1º Satélite Brasileiro Completa 19 Anos em Operação

Olá leitor!

Segue abaixo uma nota postada hoje (08/02) no site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) destacando que o 1º Satélite Brasileiro, o SCD-1, completará amanhã (09/01) 19 anos em operação no espaço.

Duda Falcão

Primeiro Satélite Brasileiro
Completa 19 Anos em Operação

Quarta-feira, 08 de Fevereiro de 2012

Ao completar 19 anos em órbita, no dia 9 de fevereiro, o SCD-1 terá dado 100.274 voltas ao redor da Terra e percorrido uma distância de 4,5 bilhões de quilômetros, o que corresponde a 5.910 viagens de ida e volta à Lua. Primeiro satélite desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o SCD-1 se mantém operacional e retransmitindo informações para a previsão do tempo e monitoramento das bacias hidrográficas, entre outras aplicações.

O lançamento do SCD-1 pelo foguete americano Pegasus, em 1993, foi o início da operação do Sistema de Coleta de Dados Brasileiro, agora chamado de Sistema Nacional de Dados Ambientais (SINDA). O sistema é baseado em satélites de órbita baixa que retransmitem a um centro de missão as informações ambientais recebidas de um grande número de plataformas de coleta de dados (PCDs) espalhadas pelo Brasil.

Este sistema fornece dados para instituições nacionais governamentais e do setor privado que desenvolvem aplicações e pesquisas em diferentes áreas, como previsão meteorológica e climática, estudo da química da atmosfera, controle da poluição e avaliação do potencial de energias renováveis.

SINDA

O satélite capta os sinais das PCDs instaladas por todo o território nacional e os envia para a estação de recepção e processamento do INPE em Cuiabá (MT). Depois os dados são transmitidos para o INPE Nordeste, o centro regional do Instituto localizado em Natal (RN), onde são processados e distribuídos aos usuários a partir do endereço http://sinda.crn2.inpe.br. Atualmente, o sistema é composto pelos satélites SCD-1 e SCD-2, este lançado em 1998.

SCD-1 no Laboratório de Integração e Testes do INPE


Fonte: Site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Comentário: Esse satélite apesar de simplório é uma das poucas vitórias de nosso programa espacial, e sua longevidade no espaço e a do seu irmão SCD-2, demonstra o quanto competentes foram os técnicos e pesquisadores brasileiros que desenvolveram esse dois satélites no final da década de 80 e durante parte da década de 90. Tínhamos um bom começo, mas a falta de atitude de governos subsequentes após a saída do Raupp da direção do INPE foi o fator fundamental que nos levou hoje sermos suplantados pelos argentinos na área de satélites. A irresponsabilidade desses energúmenos durante décadas seguidas nos levou a posição de recordista mundial no desenvolvimento de um único satélite, ou seja, o Amazônia 1 (ou como era conhecido durante a antiga MECB, SSR-1) que caminha já para mais de 30 anos de desenvolvimento. Uma vergonha. Parabéns ao SCD-1 e a todos técnicos, pesquisadores e engenheiros que trabalharam nesse projeto histórico.

Comentários

  1. Eu acompanho o seu site diariamente, aprecio muito o seu trabalho em nos trazer as notícias da área espacial no Brasil.

    No entanto, vou discordar quanto a sua afirmação de que estamos atrasados em relação à Argentina na área de satélites. Na minha opinião, o INPE é mais avançado nessa área. Vale lembrar que a Argentina faz muita cooperação com a Itália o que pode dar essa impressão para você.

    Um exemplo: Não existe algo no mesmo nível do LIT na Argentina. Uma prova disso é que eles mandam satélites para serem integrados no Brasil.

    A área em que estejamos atrasados em relação a eles é a do sensor inercial, no qual trabalha-se duro para dominar a tecnologia.

    Abraços

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  2. Olá Observador!

    Obrigado pelo reconhecimento a nosso trabalho. Quanto a sua opinião eu respeito mas discordo. É verdade que temos o LIT e isso é uma vantagem, é verdade também que os Argentinos tem cooperação com a Itália e não só com este país, como também é verdade que temos parceria com a China, mas acontece que os Argentinos além de estarem transferindo uma tecnologia que o Brasil ainda não domina, eles não tem nenhum satélite como o Amazônia 1 (ou SSR-1 como era chamado durante MECB) que esta em desenvolvendo há mais de 30 anos, já que a média de desenvolvimento dos satélites argentinos está em torno de 6 anos e olhe lá. A verdade é que o Programa Argentino de Satélites segue um cronograma muito mais sério do que o realizado no Brasil e assim sendo, é natural que ao longo desse periodo agrege tecnologias não dominadas ainda pelo nosso país, como é o caso do sensor inercial.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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