Sensoriamento Remoto no Brasil: Necessidades e Prioridades?
Olá leitor!
Segue abaixo outro interessante artigo postado ontem (04/07)
no Blog New Space Economy tendo como tema as necessidades de Sensoriamento Remoto
no Brasil.
Duda Falcão
Sensoriamento Remoto no Brasil: Necessidades e Prioridades?
Por Bruno Henrique Mattos *
Blog New Space Economy
04 de julho de 2019
A Agência Espacial Brasileira (AEB) realizou um estudo
interessante das demandas do setor espacial brasileiro e publicou os resultados
no relatório chamado demandas nacionais para o sector espacial em maio de 2019.
Vamos olhar para o que deve ser uma prioridade na área de sensoriamento remoto
no Brasil, na visão dos principais usuários de produtos e serviços espaciais de
sensoriamento remoto.
O relatório completo (português) está disponível para
download no final deste artigo.
Primeiro de tudo, gostaria de felicitar a AEB e, acima de
tudo, Dr. Fernanda Lins, autor do relatório, para o trabalho sério e brilhante
conduzida. Acredito que tal análise de exigências, com tal profundidade e
representatividade, nunca foi realizado anteriormente neste país. Deixo
também os meus votos para este trabalho para orientar futuras tomadas de
decisão no contexto da Política Espacial Brasileira.
O site New Economy espaço traz uma síntese comentada dos
resultados mais relevantes apresentadas no relatório para a área de observação
da Terra.
Eu apontaria para o leitor que o termo Sensoriamento
Remoto será utilizado alternadamente com o termo de Observação da Terra.
Distribuição da Demanda Entre as Áreas de Aplicação
O relatório apresenta as áreas de aplicação mais citado
pelos peritos consultados no setor público, da academia e do setor
privado. A figura abaixo apresenta a distribuição da demanda atual por
produtos de sensoriamento remoto e serviços no Brasil entre as principais áreas
de aplicação.
Atividades institucionais que usam produtos e serviços
espacial de observação da Terra (gráfico mudou para melhor visualização, Fonte:
Demandas Nacionais Ao Setor Espacial, 2019).
|
Notamos que no setor público brasileiro, nas áreas de
gestão ambiental, cartografia, gestão de ativos e setor de energia se destacou
como as quatro principais áreas exigentes de produtos e serviços de observação
da Terra. Com os dados apresentados, é possível inferir que essas áreas
correspondem juntos a mais de 50% da demanda total do setor público por
produtos e serviços de observação da Terra.
Necessidades Principais de Produtos de Sensoriamento Remoto
A figura abaixo apresenta os dados apresentados no
relatório sobre as atividades não totalmente atendidos por categoria de tipos
de entradas de sensoriamento remoto.
Vale ressaltar que a falta de imagens de alta resolução
espacial foi apontado como uma das causas de não-integral atendimento das
atividades institucionais em mais de 50% dos casos. Em segundo lugar, a
falta de dados de sensoriamento radar foi apontado como causa de cerca de 15%
dos casos que não satisfaçam as necessidades dos sectores.
Preferências dos Usuários em Relação às Especificações
Técnicas dos Sensores Julgados Como Prioritárias e Estratégicas Para o Brasil
Quando perguntado que tipo de sensor que eles
consideravam mais estratégica para sensoriamento remoto no Brasil, tendo em
vista as demandas apresentadas, a preferência por sensores ópticos correspondeu
a cerca de 77% dos votos, contra 23% dos sensores de radar.
Além disso, os especialistas foram questionados sobre as
especificações técnicas desejáveis dos sensores ópticos e de radar. As
especificações abaixo foram identificados como sendo de maior consenso médio
entre as opções dadas para a votação.
Sensores de Alta Resolução Espacial
A resolução espacial: <1m 48="" consenso:="" font="" nbsp="">1m>
A resoluo espectral: 4 a 8 bandas (consenso: 32%)
resolução radiométrica: 10 a 12 pedaços (de consenso: 46%)
frequência Update: até 15 dias (consenso: 42%)
capacidade de elevação modelo de geração digital: Sim (consenso: 89%)
Sensores SAR
A resolução espacial: 1 a 5m (consenso: 60%)
de operação da faixa: G (consenso: 54%)
radiométrica resolução:> 16 bits (consenso: 38%)
frequência Update: 15 a 30 dias (de consenso: 51%)
modelo de elevação digital capacidade de geração: Sim (consenso: 92%)
Percentagem de especialistas que avaliaram o satélite nacional SAR como “muito
necessário”: 75%
Outros Comentários
O estudo também apresentou o parecer dos especialistas em
relação aos seguintes tópicos importantes:
·
Importância do desenvolvimento de satélites de
sensoriamento remoto pequenas para o Programa Espacial Brasileiro. Resultado: 78%
deram uma pontuação máxima para o grau de importância, que significa “muito
importante”.
·
Necessidade de desenvolvimento de um
sensor nacional espectral de alta resolução. Resultado: 52%
deram uma pontuação máxima com o grau de necessidade, que significa “muito
necessário”.
·
Relativamente ao programa CBERS, 57% dos
especialistas deram uma pontuação máxima no critério de facilidade de
acesso; 21% afirmaram não usar imagens da série CBERS e 52% deu marcar 3
(escala de 0-5), considerados intermediários, para o nível de satisfação com a
qualidade das imagens.
Outras Áreas Analisadas
Além da área de Observação da Terra, o estudo publicado
também compreendeu as seguintes áreas:
·
Coleção de dados;
·
Clima;
·
comunicações;
·
localização por satélite e de navegação; e
·
missões científicas.
Metodologia
O autor do relatório, Dr. Fernanda Lins, explica que o
estudo adotou uma abordagem de pesquisa qualitativa, por meio de questionários,
combinado com o uso do método Delphi. Os detalhes completos da metodologia
utilizada pode ser encontrada aqui.
De uma maneira resumida, o método consiste nos 3 passos
seguintes:
Fase 1: Realização de uma série de rodadas de
questionários enviados a especialistas indicados pelas instituições exigentes
de serviços espaciais convidados. O objetivo é chegar a um consenso total
ou parcial sobre as prioridades do país.
Passo 2: Validação das exigências identificados na
primeira fase. Nesta etapa, as exigências são amplamente divulgados a ser
debatido em fóruns específicos.
Passo 3: Criação de uma rede de colaboração entre as
instituições candidatas, institutos de pesquisa e da indústria espacial
nacional com o objetivo de manter o fluxo de informações necessárias ao
acompanhamento da evolução das demandas.
Representatividade do Estudo
Os participantes do estudo:
·
44 instituições públicas;
·
23 universidades;
·
3 empresas;
Nota: As instituições do Ministério da Defesa não
participou no levantamento de demandas, portanto, deve-se observar que a
representatividade da categoria “Inteligência, Defesa e segurança” nas análises
das demandas podem ter sido subdimensionado.
* Profissional do setor espacial (Engenheiro
Aeronáutico), entusiasta por finanças corporativas e data science.
Fonte: Blog Space Economy - https://newspaceconomy.com
Comentários
Postar um comentário