Brasil e China Assinam Acordo Para Desenvolvimento Conjunto de Um Satélite Meteorológico

Prezados leitores e leitoras do BS!
 
Foto: Divulgação/INPE
Portal de entrada do INPE em São José dos Campos.
 
Ontem, dia 06/06, o portal G1 do Globo.com informou que o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Dr. Clezio de Nardin, anunciou na manhã desta quinta-feira (6) que o Brasil e a China irão produzir, em conjunto, um satélite meteorológico capaz de prever eventos climáticos extremos ao custo de R$ 5 bilhões.
 
Caros amigos e amigas, a necessidade do Brasil ter seu próprio satélite meteorológico em órbita geoestacionária não é nova e é indiscutível. No entanto, a possibilidade de isso acontecer nas condições relatadas, no prazo e no custo previsto, é extremamente baixa. O mais provável é que esse projeto, agora assinado, se arraste por mais de uma década, perpetuando o modelo de desenvolvimento desastroso que o INPE mantém há décadas. Além disso, qual a garantia de que esse satélite contribuirá tecnologicamente para o desenvolvimento espacial do país? Haverá transferência de tecnologia? Ou será apenas um satélite chinês adquirido pelo Brasil pintado com a bandeira verde e amarela? E mais, R$ 5 bilhões? Quem pagará essa conta? Certamente existem modelos e opções melhores no mercado, tanto em termos tecnológicos quanto financeiros. O BS respeita muito o Dr. Clézio de Nardin, mas até que nos provem o contrário, esse projeto cheira a uma grande temeridade.
 
Voltando ao que foi relatado pelo diretor do INPE ao portal, o tal satélite geoestacionário, apesar de não ser integralmente produzido em solo brasileiro, será o primeiro desenvolvido no país, com custo estimado em R$ 5 bilhões.
 
"É o primeiro satélite desenvolvido no Brasil, o primeiro satélite geoestacionário meteorológico. O geoestacionário meteorológico é a primeira vez que nós vamos ter", afirmou.
 
A expectativa do INPE é que o satélite seja lançado "o mais breve possível", até 2030 - no máximo até 2031. Agora serão discutidas todas as questões técnicas do lançamento e os detalhes da operação.
 
"Nós vamos ter que discutir quem fará o quê, que parte será feita no Brasil, que parte será feita na China, onde será integrado, se será no nosso laboratório de integração e teste, se será na China, de onde será lançado", explicou.
 

Segundo Clezio, o Brasil entrará para um seleto grupo de países que constroem satélites geoestacionários. Na avaliação do diretor, essa novidade fará com que o país ganhe 'musculatura' no desenvolvimento de equipamentos espaciais.
 
"O INPE vai encarar esse desafio. O Brasil vai encarar esse desafio. Nós vamos entrar nesse seleto grupo que constrói seus próprios satélites, assim como fizemos com todos os demais satélites da família CBERS."
 
O satélite geoestacionário será lançado a 36 mil quilômetros de altitude. Para comparação, o Amazônia-1, considerado de órbita baixa, fica a 750 quilômetros de altura, assim como o Cbers, que está a cerca de 630 quilômetros de altitude.
 
O satélite, que deve ser lançado nos próximos anos, ficará orbitando a Terra em órbita equatorial, exatamente sobre o ponto onde estará estacionado.
 
"A órbita dele ao redor da Terra coincide com o período de rotação da Terra, fazendo com que seu movimento aparente em relação à Terra pareça estacionário", explicou De Nardin.
 
O objetivo do INPE agora é conseguir ter o controle do satélite anunciado.
 
"A tecnologia será discutida a partir de agora e dependerá de quem fará qual parte do satélite. Se nós faremos a carga útil, se faremos o controle, mas obviamente temos grande interesse em assumir o controle do satélite. Queremos contratar partes do satélite na indústria usando a metodologia de encomenda tecnológica para que ele seja gradativamente nacionalizado, fortalecendo a indústria nacional."
 
Atualmente, o Brasil já possui um satélite geoestacionário, mas que não foi produzido no país: o SGDC-1 (Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicação), comprado e operado em Brasília (DF), mas voltado apenas para comunicações estratégicas do país.
 
"Nós vamos começar a fazer satélites geoestacionários no Brasil, e isso é um avanço gigantesco. Ele é nosso e é meteorológico, beneficiando socialmente todos os países vizinhos, mas principalmente o povo brasileiro, que está fazendo um grande esforço para ajudar a desenvolver toda essa tecnologia", finalizou.
 
 
De acordo com o diretor do INPE, o novo equipamento será capaz de monitorar eventos extremos, como os que causaram enchentes no Rio Grande do Sul. Chuvas fortes que atingiram o estado no último mês deixaram mais de 170 mortos.
 
Brazilian Space
 
Brazilian Space 15 anos
Espaço que inspira, informação que conecta!

Comentários

  1. tem um detalhe importante nisso, na reportagem que o INPE postou eles falaram que vão ADAPTAR O CBERS5 para ser GEO, olha essa loucura

    ResponderExcluir
  2. 5 bi.... Daria para uma constelação, o Inpe ta tão megalomaníaco que uma certa pessoa.....mas a realidade financeira não ta nada bonito, já vimos esse filme.

    ResponderExcluir
  3. Bom dia, vou fazer a mesma pergunta que fiz no site foguetesbrasileiros. Ele disse que a fonte de que o valor do Cbers-5 seria de 5 bilhões é você. Portanto, gostaria de perguntar de onde você tirou esse valor porque, se realmente for este valor, está superfaturado. Um satélite como esse custa no máximo 2,5 bilhões de reais. Isso precisa ser melhor averiguado.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Marcos Souza!

      Você leu o que nós escrevemos acima? A primeira notícia sobre esse satélite e seu custo foi divulgado pelo site 'G1' do 'Globo.com', como está explicito no começo do texto acima. Valeu?

      Excluir

Postar um comentário