Programa Espacial Brasileiro: Podemos Acreditar Nele?
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria postada dia (07/02) no site
“Olhar Digital” destacando que segundo o chefe de divisão da Agência Espacial
Brasileira (AEB), Carlos Eduardo Quintanilha Vaz de Oliveira, o Brasil tem
potencial para ultrapassar outras nações no Setor Espacial.
Duda Falcão
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Programa Espacial Brasileiro:
Podemos Acreditar Nele?
Agência Espacial Brasileira
promete maiores investimentos
em ciência e garante: temos
potencial para ultrapassar outras nações
Caio Carvalho
07 de Fevereiro de 2012 | 17:30h
Desde 1969, quando o homem conseguiu olhar as estrelas
pelas janelas de uma nave espacial, todo o contexto futurístico - e até
viajante - começou a ser inserido na consciência humana, especialmente em
locais como Estados Unidos e Rússia, que continuam a apostar suas fichas em
planos e rotas astronômicas.
Diante de tanto avanço tecnológico, você pode se
perguntar: mas e o Brasil? Bom, para quem não sabe, já tivemos um conterrâneo
na órbita espacial em 2006, quando Marcos Pontes se tornou o primeiro
astronauta brasileiro a participar de rigorosos treinamentos e acompanhar de
perto o planeta Terra direto da galáxia.
O paulista de 48 anos foi selecionado pela Agência
Espacial Brasileira (AEB), em 1998, quando ainda era piloto militar da Força
Aérea Brasileira (FAB) e seguiu direto para a NASA. Hoje, ele permanece à
disposição do Programa Espacial Brasileiro, como astronauta, para a realização
de missões tripuladas e aguarda pelo seu segundo voo espacial.
Como pouca gente sabe que existe uma organização
responsável pelo desenvolvimento e estudos do universo aqui no Brasil, neste
terça-feira (07/02), Carlos Eduardo Quintanilha Vaz de Oliveira, chefe de
divisão da AEB, apresentou na Campus Party
Brasil 2012 como funciona a Agência Espacial Brasileira.
O Que é a AEB?
A AEB é uma instituição independente federal fundada em
1994 e de natureza civil. Sua função principal é coordenar e promover as
atividades espaciais de interesse nacional, onde as pessoas envolvidas têm a
responsabilidade de criar um programa espacial para a sociedade.
Segundo Carlos Eduardo, o primeiro grande objetivo é
desenvolver recursos e técnicas espaciais que criem uma solução benéfica à
população, a fim de melhorar o cotidiano de nossas vidas, como também
estabelecer autonomia no programa espacial, independente da infraestrutura e
ajuda de outros países. Além disso, a instituição promove o desenvolvimento de
sistemas, meios, técnicas e infraestrutura de solo propícios para a realização das
atividades. Por fim, qualifica nossas indústrias para que então possamos
comercializar satélites no resto do mundo.
Nem todos os países podem ter um programa espacial
desenvolvido, já que a nação em si necessita ter uma área com mais de cinco
milhões de quilômetros de extensão, população acima dos 100 milhões e o produto
interno bruto (PIB) superior a um trilhão de dólares. O Brasil, assim como os
Estados Unidos, Rússia e China, possui todas essas características, mas é o
único dentre esses quatro que ainda não tem um programa espacial.
"Cada vez mais países têm investido no espaço, pois
veem um nicho de mercado muito vantajoso. Só no ano passado, foram movimentados
US$ 175 bilhões de dólares por conta de serviços de satélite como imagens e
programação de GPS. O espaço é caro e difícil? Sim. Mas, se conseguirmos
qualificar esse setor econômico, nossas indústrias poderão comercializar
satélites no resto do mundo", explicou Carlos Eduardo.
O Cenário Brasileiro
Comparados a países como Estados Unidos e Rússia, nossos
planos para o espaço ainda estão distantes de se tornar realidade. A nível de
comparação, os Estados Unidos, todos os anos, investem US$ 36,6 bilhões, a França
US$ 2,07 bilhões, o Japão US$ 2,04 bilhões e a China US$ 1,52 bilhões, enquanto
o Brasil não passa da casa dos US$ 100 milhões. Contudo, não se deve
menosprezar o potencial brasileiro que, segundo Carlos Eduardo, é audacioso.
"O programa espacial brasileiro está sendo levado a
sério e vai enriquecer nosso lado quando o assunto é ciências sociais. Temos
condições de realizar pesquisas orbitais através do INPE [Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais], que atua na parte de uma técnica chamada sensoriamento
remoto - conjunto de ferramentas que possibilita a obtenção de informações
sobre alvos na superfície terrestre [objetos, áreas, fenômenos]. Dessa forma,
poderemos aplicar esses estudos em áreas como meteorologia, observação da
Terra, ciência, acesso ao espaço e comunicações", afirmou.
Atualmente, o País tem a capacidade de construir
satélites e mandá-los ao espaço. O primeiro a ficar mais conhecido foi o"
Centro de Lançamento da Barreira do Inferno", situado em Natal (Rio Grande
do Norte). Apesar do nome curioso, o local foi fundado em 1965 e se tornou a
primeira base aérea de foguetes de sondagem da América do Sul (lançou mais de
400 em órbita). Porém, devido ao crescimento urbano da área, o Centro foi
fechado, não permitindo mais o lançamento de grandes objetos. Hoje ele serve
como uma boa alternativa para testes industriais, como radares e outros tipos
de armas.
Em 1989 foi criada uma alternativa para substituir o
"Barreira do Inferno", o "Centro de Lançamento de
Alcântara", localizado no município de Alcântara (Maranhão). A escolha não
foi por um acaso. Sua proximidade com a linha do Equador e o baixo consumo de
combustível para o lançamento de satélites tornaram a posição da estação
espacial privilegiada, pois, do ponto de vista econômico, é o melhor local do
mundo para se lançar os aparelhos.
Além disso, o "Centro de Alcântara" abriga uma
verdadeira fortaleza. O local é tão resistente que, mesmo com a queda de um
avião, o edifício se manteria intacto. Os riscos maiores ficam por conta dos
próprios lançamentos de satélites na região, que já mataram 21 cientistas, em
2003. Isso se deve, principalmente, a fatores climáticos, como o vento, por
exemplo. Nada garante que ao lançar um foguete ele fará um trajeto linear, sem
desvios.
Outra área destinada a pesquisas espaciais é o
"Laboratório de Integração e Testes" (LIT), em São José dos Campos
(São Paulo). Lá são feitos satélites e uma série de testes reais sobre como ele
vai ficar (estrutura, tamanho, peso etc) e como vai voar quando estiver em
órbita. Para isso, a equipe conta com equipamentos que conseguem simular o
lançamento, incluindo câmeras que fazem barulhos, campos eletromagnéticos para
saber a resistência do aparelho e elaborar maneiras para preservar sua vida
útil.
Satélites e o Futuro da Astronomia Brasileira
Por mais simples que pareça, não é fácil mandar um
satélite para o espaço, podendo enfrentar variações de temperatura e radiação.
Na verdade, mesmo com o alto investimento nesse setor, é mais vantajoso produzir
outras tecnologias. Para se ter uma noção, cada quilo de um avião tem um valor
agregado de US$ 10 mil, enquanto cada quilo de um satélite não sai por menos de
US$ 50 mil.
A única vantagem é que um aparelho espacial é construído
em menos tempo e em maior produção de escala do que os aviões. Há também o
combustível usado para o lançamento. Carlos Eduardo explica que é necessário
muita energia para colocar um satélite em órbita, muitas vezes mais do que seu
tamanho: o de um caminhão!
Existem vários tipos de satélites. Entre os mais famosos
estão os de sensoriamento remoto, que dura de sete a oito anos; os de
comunicação, que duram até quinze anos; e os meteorológicos, que têm vida útil
de sete a oito anos.
O Brasil já lançou quinze satélites ao espaço. Um dos
mais conhecidos é o modelo CBERS, que em 2012 terá sua terceira versão lançada
ao espaço. E para o ano que vem, haverá mais um: já está em desenvolvimento o
ITASAT1, um micro-satélite tecnológico universitário, construído com apenas
cinco milhões de reais.
Questionado se os cientistas podem acreditar de que a
Agência Espacial Brasileira vai deslanchar de vez, Carlos Eduardo diz que os
pesquisadores brasileiros devem confiar no programa espacial, pois, além de ser
uma maneira de incentivar a sociedade, traria consigo uma boa quantidade de
informações que muitas vezes é restrita a determinado país - como é o caso da
NASA, que coleta os dados utilizando satélites próprios e não fazem a divulgação.
"O Brasil tem potencial de se igualar e ultrapassar
o programa espacial de grandes nações. Já temos vocação para o assunto através
de recursos como florestas, fronteiras, agricultura, pecuária, petróleo,
fatores hídricos e minerais e outros itens. No caso do ITASAT1, o grupo
responsável pela construção não tem interesses lucrativos, mas deseja formar
estudantes que sejam capazes de trabalhar em projetos de desenvolvimento
espacial", finalizou Carlos Eduardo.
Fonte: Site Olhar Digital - http://olhardigital.uol.com.br/
Comentário: Gostaria de acreditar nisso, mas com os
governos que temos seria o mesmo que acreditar em Papai Noel. Desculpe-me
senhor Carlos Eduardo, mas ou o senhor é um completo ingênuo, ou foi orientado
para realizar esse discurso ou está mal intencionado.
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