Nuvens no INPE
Olá leitor!
Segue abaixo uma pequena matéria publicada hoje (02/02) no
site do jornal “O VALE” destacando que a reestruturação do Programa Espacial Brasileiro
exige um debate maior.
Duda Falcão
IDEIAS
Nuvens no INPE
Reestruturação do
Programa Espacial Exige um Debate Maior
February
2, 2012 - 03:53
A passagem
meteórica de Aloizio Mercadante pelo Ministério da Ciência e Tecnologia serviu
para cacifar seu nome para o comando do Ministério da Educação e para
colocá-lo, novamente, no páreo por uma indicação como candidato ao governo do
Estado pelo PT em 2014. Do ponto de vista da prometida reestruturação do área
de ciência e tecnologia, não houve nenhuma mudança significativa ao longo de
2011 --órgãos como o INPE e o
DCTA continuaram amargando cortes de recursos e perda de pessoal especializado.
No último mês de
janeiro, antes de trocar de pasta e passar o comando da Ciência e Tecnologia
para Marco Antonio Raupp, Mercadante projetou mais nuvens sobre o futuro dos
institutos de pesquisa, com uma portaria subordinando o INPE à Agência Espacial
Brasileira. A medida congelou o processo de escolha do novo diretor do INPE e
fez crescer as especulações sobre um esvaziamento administrativo da
instituição, com todo poder de comando transferido para a esfera da AEB.
Mesmo com a atuação limitada pelos parcos recursos, a autonomia do
INPE foi uma das poucas coisas positivas consolidadas pelo programa espacial
brasileiro ao longo das últimas duas décadas. O desencontro de ações entre os
órgãos de pesquisa motivou, em 2011, o diagnóstico de que seria preciso
remodelar o setor, mas logo ficou evidente que qualquer processo precipitado de
mudança enfrentaria a reação contrária dos servidores.
Com a nomeação de Raupp para o Ministério da Ciência e Tecnologia,
a presidente Dilma Rousseff (PT) valorizou os profissionais do setor e deu uma
sinalização positiva de que pretende dar um tratamento técnico ao programa
espacial. Mas o novo ministro não deveria utilizar o respaldo do Palácio do
Planalto para impor mudanças sem uma discussão prévia com a comunidade
científica ou colocar em jogo a autonomia do INPE sem definir metas claras para
compartilhamento de recursos e desenvolvimento de novos projetos.
Fonte: Site do jornal “O VALE” - 02/02/2012
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