Presidente Bolsonaro Promete 'Surpresa' Nesta Quarta-Feira e Equipe do INPE Teme Mudança na Direção

Olá leitor!

Segue abaixo uma notícia postada hoje (30/07) no site do jornal “O VALE”, destacando que o Presidente Bolsonaro prometeu 'Surpresa' nesta quarta-feira, e Equipe do INPE teme mudança na direção do instituto.

Duda Falcão

NOSSA REGIÃO

Bolsonaro Promete 'Surpresa' e Equipe do INPE Teme Mudança na Direção

Em evento no Rio de Janeiro, realizado no último sábado, presidente disse que o INPE terá uma 'surpresa' nesta quarta-feira; especula-se sobre a demissão do diretor Ricardo Galvão e a troca por um militar.

Por Xandu Alves
@xandualves10
O VALE
Publicado em 30/07/2019 - 01:34:00

Foto: Divulgação
  INPE. O diretor deve ir a Brasília.

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) prometeu que haverá uma "surpresa" para o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), de São José dos Campos, nesta quarta-feira, conforme discurso que fez no último sábado, em evento no Rio de Janeiro. A declaração deixou o clima incerto no Instituto. "Esses dados [sobre o desmatamento da Amazônia] do INPE. Semana que vem vão ter uma surpresa", disse o presidente a jornalistas, sem revelar detalhes.

Nesta quarta, segundo apuração de OVALE, o diretor do Inpe, Ricardo Galvão, alvo de críticas de Bolsonaro, retorna de férias e deve ter uma reunião com Marcos Pontes, ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, ao qual o INPE está subordinado.

Pesquisadores da área de OBT (Observação da Terra), grupo do INPE que cuida do monitoramento da Amazônia, devem acompanhar Galvão.

O encontro e a declaração de Bolsonaro têm deixado um clima de incerteza no instituto. Especula-se que o presidente queira intervir no comando da instituição.

O INPE tem sido alvo de duras críticas de Bolsonaro e de membros do governo, como os ministros Ricardo Salles (Meio Ambiente) e Pontes.

Há duas semanas, Bolsonaro colocou em dúvida a veracidade dos dados do INPE sobre o desmatamento da Amazônia, chamado-os de "mentirosos".

Ele depois se retratou, mas abriu uma crise com a comunidade científica, que rechaçou a declaração do presidente.

Bolsonaro também sugeriu que Galvão poderia ter alguma ligação com ONG com interesses diversos ao do país na divulgação do desmatamento.

Galvão reagiu e disse que a atitude do presidente foi "pusilânime e covarde" e que esperava ser convocado para ir a Brasília explicar os dados.

As críticas de membros do governo aumentaram após o INPE divulgar que mais de 1.000 km² de floresta amazônica foram derrubados na primeira quinzena de julho, representando um aumento de 68% em relação a julho de 2018.

Teme-se pela demissão de Galvão, cujo mandato vai até setembro de 2020. Há informações não confirmadas de que Bolsonaro poderia indicar um militar para o cargo.

'Demissão de Galvão Seria Intervenção Inédita dentro do INPE', diz Pesquisador

Um pesquisador do INPE consultado por OVALE, sob anonimato, disse que uma eventual demissão de Ricardo Galvão do cargo de diretor faltando 13 meses para o final do mandato seria "uma intervenção inédita e desastrosa na história do INPE".

Os diretores do INPE são escolhidos após longo processo, que começa com a formação de um comitê de buscas. Tal grupo de notáveis recebe indicações, seleciona três nomes e os envia ao ministro da Ciência e Tecnologia para a decisão. O mandato é de quatro anos, permitindo uma recondução após nova seleção.

"Se Bolsonaro demitir Galvão e indicar um militar vai quebrar o protocolo, que é por mérito".


Fonte: Site do Jornal “O VALE” - 30/07/2019

Comentário: Pois é, e a mudança tem de ocorrer mesmo, afinal não se pode permitir condutas antiprofissionais como esta de um gestor de um instituto do governo. Além do mais, é preciso combater este corporativismo de esquerda nefasto ('feudos' como relatado recentemente aqui por um de nossos leitores) que tomou conta do INPE. No entanto presidente Bolsonaro, colocar um militar como gestor do INPE (mesmo sendo ele competente) não seria nada bom. O melhor seria que o Sr. Sergio Galvão e toda sua equipe sejam substituídos por profissionais civis competentes e aliados e verdadeiramente comprometidos em apresentar resultados a Sociedade Brasileira. Gestores de vários níveis que realmente estejam dispostos a falar menos e trabalhar mais e de forma correta, nem que sejam estrangeiros, desde que os mesmos sejam competentes e estejam compromissados com este objetivo.

Comentários

  1. Na notícia fica claro o que disse aqui alguns dias atrás: o INPE sobrevive em meio a guerra de facções de "pesquisadores". No caso, a turma da operação do Instituto sempre está em guerra contra a turma de Engenharia de Satélites, que tem o apoio da competente turma dos laboratórios especializados. O Dr. Leonel Fernando Perondi, que conheci pessoalmente em três visitas ao INPE, quando realizei pesquisa para meu TCC no Programa de MBA da FGV, dirigiu o INPE entre 2012 e 2016, mas não deve ter sido uma tarefa das mais fáceis e sobreviveu a dois mandatos por causa de sua postura sempre assertiva diante dos problemas. Um cara fantástico que deve ter acumulado muitos fios de cabelo branco para contornar tanta encrenca, num ambiente que deveria ser colaborativo, por excelência, mas que se tornou político-partidário e nocivo aos interesses do Ministério de Ciências e Tecnologia. Se o ministro Marcos Pontes não conseguir achar um meio de quebrar a espinha dorsal do sistema, ficará muito difícil o INPE ser revigorado. E o PESE está aí para demonstrar que o INPE será extinto naturalmente, em meio à torpeza de muitos que não sabem distinguir entre o profissional e o particular.

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  2. Lamentável que um presidente sem qualquer qualificação possa fazer um estrago numa das instituições mais conceituadas do país. Ainda mais questionando o prof. Galvão (fui aluno dele), uma pessoa extremamente gabaritada!

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