Olhar Digital: "Odail Star One, o Primeiro Satélite Brasileiro a Ser Lançado em Território Nacional Deve Voar em Breve". Na Verdade, Não é Bem Assim.

Caros leitores e leitoras do BS!
 
No dia de ontem (15/06), o portal Olhar Digital informou que o Primeiro Satélite Brasileiro Lançado em Território Nacional deverá voar em breve, já que uma empresa que coloca IA no Agronegócio, está financiando o satélite que deverá decolar em 2025 diretamente da Base de Alcântara.
 
Recentemente, falamos aqui sobre esse satélite de nome curioso (reveja aqui), mas o site Olhar Digital cometeu um erro significativo ao afirmar que este seria o primeiro satélite lançado diretamente da Base de Alcântara, caso a missão seja bem-sucedida. Acontece que os foguetes VLS 1 (Veículo Lançador de Satélites 1), que chegaram a ser lançados nas Operações Brasil e Almenara, também transportaram satélites brasileiros (os satélite SCD-2 e o SACI-2), embora não tenham alcançado a órbita devido os foguetes terem falhados.
 
Além disso, caso o voo do "Satélite Odail Star One" ocorra, de fato, através do primeiro lançamento comercial de Alcântara do foguete sul-coreano HANBIT-Nano da empresa INNOSPACE, como certamente será, vale destacar que este foguete carregará também, dois outros satélites brasileiros a bordo. São eles os cubesats "Golds" (Global Open Collect Data System), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e o "CONASAT-1", desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
 
Portanto, até onde sabemos, não é possível afirmar com certeza qual dos satélites será injetado primeiro em órbita durante esse lançamento comercial, que será o primeiro realizado a partir de Alcântara em 2025. Diante disso, peço desculpas ao autor da matéria, mas infelizmente a informação apresentada não está correta.
 
(Imagem: Shutterstock)
Satélite ilustrativo.
 
Mas vamos lá, segundo a nota do portal, o Brasil já teve satélites próprios, como o recente Amazônia 1, e até mesmo o SCD-1, lançado em 1993 sendo o primeiro objeto brasileiro do tipo. Mas até hoje nenhum satélite feito aqui foi lançado em território nacional. Isso deve mudar em 2025 com o lançamento do Odail Star One a partir do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão.
 
O satélite pertence a SpotSat, empresa que usa inteligência artificial para tomada de decisões no agronegócio. O satélite é planejado para identificar riscos e ameaças em plantações em tempo real.
 
José Renato, CEO da SpotSat, conta que o primeiro satélite brasileiro que será lançado do Brasil foi batizado em homenagem ao seu pai, João Odail, um dos pioneiros da aeronáutica no Brasil. Formado pelo ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) na turma de 1964 foi um dos responsáveis pelo voo inaugural do avião Bandeirante em 1968.
 
(Imagem: Divulgação)
José Renato, CEO da SpotSat.
 
O CEO diz ainda que esse é apenas o primeiro satélite de um longo projeto da companhia no espaço, incluindo uma constelação de satélites na qual a empresa já está trabalhando e planeja lançar nos próximos anos. Para ele, o grande objetivo da empresa é "conquistar a independência do Brasil no espaço".
 
Base de Alcântara
 
* O Centro de Lançamento de Alcântara fica no município de mesmo nome no estado do Maranhão.
 
* Ele é considerado uma das bases mais bem localizadas do mundo, pois fica a apenas 250 km da linha do Equador.
 
* Nessa região, o foguete consegue aproveitar a velocidade de rotação da Terra para entrar em órbita – o que reduz gastos com combustível.
 
* O local também tem um período de chuvas bem definido e, na maior parte do ano, faz sol.
 
*Ou seja, as condições são extremamente favoráveis para o lançamento dos foguetes.
 
* Como vocês sabem, o Brasil não tem um histórico muito rico de missões espaciais.
 
* Alcântara, porém, já sediou o lançamento de foguetes de outros países.
 
* Entre eles os Estados Unidos, que, desde 2019, tem um acordo com o Brasil para uso comercial da base.
 
(Imagem: Warley de Andrade/TV Brasil)
A Base de Alcântara é o centro de lançamento com maior potencial no Brasil.
 
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