vem buscando
investir na Propulsão a Plasma (mais em conta no momento) através de projetos
como o da empresa AD Astra do ex-astronauta
costa-riquenho Franklin Chang-Diaz, e também em projetos de outras
empresas, além é claro em investimentos como este de Propulsão Nuclear citado
na matéria. Já em outra frente fruto de um acordo assinado com a ROSCOSMOS, a NASA
vem investindo no desenvolvimento de motores nucleares para aplicação espacial.
Apesar de ter amigos que não concordam com a minha opinião, a verdade é que a
Propulsão Química nos próximos 40 anos ficará restrita a lançamentos em órbita
do planeta e talvez a viagens até a órbita da Lua de nações menos desenvolvidas
tecnologicamente, pelo menos até que as mesmas tenham acesso a tecnologias mais
eficientes que permitam tanto alcançar a órbita terrestre, como a orbita lunar.
No Brasil, com grande esforço a FAB também vem buscando alternativas ainda que de
forma modesta de dois novos tipos de propulsão espacial, tentando em um deles copiar
os resultado animadores obtidos em outros países, e no outro vivendo ainda um exercício
de Ficção Científica. Trata-se da “Propulsão Hipersônica a Ar Aspirado” que será
empregada até 2013 num voo atmosférico do Veiculo Experimental 14-X e a “Propulsão
a Laser” que é uma possibilidade promissora, mas que ainda não passa de Ficção
Científica. Já o IEAv, vem trabalhando num projeto na área de Propulsão Nuclear,
intitulado “Projeto TERRA” (veja a nota: “Energia Nuclear: O Sonho do Espaço Aberto”) que ainda está em seus estágios iniciais de desenvolvimento. Sei que
muitos acham essas iniciativas brasileiras perda de foco e desperdício de
dinheiro, coisa que discordamos frontalmente, já que o fato de não existir
recursos financeiros suficientes por falta de visão do governo não pode ser usado
como desculpa para deixamos de investir em novas tecnologias, restringindo com
isso a possibilidade no futuro de estamos entre as nações mais desenvolvidas do
mundo na área espacial. O governo é que precisa acordar, não podemos continuar
investindo no PEB parcos US$300 milhões (média dos últimos anos), pois se assim
for lamentaremos muito no futuro essa falta de visão. O Brasil deveria hoje
está investindo algo em torno de US$ 1.5 bilhão anualmente em seu Programa
Espacial, que poderia ser dividido em US$ 1 bilhão no Programa Espacial do país
e os outros US$ 500 milhões como contribuição a AELA (Agência Espacial
Latino-Americana) que já deveria ter sido criada desde o início da década
passada.
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