Empresa Israelense Negocia Compra de Empresa Brasileira
Olá leitor!
Segue abaixo uma noticia postada hoje (13/11) no blog “Panorama Espacial” do companheiro jornalista André Mileski destacando que a empresa israelense "Rafael Advanced Defense Systems" que é especializada em mísseis está negociando a compra de uma empresa brasileira.
Duda Falcão
Seria uma Indústria Também "Espacial"?
Rafael pode comprar empresa brasileira
Qui, 12 de Novembro de 2009 19:15
O jornal israelense Haaretz publicou matéria em sua edição de ontem (11) informando que a companhia Rafael Advanced Defense Systems, especializada em mísseis, está negociando a compra de empresa brasileira, sem citar nomes. A operação estaria estimada em US$ 50 milhões e seria a primeira aquisição da Rafael na América Latina.
As negociações, que estariam em estágio bem avançado, estão sendo conduzidas por uma delegação sênior de representantes israelenses que, inclusive, estiveram na comitiva do presidente Shimon Peres, em visita ao Brasil esta semana. O jornal ainda cita que o ministro da Defesa brasileiro, Nelson Jobim, apoiaria a operação desde que a empresa israelense estabelecesse linhas de produção de seus produtos no País.
Outra companhia israelense, a Elbit Systems, da área de eletrônica e aviônicos, já detém posição industrial no País. No início da década, a Elbit adquiriu a Aeroeletrônica, de Porto Alegre (RS), como contrapartida a sua contratação pela Força Aérea Brasileira (FAB) para a modernização dos caças F-5.
Fonte: Revista Tecnologia & Defesa
Comentários: seria o "alvo" da Rafael alguma empresa com negócios também no setor espacial? É provável que sim. O blog tem conhecimento de ao menos cinco empresas brasileiras com negócios nos setores Aeroespacial e de Defesa que estão em busca de novos sócios. Destas, ao menos três tem algum envolvimento no campo espacial. Dado o teor da notícia, o perfil da empresa interessada na compra, e os movimentos dos últimos dias, o blog mentalmente chegou a um "shortlist" de duas empresas. A se confirmar. E uma vez confirmado, será interessante analisar as conseqüências para outra operação desenhada noutro continente (divagações...)
Curiosamente, segunda passada (09), no seminário sobre Política Espacial Brasileira promovida na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF) (mais, aqui), um oficial do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) presente na platéia endereçou questão aos presentes da mesa sobre suas opiniões acerca de compra de indústrias nacionais por parte de players estrangeiros.
Fonte: Blog Panorama Espacial - André Mileski
Comentário: O oficial que o Mileski cita em seu comentário foi o Coronel. Engenheiro Francisco Carlos Melo Pantoja, diretor do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), que muito sabiamente levantou essa questão durante (já no finalzinho) a realização do seminário. Dexei-me tentar explicar ao leitor em que constituí a preocupação do coronel. Vamos fazer uma suposição: Você jovem estudante que opta por seguir a carreira na área aeroespacial e se forma por uma das universidades que oferecem curso pelo país. Após sua formatura você angaria recursos e monta com amigos da área ou sozinho uma pequena empresa para desenvolver alta tecnologia na área espacial ou aeronáutica (existem vários exemplos assim). Muito bem, empresa formada, conhecimento científico e tecnológico em dia, e sua empresa então começa a operar participando de editais do governo para o desenvolvimento de equipamentos relacionados com o PEB ou aeronáuticos. A empresa é selecionada e recebe então recursos públicos para o desenvolvimento dessas tecnologias de forma autônoma ou em parceria com institutos tecnológicos do governo. Objetivo alcançado, tecnologia desenvolvida e a empresa começa então a se destacar no mercado. Alguns anos se passam, a empresa esta consolidada, tudo caminhando muito bem, quando explode uma bomba em suas mãos. Uma grande empresa internacional lhe procura e lhe faz uma proposta financeira irrecusável para adquirir sua empresa ou o controle da mesma. Está instalado ai o grande problema que considero de segurança nacional. É verdade que ninguém tem o direito de impedir que você venda o que lhe pertence, desde que não seja uma empresa que foi construída com base tecnológica proveniente de recursos públicos. Essa tecnologia não lhe pertence e sim ao governo, ou melhor, ao povo brasileiro. Veja os americanos como exemplo, isso jamais aconteceria lá, onde as empresas tem de obter autorização do governo e do congresso americano para vender qualquer equipamento. Repasse de tecnologia, isso eles nem sabe o que significa, pois não fazem de forma nenhuma. Portanto essa questão levantada pelo Coronel Pantoja é extremamente relevante e muito preocupante.
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