SindCT se Reúne com Ministro da C&T
Olá leitor!
Segue abaixo uma interessante nota publicada dia (06/02)
no jornal informativo “Rapidinha - 03” do Sindicato dos Servidores Públicos
Federais na Área de C&T (SindCT) destacando que seis diretores do SindCT se
reuniriam na tarde de ontem (06/02) com o ministro Marco Antônio Raupp para
questionarem o mesmo sobre pontos importantes do Programa Espacial Brasileiro.
Duda Falcão
SindCT se Reúne com Ministro da C&T
Informativo Rapidinha
06/02/2012
Seis diretores do SindCT serão recebidos na tarde de hoje
pelo Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp.
Na audiência, solicitada pelo SindCT, os diretores do
sindicato farão os seguintes questionamentos ao ministro:
1. A demora em se divulgar o nome do novo diretor do INPE
prejudica o funcionamento da instituição. Desde que o atual diretor se declarou
demissionário do cargo, em meados de 2011, a expectativa da definição de seu substituto
intimidou acordos, convênios e decisões de maior responsabilidade. A comunidade
inpeana sofre com a falta de transparência do processo sucessório e vê com
indignação a demora do anúncio do novo diretor. Por que não divulgar a lista
tríplice, já que todos os candidatos autorizaram expressamente? O que está acontecendo
nos bastidores para que esta demora no anúncio do nome acorra? O senhor, por
acaso, não se sentiu contemplado com nenhum dos nomes da lista tríplice? Quem
será o próximo diretor do INPE?
2. A "Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e
Inovação", recentemente divulgada pelo ministério, aponta para uma mudança
na estrutura do MCTI. De acordo com o documento, o INPE passará a ser
subordinado diretamente à AEB, e não mais ao MCTI, como é hoje. Qual o objetivo
desta mudança? Muitas atividades desenvolvidas pelo INPE não tem relação direta
com a AEB e o PNAE. O senhor pretende dividir o instituto? Caso positivo, como
se daria esta divisão?
3. Suas declarações à imprensa deixam clara a intenção de
direcionar para indústrias grandes projetos do setor espacial. O formato
escolhido para a fabricação do Satélite Geoestacionário de Comunicações (SGC)
aponta para esta tendência. O senhor tem afirmado também que o INPE terá participação
neste projeto, sem no entanto detalhar como se daria tal participação.
a) De que maneira o INPE participará deste programa?
b) O Plano Diretor 2011-2015 do INPE não prevê sua
atuação em satélites geoestacionários.
O senhor pretende interferir neste Plano para que o
instituto tome parte efetiva no desenvolvimento do SGC?
4. O governo vem anunciando investimentos milionários em
projetos como o SGC (junto à Embraer/Telebrás), no valor de R$720 milhões, e a
parceria com a Ucrânia em torno da ACS (que consumiu só em 2011 cerca de R$150 milhões).
Nestes projetos INPE e DCTA parecem atuar mais como atores coadjuvantes. Ao
mesmo tempo, as duas instituições há anos sofrem escassez de projetos, muitas
de suas divisões encontram-se esvaziadas e seus servidores profissionalmente desmotivados.
O que o senhor pretende fazer para reverter este estado de apatia e abandono em
que se encontram as instituições ligadas ao PNAE (INPE e DCTA)? O que o senhor
pretende fazer para voltar a motivar profissionalmente estes servidores?
5. Nos últimos anos o INPE prestigiou a atividade de
Observação da Terra, o que custou a depreciação das atividades de engenharia
espacial. Neste sentido, a criação do Centro de Ciência do Sistema Terrestre
(CST) e do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN/MCTI)
contrasta com os constantes atrasos de cronograma dos programas CBERS e Amazônia
- 1/PMM, os únicos em andamento atualmente. O que se fará para recuperar a capacidade
de desenvolvimento da engenharia do INPE, hoje em estado sucateamento? Há interesse
efetivo nesta recuperação?
6. O PEB conta com mais recursos financeiros agora do que
na década passada, mas houve corte considerável de verbas em 2012, a ponto de
projetos como o do Satélite Amazônia já ter dificuldades em honrar contratos
assumidos. O senhor pretende aumentar de quanto o orçamento do INPE para os
próximos anos? Como e em quê se colocará dinheiro? Quanto disso será voltado ao
DCTA no desenvolvimento do VLS e da infraestrutura de seu lançamento?
7. Nos últimos meses o INPE vem contratando funcionários
temporários, como forma de amenizar a carência de pessoal. Estes trabalhadores
têm que deixar a instituição após 4 a 5 anos, levando consigo o treinamento e o conhecimento adquirido.
O senhor acredita que este mecanismo de contratação ajuda instituições de
pesquisa como o INPE? Isto substitui as contratações pelo RJU? O que o senhor fará
a este respeito?
8. INPE e DCTA estão em via de extinção. Em três anos o número
de seus servidores estará reduzido à 60% e daí a mais três cairá à metade. Ao
mesmo tempo, o ITA estará formando a sua primeira turma de engenheiros espaciais.
Não há nenhuma chance de trazer um destes profissionais para o INPE ou DCTA, na
forma em que hoje se encontra a carreira, mesmo porque não há concurso. Onde
está o planejamento estratégico do governo de forma a viabilizar o cumprimento da
missão? Como o MCTI atuará para reverter esta situação?
9. A ACS é um programa estritamente comercial, sem
transferência de tecnologia, cuja viabilidade o senhor mesmo já pôs em xeque.
Apesar disso, a empresa vem recebendo investimentos significativos do governo.
Em 2011 recebeu 120 milhões; no mesmo período o VLS recebeu apenas16 milhões.
Qual é a prioridade pretendida por parte do governo ao VLS? O projeto acabou?
10. O SindCT quer vagas, concursos públicos investimentos
no PEB. Esbarramos na alegação de que colocar mais gente e dinheiro no INPE e no DCTA
sem ter um plano claro é jogar dinheiro fora. E o PNAE, não é ele um plano de
trabalho oriundo da AEB? Por que o PNAE virou obra de ficção?
11. O senhor declarou, em seu discurso de posse, que a formação
de pessoal deve ficar nas Universidades. O senhor quer acabar com a pós-graduação
no INPE?
12. A Carreira de C&T conquistada em 1993 significou
um importante avanço no setor do desenvolvimento espacial, pois incentiva e recompensa
a especialização e a titulação dos servidores. Entretanto, o governo vem
ultimamente atacando sistematicamente a carreira: desvinculou as gratificações
do Vencimento Básico e criou barreiras para o seu pagamento. O que o Senhor pensa
da Carreira de C&T?
13. O descaso de mais de uma década levou à deflagração de
uma longa campanha salarial, que culminou em 2009 com reajustes entre 93 e
104%! Desde então, há acúmulo de perdas inflacionárias próximas a um quarto dos
salários. Qual é a sua posição sobre o reajuste salarial da carreira de C&T?
14. Os servidores da Carreira de C&T são prejudicados
desde 2009, quando foi promulgada a lei 11907, que instituiu a Gratificação de
Qualificação – GQ, direcionada ao servidor de Nível Intermediário. A falta de
regulamentação desta lei causa enorme prejuízo ao servidor e causa grande celeuma
nos institutos. O assunto tem apresentado dificuldades de negociação por causa
da absurda exigibilidade de graduação e titulação dos servidores, com a qual
não concorda todo o corpo dos servidores; o Fórum de C&T,
entidade que representa todos os sindicatos dos servidores, tem proposto tão
somente equivalência de horas acumuladas de cursos de especialização. Solicitamos
a sua intervenção para que sejam retomadas as negociações para que esta
situação seja saneada na maior brevidade possível.
15. O Sr. pretende visitar o INPE em breve para falar com
a comunidade inpeana? O Sr. mantém a proposta de entrevista para o Jornal do SindCT?
Fonte: Jornal Informativo “Rapidinha” do SindCT - num. 03
- pág. 01 e 02 - 06/02/2012
Comentário: Veja você leitor como foi
prejudicial à passagem do menestrel Mercante pelo MCTI. Além de prejudicar sensivelmente
o PEB apoiando esse desastroso acordo com a Ucrânia, o cara não fez
absolutamente nada para atender as revindicações da categoria que atua no setor,
e como sabemos também na área espacial como um todo. Até mesmo uma de suas
bandeiras de gestão (veja a nota do Jornal Folha de São Paulo “Cientistas Reclamam de Dificuldades para Importar Material”), ou seja, o projeto "CNPq Expresso", não funcionou até hoje como deveria, mesmo sendo
este projeto nada mais, nada menos, que uma espécie de projeto piloto, já que foi implantado
somente em quatro aeroportos do país (espero e torço que isso não venha se repetir em outra bandeira de sua gestão, o projeto "Ciência Sem Fronteiras"). Isso demonstra a incompetência desse
senhor e de sua equipe de governo e o tremendo erro cometido pelo governo Dilma
quando o nomeou ministro do MCTI. Um ano totalmente perdido onde uma vez mais o setor de
ciência e tecnologia do país foi prejudicado. Agora o senhor Mercadante vai dar
sua contribuição à área de Educação e lá vamos nós de novo. Volte pro Senado
senhor Mercadante, tenha consciência e responsabilidade, é lá que é o seu lugar
e de todos os políticos que hoje estão como ministros, cargos que deveriam ser
ocupados por técnicos especializados e não serem usados como moeda política de
sustentação partidária ou coisa pior. Se o senhor é brasileiro com diz e
sustenta ser, volte para o Senado e faça o trabalho que o senhor conhece e dê o
apoio político que o setor de Educação e da Ciência e Tecnologia necessitam
para se desenvolver. Quanto a nota aqui apresentada, vamos aguardar agora o posicionamento do Raupp quanto a esses questionamentos do SindCT.
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