FAB Enaltece o Passado Escondendo Seu Presente em Nota Para Divulgar o Lançamento de Hoje (29/11), do Foguete VS-30 da Operação Potiguar

Caros leitores e leitoras do BS!
 
No dia de ontem (28/11), o portal da outrora gloriosa Força Aérea Brasileira (FAB), postou uma nota enaltecendo o que já foi realizado pela instituição, é verdade, mas em um outro momento extremamente positivo da sua história que se já foi e pelo visto não voltará. Ou seja, o desenvolvimento pelo atualmente sucateado Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) do foguete de sondagem VS-30, o mesmo que será lançado do (Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) no dia de hoje (29/11).
 
Entretanto entusiastas do BS, a FAB esqueceu convenientemente que o seu instituto não desenvolve um foguete diretamente há exatamente duas décadas, sendo o ultimo deles desenvolvido o fantástico VSB-30, lançado do CLA pela primeira vez em 29/09/2004, durante as atividades da "Operação Cajuana". Para vocês terem uma ideia, esse foguete VS-30 da missão de hoje foi lançado pela primeira vez em 24/04/1997.
 
Fotos: Sargento Mônica / CECOMSAER
 
Pois estão, de acordo com a nota do portal, nesta sexta-feira (29/10), a Força Aérea Brasileira (FAB) vai realizar o lançamento de um foguete de sondagem suborbital a partir de Parnamirim (RN). O envio ao espaço do VS30 V15 é parte da Operação Potiguar, que busca maior autonomia para o Brasil em eventos de lançamento deste tipo de veículo.
 
Nesta primeira fase, o objetivo é treinar a equipe do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), assim como verificar equipamentos e processos envolvidos na atividade. Já na segunda fase, programada para 2025, o intuito é qualificar a plataforma suborbital de microgravidade (PSM), ou seja, a parte superior do VS-30, que comporta experimentos e conta com diversos sistemas eletrônicos.
 
 
Projetado pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), o VS30 é um foguete monoestágio, não-guiado e lançado por meio de trilho. É composto por um estágio propulsivo com quase uma tonelada de combustível sólido e pela PSM. Este veículo de sondagem, inteiramente fabricado no Brasil, pode alcançar altitude máxima de pouco mais de 150 quilômetros, com uma velocidade máxima de seis mil km/h.
 
De acordo com o coordenador da Operação Potiguar, Tenente-Coronel Engenheiro Fernando César Monteiro Tavares, o  VS30 cumpre missões de microgravidade com cargas úteis na faixa de 260 kg a 330 kg e  altitude máxima de 120 km a 160 km. “Esses foguetes são utilizados para experimentos científicos e tecnológicos voltados às indústrias de fármacos, metalurgia, semicondutores, alimentos e muitas outras”, destaca.
 
Uma vez que o ambiente suborbital é livre de influências atmosféricas, como a presença de oxigênio e da própria gravidade, o envio desses experimentos ao espaço colabora com as pesquisas necessárias à implementação de novos produtos. Ao longo do tempo, tais ensaios passam a fazer parte do dia a dia de toda a sociedade.
 

Orbital x Suborbital
 
Os veículos orbitais possuem energia e velocidade suficientes para colocar satélites em órbita, em volta da Terra. Já os suborbitais, mesmo atingindo altitudes que ultrapassam a atmosfera, não possuem capacidade para entrar em órbita. O custo de uma operação suborbital, muitas vezes, pode corresponder a cerca de 40% de um lançamento orbital.
 
Família S30
 
Atualmente, o IAE possui dois foguetes suborbitais operacionais, o VS30 e o VSB30, que, junto ao VS30 Orion (versão descontinuada), formam a família de veículos S30. Todos eles possuem motores a propulsão sólida, sendo que o primeiro é monoestágio e o segundo um veículo biestágio. Ambos são lançados por trilho, fazem uma trajetória parabólica e, uma vez que não possuem controle de atitude, são estabilizados por rotação.
 
O projeto S30 teve início em 1996, com o primeiro voo ocorrendo, em 1997, a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão (MA). Até hoje, já foram realizados 14 lançamentos do VS30 e outros 40 do VSB-30.
 
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