ITASAT - Satélite Universitário Brasileiro


O projeto do satélite ITASAT esta sendo desenvolvido desde o segundo semestre de 2005 pelo ITA - Instituto Tecnológico da Aeronáutica, nas áreas de engenharia e computação, pela USP - Universidade de São Paulo, campus de São Carlos, nas áreas de engenharia elétrica e telecomunicações, e pela UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas, na área de computação. Cabe ao INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais a responsabilidade pela execução orçamentária e pela engenharia de sistema, garantindo assim o atendimento aos requisitos operacionais do sistema como um todo. Já a AEB - Agencia Espacial Brasileira, caberá a liberação dos recursos orçamentários e ao ITA a coordenação e alocação dos recursos acadêmicos necessários.

O objetivo principal desse projeto é dar a oportunidade para que estudantes de engenharia e de ciência da computação possam realizar experimentos tecnológicos com aplicação na área espacial.

Concepção Artística do Satélite ITASAT

Esse projeto será o segundo de um satélite universitário a ser desenvolvido no Brasil (o primeiro foi o UNOSAT - Undergraduate Orbital Student Satellite desenvolvido pela UNOPAR - Universidade Norte do Paraná que foi destruído no acidente de 2003 com o VLS) e de acordo com o gerente técnico-administrativo do projeto e pesquisador do INPE, Sebastião Varotto, até o momento os recursos orçamentários para o programa tem sido via AEB, mas será possível viabilizar recursos adicionais junto a órgãos de fomento no futuro. Segundo a AEB em 2006 foram destinados R$ 1,6 milhões ao projeto. "A previsão é empregarmos cerca de R$ 5.000.000,00 diluídos até 2009, para termos o satélite testado e integrado", diz Varotto.

O satélite ITASAT com vida útil estimada em três anos e com uma confiabilidade de 0,97, terá uma massa de 70Kg e atuará em uma órbita quase equatorial de baixa altitude de 750 km, com inclinação de 25 graus. Características orbitais bem parecidas com a dos satélites de coleta de dados SCD-1 e SCD-2, que foram desenvolvidos pelo INPE e lançados em 1993 e 1998 respectivamente.

Não serão por acaso essas semelhanças, pois além da funcionalidade experimental, o satélite irá dispor de um “transponder” visando a transmissão de dados coletados pelas Plataformas de Coletas de Dados (PCDs), distribuídas por todo o Brasil, o que representará um grande e importante reforço para o Sistema Nacional de Coleta de Dados.

Em sua funcionalidade experimental, na qual participarão os estudantes, o ITASAT terá experimentos tecnológicos com aplicações espaciais nas seguintes áreas:

* Especialidades de Controle de Altitude;
* Computação;
* Telecomunicações;
* Mecanismos;
* Controle Térmico;
* Geração e Distribuição de potência

A indústria brasileira deverá participar ativamente dessa iniciativa. Segundo o coordenador Varotto “A idéia é transferir para a indústria a fabricação dos modelos de qualificação e modelos de vôo. Em função da experiência anterior, implantada na indústria devido aos outros programas em andamento, as compras no exterior estarão restritas a componentes eletrônicos discretos para a montagem dos equipamentos”.

O ITASAT deverá aproveitar alguns dos componentes de subsistemas do antigo projeto do microsatélite científico FBM - French-Brazilian Microssatellite, que seria desenvolvido por instituições brasileiras e francesas, mas que foi cancelado por razões financeiras em abril de 2003 pela CNES - Agência Espacial Francesa. Mesmo com a desistência da CNES, todos os subsistemas de responsabilidade da agência francesa que já haviam sido adquiridos serão repassados para o Brasil. "Os termos do convênio com o CNES foram revistos e desta forma, iremos receber durante o corrente ano de 2007, modelos de vôo da bobina magnética, magnetômetro, roda de reação, sensor de estrelas, sensor solar, e transponder", diz o coordenador Varotto.

Para o projeto do ITASAT serão utilizados somente as bobinas magnéticas, o magnetômetro, e o sensor solar. Os outros equipamentos oriundos da missão FBM deverão ser devidamente armazenados para futura utilização em outras missões do Programa Espacial Brasileiro.

Segundo o coordenador Varotto, o estagio de desenvolvimento do satélite ITASAT encontra-se em fase inicial, com os estudos de viabilidade e análise de missão próximos de serem concluídos. "Estão sendo comprados componentes eletrônicos para construção de modelos de desenvolvimento de alguns circuitos dedicados ao computador de bordo e sistema de potência. O objetivo principal destes modelos de desenvolvimento é "comprovar" experimentalmente funcionalidades específicas do circuito", detalha Varotto.

O projeto encontra-se em fase de definições de viabilidade e desenvolvimento e portando não existe ainda uma definição quanto a construção do modelo de vôo e posterior lançamento. No entanto, o INPE e as universidades envolvidas no projeto estavam trabalhando com o objetivo de viabilizar o satélite para lançamento no final de 2009, o que não será possível.

A filosofia adotada para os subsistemas do satélite permitirá que o ITASAT possa ser colocado em órbita por um lançador exclusivo ou através de um lançamento compartilhado, em conjunto com outros pequenos satélites.

Duda Falcão

Comentário: Em minha opinião iniciativas como essas do ITASAT e do UNOSAT são de extrema importância para o desenvolvimento do Programa Espacial Brasileiro, pois além de permitirem uma melhor formação e capacitação de mão-de-obra altamente especializada, possibilitam a aproximação do programa espacial junto às universidades, ampliando assim os meios para o desenvolvimento de conhecimento e de Ciência e Tecnologia no país.

Comentários

  1. ótima ideia e iniciativ, mas além de satélites, que o país parece que já domina a tecnologia, projetos como esse devem ser incentivados nas universidades para veículos lançadores também de forma a nos tornarmos independentes na questão aeroespacial.

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    1. Olá Luiz Carlo!

      Na verdade foi uma boa ideia, pois este satélite já está no espaço há muito tempo, apesar de ter sido realizado com uma outra configuração, pois na verdade, acabou se tornando um nanosatélite, bem diferente da ideia original. Além disso o ITA já trabalha na sequencia, o ITASAT-2, que também será outro nanosatélite. Já quanto a veículos lançadores, acompanhe no Blog e no Canal do BS no youtube noticias sobre as duas iniciativas em curso atualmente no Brasil nesta área. Abs

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