Minicom, MCTI e Defesa Batem o Martelo Sobre SGB

Olá leitor!

Segue abaixo uma matéria publicada dia (24/02) no site “www.teletime.com.br” destacando que o Minicom, o MCTI e a DEFESA bateram o martelo na questão do projeto do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB).

Duda Falcão

SATÉLITE

Minicom, MCTI e Defesa Batem
o Martelo Sobre SGB

Sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012 - 19h06

O governo bateu o martelo sobre o Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB) em reunião que aconteceu nesta sexta, 24, no Ministério das Comunicações, com as três pastas envolvidas no projeto: Minicom, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e Ministério da Defesa. O projeto será viabilizado através de dois decretos que serão enviados pelo Minicom à Casa Civil na semana que vem. Também participaram da reunião técnicos da AEB, do MCTI e o advogado-geral da União, Luis Inácio Adams. “A presidenta está muito interessada nesta questão. Queremos assinar isso logo”, disse o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.

O primeiro decreto estabelece que, por se tratar de um projeto que envolve segurança nacional, a Telebrás poderá comprar por dispensa de licitação o satélite que será integrado pela joint-venture com a EMBRAER Defesa, empresa que, aliás, ainda não tem nome. Além disso, a Telebrás também fica dispensada de participar de licitação para fornecer capacidade do SGB aos órgãos da administração pública.

O ministro Paulo Bernardo esclarece que esse decreto não trata da dificuldade que a Telebrás está enfrentando para ser contratada pelos órgãos da administração pública sem participar de licitação. Bernardo também não quis comentar se o governo estava “pegando carona” na questão da segurança nacional para estabelecer dispensa de licitação também para a venda do serviço aos órgãos de administração pública.

O segundo decreto estabelece o modelo de gestão da empresa integradora e as condições em que deverá acontecer a transferência de tecnologia para a indústria nacional. Este decreto também prevê a criação de um comitê formado pelo Ministério das Comunicações, Ministério da Defesa e Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação que fará o acompanhamento e a supervisão do projeto. No campo técnico, será criado um escritório de projetos composto por representantes dos ministérios e também da AEB e do INPE, e que estabelecerá os requisitos para a compra do satélite, além de acompanhar o trabalho de integração.

O procedimento formal para a publicação dos decretos, que deverão ser publicados no mesmo dia, é uma apresentação do texto à Casa Civil, que poderá sugerir pequenos ajustes uma vez que, segundo Bernardo, participou das discussões. Depois disso, é agendada uma reunião com a presidenta onde será apresentado o projeto e, em questão de dias, os decretos são assinados.

A joint-venture entre Telebrás e EMBRAER poderá ter até quatro diretores, sendo que um deles, o diretor de tecnologia, deverá obrigatoriamente ser indicado pela Telebrás. O conselho de administração da companhia será composto por seis membros, metade de cada sócio, mas o presidente será indicação da EMBRAER Defesa.

Defesa

Em relação à capacidade que será destinada aos transponders em Banda X, que serão usados em toda a sua totalidade pela Defesa, Bernardo disse que esse número ainda não está fechado, mas a Defesa terá a capacidade que precisar. Os militares poderão utilizar também a Banda Ka, mas nesse caso comprarão capacidade juntamente com os demais órgãos do governo ou até com o mercado de forma geral.

Na saída da reunião, o ministro da Defesa, Celso Amorim, enfatizou a importância do projeto para a sua pasta, que hoje usa capacidade em satélites de empresas estrangeiras. “É muito importante para a Defesa ter um satélite controlado por empresa nacional”, disse ele.


Fonte: Site www.teletime.com.br

Comentário: Vamos falar a sério leitor, se essa reunião fosse realmente para valer deveria ter contado com a presença das pessoas responsáveis pelo dinheiro no governo DILMA, ou seja, o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, e a Ministra do Planejamento, Miriam Belchior. Essas são as pessoas que definem o que será feito ou não no governo, e sem a presença deles qualquer martelo batido é de brinquedo. Não é a toa que o prazo divulgado para o lançamento do satélite (2014) é furado, e não tem a mínima possibilidade de ser cumprido, transmitindo a nítida impressão de ser uma vez mais propaganda política. Assim sendo, lamentamos profundamente a participação do Raupp nesse jogo de cena, seja por ingenuidade ou por confiança exagerada nesses energúmenos. Lamentável!

Comentários

  1. qto ao prazo ser cumprido não dá p ter certeza, mas que vai sair o projeto vai! a embraer não entra em barca furada e a alta administração está interessada nesse satelite

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  2. Olá al.mor!

    Quanto a realização do projeto não resta dúvida que ele irá acontecer. Entretato, a dúvida é quando ele será lançado, se em 2014 (prazo furado), 2016 (prazo possível se houver seriedade) ou depois de 2020 como é a minha aposta. O problema não está na EMBRAER amigo, pois não depende dela, e o atraso pode até favorecê-la economicamente, pois acaba aumentando o custo e o descontro-le. O problema está puramente na vontade do governo em realizar o projeto, e isso passa pelo total apoio dos Ministérios do Planejamento e da Fazenda com o dinamismo que esse tipo de projeto exige. Qualquer projeto mesmo interministerial que não conte com o apoio desses ministérios, corre o risco de bater martelo de brinquedo. Veja o que aconteceu recentemente com o corte do orçamento que atingiu tanto o MCTI, como a Defesa, entre outros ministérios. Ou seja, sem dinheiro, nada feito, e assim sendo, a divulgação de que esse satélite será lançado em 2014 é pura propaganda política.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  3. Duda,

    A reunião serviu mesmo pra espantar a cobiça, e declarar de vez que a EMBRAER e a TELEBRAS são as únicas responsáveis pelo satélite e escolha dos fornecedores.
    Espero que tenha alguma transferência de conhecimento!!!

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  4. Será que eles já pensam quem vai lançar esse satélite??? A Ariane Space, com o Ariane 5, ou a International Launch Services com o Proton?? Se for ver o histórico recente de lançamentos, acho que a Ariane Space seria a melhor opção. Mas o Proton é um veiculo muito confiavel e acredito que seja mais barato.
    Mas existe uma outra opção, que não me agrada: Eles quiserem lançar pela ACS. Mas aí o satélite teria que ser muito diminuido para caber no Cyclone 4, o que pode limitar muito as capacidades de um satélite geoestacionário. Vamos ver o que o futuro aguarda....
    Abraço!

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  5. Olá Tanoshi!

    Você disse bem amigo, responsáveis são, mas pela condução do desenvolvimento do satélite. Entretanto, este é um projeto do governo e sem recursos públicos o projeto não anda, afinal a EMBRAER não vai colocar recursos próprios. Assim sendo, é ai que a coisa pega.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  6. Olá Heverton!

    Caro amigo, em primeiro lugar será preciso garantir os recusos para o desenvolvimento do satélite. O lançamento será outra fase, e não descarto a possibilidade do Cyclone-4 da mal engenhada empresa ACS ser o escolhido. Caso isso ocorra, realmente o tamanho de satélite deverá ser diminuido.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  7. Pela primeira vez vejo uma reportagem sobre o SGB , que o INPE é citado ,seria muita incompetência governamental deixar o INPE de fora .

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  8. Olá André!

    É verdade amigo. Entretanto jamais acreditei que o INPE pudesse ficar fora desse acordo, pelo fato de ser a única instituição do país com competencia para atuar na área de satélites.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  9. Caro Falcão
    Só não concordo com vc que se necessita dessas 2 pessoas para que haja dinheiro para um projeto.
    Eles não possuem tanto poder assim.

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  10. Olá Iurikorolev!

    A nível do "Poder Executivo" amigo, tem sim e eles exercem com total apoio da Presidência da República, ou seja, eles dão as cartas. A outra opção é o Congresso e é o caminho que normalmente os ministros tentam utilizar para buscar mais verbas. Entretanto se existirem no Congresso Nacional 25 deputados e senadores realmente comprometidos com os problemas do PEB é muito (acredito que nem chegue a 15).

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  11. Caro Duda Falcão

    1) Ministro de Estado é mero cargo demissivel "ad nutum".
    Apenas executa as diretrizes decididas pela cúpula.
    Não define políticas do porte de um programa como este.
    E Congresso não é outra opção. É a única. Cada real gasto do país tem que estar previsto na LOA e aprovado pelo Parlamento.
    Dê uma olhada nos arts. 165 a 169 da Constituição federal, na lei 4320 e na Lei complementar 101.
    Não se fie muito nas tolices juridicas que são veiculadas na imprensa. Vale o que está na lei e nas decisões do Supremo.

    2)Falando de outro assunto, certa vez vc comentou sobre o acidente de Alcântara e disse que o responsável estava por aí dando entrevistas. Quem é o cabra ? (dá para falar ?)

    Abrs

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  12. Caro Iurikolev!

    E momento algum disse que o cargo de ministro não é dimissível. O que lhe disse é que quem prepara o orçamento do Poder Executivo é o Ministério da Fazenda em comjunto com o Ministério do Planejamento com o apoio e concordância da Presidencia da República. Após a definição deste orçamento pelo Poder Executívo, o mesmo é enviado ao Congresso para ser aprovado utilizando-se para isso da bancada do governo. Nesse processo deputados e senadores ligados ao governo ou não, inclui novos investimentos (emendas) ao orçamento e então o mesmo é votado, e depois de aprovado ainda pode (se não me engano) sofrer o veto presidencial. Além disso, mesmo que o orçamento inicial previsto pelo Poder Executivo seja aprovado pelo Congresso com emendas ou não, isso não significa que será cumprido, caso haja a necessidade de ajustes econômicos durante ano. E as pessoas responsáveis por essa avaliação são justamente o Guido Mantega e a Miriam Belchior.

    Quanto a sua pergunta,acho que a resposta é obvia.

    Abs

    Duda Falção
    (Blog Brazilian Space)

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  13. Caro Duda Falcão

    1)Aprecio muito seu blog,embora nem sempre tenha tempo para lê-lo.
    Vc conhece o melhor site espacial da Russia ?
    E o melhor do mundo?(em minha opinião, um da Alemanha).

    2) Vejo que vc não gosta do projeto Cyclone. Mas não acho que ele seja danoso para o programa do Brasil.Pelo contrário, é bom vc começar a gerar dinheiro para o setor espacial(grana é o calcanhar de Aquiles dessa área)e pegar experiência de mercado com um veículo já desenvolvido, com baixos riscos de lançamento (preço mais competitivo).
    Acho que o maior problema deste foguete é o combustível (tóxico).Interessante é que isso pouca gente fala.Se ele cair ou explodir no lançamento causa um desastre ecológico.
    Outro grande problema, evidentemente, também foi a desorganização financeira e de planejamento do projeto.
    Pelo menos é o que penso.
    PS : não sou ucraniano rsrs

    3)Quanto ao acidente de Alcantara, na época não acompanhei, pois estava muito ocupado.
    Vc fica constrangido em falar o nome ?

    Abrs

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  14. Caro Iurikorolev!

    Conheço o site da ROSCOSMOS e do DLR alemão, mas não sei se os mesmos são os melhores da Rússia ou da Alemanha ou do mundo.

    Quanto ao projeto da ACS, desculpe-me amigo, mas o mesmo não é benéfico em nada para o Brasil, muito pelo contrário, e isso não é uma opinião somente minha e sim de toda comunidade científica do setor, já manifestada publicamente através da Associação Aeroespacial Brasileira (AAB). O projeto teve exclusiva motivação política devido a necessidade do Lula manter na época o apoio do PSB a sua base política no Congresso. Explico. Com a saída do Roberto Amaral do MCT devido (há meu ver) a incompetência e por sempre falar besteira (o cara só fazia m...) foi necessário encontrar um lugar para esse infeliz, já que o mesmo era e ainda é um dos homens fortes do PSB. Assim sendo, como esse projeto era uma das bandeiras do próprio Amaral o mesmo caiu como uma luva para solucionar o problema político e acalmar os ânimos. Infelizmente para o Brasil, isso fez com que o excelente acordo que o Ministério da Defesa (MD) vinha articulando na época com a ROSCOSMOS fosse para as cucuias.

    Falando do projeto em si, o mesmo é um desastre em todos os aspectos e não somente os citados por você. Se não vejamos:

    *A empresa criada (ACS) é um mastodonte estatal, sob a direção pública para atuar num mercado pequeno, dinâmico e altamente competitivo, quando na realidade deveria ser uma empresa de capital misto (publico e privado) sob a direção de executivos preparados e conhecedores do setor e não sob a administração pública, ineficiente e sujeita a interferência política danosa. Para você tem uma ideia os players que atuam nesse setor não levam em consideração a existência da ACS em seus planejamentos estratégicos, pois sabem que a mesma é uma piada.

    *Fugindo de uma política estabelecida no próprio governo LULA o acordo não prevê transferência de tecnologia (nem mesmo de um simples parafuso) ou mesmo desenvolvimento conjunto. Para tentar amenizar esse problema o Mercadante e o Raupp acertaram no ano passado com os ucranianos um acordo paralelo para o desenvolvimento conjunto de um possível Cyclone-5 com a participação da indústria brasileira. Acordo esse que evidentemente só tem valor se houver sucesso com a ACS.

    Continua...

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  15. Continuando...

    *O Cyclone-4 é um foguete que não atende ao mercado que pretende atingir, pois sua capacidade de satelitização em órbita GEO e de 1600 Kg e a média dos satélites que são colocados nessa orbita são de 4000 kg.

    *A operação da ACS no mercado internacional passa pela necessidade da assinatura pelo Brasil de um “Acordo de Salvaguardas Tecnológicas” com os EUA, já que 75% das cargas uteis (satélites, sondas, etc...) lançadas ao espaço ou são americanas, ou usam partes de origem americana, e sem esse acordo a ACS não teria como lançar essas cargas uteis. Acontece que mesmo que fosse fácil a assinatura desse acordo e a aprovação do mesmo em ambos os congressos (o que não é) isso levaria no mínimo de 5 a 7 anos, ou que inviabiliza a sustentabilidade operacional da empresa. Em outras palavras, o Brasil terá de continuar injetando dinheiro público para sustentar a empresa, e os ucranianos não tem como fazer isso. Vai sobrar para quem?

    *O problema da toxicidade do Cyclone-4 não passa somente pela possibilidade de acidente com o foguete ou com o gigantesco deposito de combustível que será construído no CLA para atender esse trambolho ucraniano. A própria empresa já reconheceu publicamente que pouco mais uma hora após o lançamento desse foguete, haverá chuva acida na região. Um prato cheio que poderá atrair a atenção do GREENPEACE, transformando cada operação de lançamento num verdadeiro circo com transmissão direta via satélite para todo o mundo. Além disso, o fato do foguete ser tóxico vai de encontro a uma tendência mundial de buscar soluções cada vez mais limpas em todas as atividades humanas, o que dificulta ainda mais a comercialização desse foguete. Porque você acha que os russos recusaram o lançamento desse foguete de suas bases, fazendo com que os ucranianos buscassem outro parceiro para esse projeto?

    *Além disso, existem outros problemas que não citarei, pois esse comentário já está bastante extenso, além do que acredito que os problemas já citados já são suficientes para demonstrar o porquê os especialistas são totalmente contra a esse acordo.

    Quanto a sua pergunta Iurikorolev, não é uma questão de constrangimento, mas prefiro não me manifestar. De qualquer forma, basta dizer que o sucateamento do PEB foi iniciado no governo Collor, finalizando com o acidente em 2003 que poderia ter sido evitado.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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