CBERS Continua na Lista Negra dos Americanos


Olá leitor!

Segue abaixo uma notícia postada ontem (28/11) no blog “Panorama Espacial” do companheiro jornalista André Mileski destacando que os EUA continuam apontando o "Programa CBERS" como sendo um projeto com aplicações militares.

Duda Falcão

CBERS, China e EUA

28/11/2009

O governo norte-americano continua a apontar o Programa Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS) como um projeto com aplicações militares. Já há alguns anos, este entendimento tem sido explicitado em relatórios do Pentágono, Forças Armadas e "think tanks" ligados ao governo. O relatório anual ao Congresso de 2009 sobre a força militar da República Popular da China ("Annual Report to Congress - Military Power of the People's Republic of China - 2009"), preparado pelo Departamento de Defesa, menciona explicitamente (página 26) o CBERS como satélite com aplicações militares:

"Reconhecimento: a China está operando sistemas avançados de imageamento, reconhecimento e recursos terrestres com aplicações militares. Exemplos incluem os satélites Yagogan-1, -2, -3, -4, e -5, o Haiyang-1B, o CBERS-2 e -2B, e a constelação de satélites de monitoramento ambiental e de desastres Huanjing." ("Reconnaissance: China is deploying advanced imagery, reconnaissance, and Earth resource systems with military applications. Examples include the Yaogan-1, -2, -3, -4, and -5, the Haiyang-1B, the CBERS-2 and -2B satellites, and the Huanjing disaster/environmental monitoring satellite constellation.")

Um dos argumentos que sustentam a legislação ITAR (International Traffic in Arms Regulations), dos EUA, e suas restrições à compra de componentes espaciais e duais por institutos e indústrias brasileiras envolvidas no CBERS é justamente essa suposta aplicação militar pelo lado chinês. É interessante observar que o ITAR passou a ser bem mais rígido em razão de episódio em meados da década de noventa que envolveu a China: transferência de conhecimento técnico por indústrias espaciais norte-americanas sobre tecnologia de guiagem de foguetes por ocasião de sucessivas falhas nos lançamentos de foguetes chineses da família Longa Marcha.

Apesar do posicionamento americano sobre o viés militar de vários projetos espaciais chineses, há algumas semanas, durante visita de Barack Obama ao país asiático, foi divulgado comunicado conjunto sobre a intenção dos dois países em expandir a cooperação em matéria de ciência espacial, além de dar início a um "diálogo" sobre missões espaciais tripuladas. Alguns dias após a divulgação do comunicado, tornou-se público um relatório do Pentágono apontando uma escalada da China em casos de espionagem contra os EUA, com uso de métodos cada vez mais sofisticados, como guerra cibernética e técnicas mais elaboradas de recrutamento de espiões.


Fonte: Blog “Panorama Espacial“ - André Mileski

Comentário: Veja bem leitor, das duas uma, ou essa história e paranóia dos americanos e estamos sendo prejudicados por isso ou tem realmente algum fundo de verdade. Nesse caso os chineses estão usando o CBERS para aplicações militares sem o conhecimento do Brasil, ou será que não? Sinceramente prefiro acreditar que seja paranóia americana. No entanto, não posso deixar de observar que a tecnologia utilizada nos satélites do programa CBERS é dual e os mesmos poderiam perfeitamente ser utilizados para aplicações militares. Porém, duvido que isso possa ser feito sem o conhecimento brasileiro. Solução: É simples, desenvolver no país tudo que precisamos para dependermos cada vez menos dos EUA. No entanto, levará tempo para que isso seja feito e nesse caso a solução é buscar novos fornecedores em outros países.

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