MD Envia Oficio a Comissão da Câmara Com Informações Sobre o PESE e os Seus Veículos Lançadores.
Olá leitor!
A “Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados” protocolou em 07 de junho 2019 o “Oficio 1ªSec/RI/E/n° 550/19” que trata do “Requerimento de Informação n° 630/2019” feito ao Ministro da Defesa (MD), Fernando Azevedo e Silva, solicitando informações sobre o Programa Estratégico de Sistema Espaciais (PESE).
A “Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados” protocolou em 07 de junho 2019 o “Oficio 1ªSec/RI/E/n° 550/19” que trata do “Requerimento de Informação n° 630/2019” feito ao Ministro da Defesa (MD), Fernando Azevedo e Silva, solicitando informações sobre o Programa Estratégico de Sistema Espaciais (PESE).
Pois então leitor, em 05 de julho de 2019, o Ministro Fernando
Azevedo protocolou o “Oficio n° 17977/GM-MD em resposta a solicitação desta comissão,
resposta esta que no que diz respeito aos futuros veículos lançadores de
satélites Aquilia-1 e Aquila-2 despertou muito a minha atenção.
E dado momento deste documento o mesmo relata:
“PROJETO DO VEÍCULO LANÇADOR AQUILA
Descrição: Os veículos lançadores do PESE são projetos estruturantes. Trata-se de produtos
intermediários do PESE fundamentais para consolidação das capacidades classificadas
como estratégicas nos âmbitos técnicos e industrial, as quais tornam possível e
viável o desenvolvimento dos veículos satelitizadores nacionais no médio e
longo prazo. Abaixo, encontra-se descritos os principais projetos estruturantes
em andamento, sendo eles, os veículos suborbitais e o programa Veículo Lançador
de Microssatélites (VLM).
a) VS-50 - em se tratando de veículos suborbitais existem
o VSB-30, VS-40, VS-43 e o VS-50 (faltou Ministro Azevedo citar o VS-30 e os
seus derivados VS-30/Orion e VS-31/Orion, além do fato de não existir nenhum
VS-43 e muito menos o VS-50 ainda), sendo este ultimo um veículo suborbital
composto por um propulsor sólido S50 no primeiro estágio e um propulsor S44 no
segundo estágio. O veículo foi concebido em conjunto com DLR-MORABA (German Aerospace
Center) para ensaiar experimentos do projeto SHEFEX, componentes que poderão ser
utilizados no projeto VLM e, principalmente, para desenvolver, fabricar e qualificar
em voo o motor S50;
b) VLM - como projeto de configuração básica de veículo
lançador, o VLM-1 (Veículo Lançador de Microssatélites) é um foguete em
desenvolvimento no Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) em conjunto com o
DLR. Em sua configuração básica como veículo lançador, o VLM-1 deverá inserir
um microsatélite em órbita equatorial. Na configuração de referencia atual, há três
estágios, sendo que os dois primeiros são idênticos e constituídos de por
motores S50, em fibra de carbono, com 12t de propelente sólido. O 3 estágio utilizará o motor S44, já qualificado,
do 4° estágio do VLS-1. Esta configuração de referencia pode evoluir nas fases
mais avançadas do projeto. Por não possuir um estágio líquido para a inserção em
alta precisão de um satélite em órbita, o VLM-1 não atende as aplicações
operacionais onde a precisão de órbita é mandatória;
c) AQUILA –1 - Os veículos laçadores da série AQUILA-1
atendem as aplicações que necessitam precisão e capacidade para inserir uma
carga de 300kg em órbita de baixa inclinação
de 500km de altitude. Os veículos da série AQUILA-1 devem conter,
necessariamente, em suas configurações os motores S50 de produção nacional. Os
veículos da Série AQUILA-1 devem conter, prioritariamente, em suas configurações
os motores de propulsão líquida L5 de produção nacional ou outra configuração que
permita uma evolução gradativa do desenvolvimento do motor L75; e
d) AQUILA-2 - Os veículos laçadores da série AQUILA-2
devem ser capazes de inserir uma carga de 500kg em órbita polar de 700km de
altitude. Os veículos da série AQUILA-2 devem conter, necessariamente, em suas configurações
os motores S50 de produção nacional. Os veículos da Série AQUILA-2 devem
conter, prioritariamente, em suas configurações os motores de propulsão líquida
L75 de produção nacional.
Situação atual: O programa prevê o lançamento do VLM em
2021, AQUILA-1 em 2023 e AQUILA-2 em 2026.
Previsão Orçamentária: A previsão orçamentária total
somente para o projeto VLM é de R$ 143.000.000,00.
A estimativa do custo total para o veículo AQUILA-1 é de
340.000.000,00.
A estimativa do custo total para o veículo AQUILA-2 ainda
deverá ser analisada em função da evolução dos projetos VLM e AQUILA-1.”
Pois bem leitor, o oficio enviado pelo Ministro Fernando
Azevedo à Comissão da Câmara, trata
também de outros projetos relacionados pelo PESE e caso o leitor queira ter
acesso basta clicar aqui.
Aproveitamos aqui para agradecer publicamente ao leitor ‘Blog
Luiz’ pelo envio deste interessante e esclarecedor documento sobre os planos do
Ministério da Defesa/Comando da Aeronáutica (MD/COMAER) relacionados com o Programa
Estratégico de Sistema Espaciais (PESE).
ANALISE DO BLOG
Bom leitor, os planos do MD/COMAER para o PESE parecem
muito bons, né verdade? Pois então, mas diante da forma gerencial nas últimas décadas como as
coisas tem sido conduzidas no DCTA/IAE, e principalmente no
mesmo período por governos populistas de merda (pseudos direitas e esquerdas) sem
qualquer compromisso sequer em construir uma país de verdade, essas pretensões estão
mais para falácia do Ministro Fernando Azevedo do que qualquer outra coisa.
Não que esses planos não possam ser alcançados mesmo
nesses prazos já que há profissionais e conhecimento tecnológico no país para
tanto, mas para isso o modelo de gestão precisa ser modificado, colocando
profissionais especializados, motivados e compromissados nas gestões desses
projetos, sob a monitorização, financiamento e cobrança por resultados e cumprimento
de prazos de um governo realmente comprometido em transformar o Brasil numa
potencia espacial.
Infelizmente da forma como as coisas estão, não há como o
IAE, hoje um instituto cheio de problemas gerencias, e vícios improdutivos para
um instituto de pesquisa, fora os empecilhos legais oriundos da falta de uma
politica espacial realmente antenada com o desenvolvimento C&T, não há como
realizar nada, muito menos produzir veículos lançadores, e o grande exemplo disso é o que ocorreu com o Projeto SARA, o Projeto
do Motor líquido L15 e o próprio Projeto do Motor líquido L75 (atualmente
parado) que já se ensaia abandonar, apesar do mesmo ter sido citado neste
documento acima pelo Ministro Fernando Azevedo.
Ou seja leitor, o histórico é muito
ruim do IAE nos últimos 20 anos que não consegue no setor espacial finalizar absolutamente
nada, e se não houver um verdadeiro choque de gestão neste modelo fracassado, o
VLM-1 poderá não passar de um protótipo ou mesmo ter o melancólico fim do
VLS-1.
Duda Falcão
Que bom , mais informações (sempre escassas ) sobre os novos lançadores. Obrigado Duda pelas postagens.
ResponderExcluirOlá Justin!
ExcluirNão há de que amigo, é a nossa função. Entretanto, enquanto as coisas não mudarem, as projeções feitas pelo Ministro Fernando Azevedo não passam de pura fantasia, mesmo que os recursos sejam liberados, afinal caberá ao IAE provar de que é capaz realmente de realizar um projeto com eficiência, dinamismo, e competência dentro do prazo determinado, coisa que creio jamais fizeram. E como eu disse, sem um choque de gestão, jamais farão. Além do mais o modelo hoje mais exitoso no mundo é o desenvolvimento privado e o governo precisa entender isto definitivamente.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)