Descoberta Recente de Exoplaneta Rochoso Prematuro Desafia Teorias da Formação Planetária
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[Imagem: NASA/JPL-Caltech/R. Hurt, K. Miller (Caltech/IPAC)]
No dia de ontem (21/11), o portal Inovação Tecnológica noticiou que um Planeta Rochoso Prematuro descoberto recentemente por pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte (EUA), está desafiando teorias da formação planetária.
Não sabemos exatamente qual foi o período de gestação da Terra, mas temos boas estimativas, com os melhores cálculos indicando que levou de 10 a 20 milhões de anos para que nosso planeta se formasse.
Assim, esse tem sido nosso referencial para calcular o período de formação dos planetas rochosos, similares à Terra.
É por isso que está causando surpresa a descoberta feita por Madyson Barber e colegas da Universidade da Carolina do Norte, nos EUA.
Barber descobriu um exoplaneta rochoso, chamado TIDYE-1, que tem apenas 3 milhões de anos de idade, uma indicação de que o período de gestação de um planeta pode ser muito menor do que se pensava.
"A astronomia nos ajuda a explorar nosso lugar no Universo - de onde viemos e para onde podemos estar indo. Descobrir planetas como este nos permite olhar para trás no tempo, vislumbrando a formação planetária enquanto ela acontece," disse Barber.
Com essa ideia em vista, a equipe tem como objetivo explorar como os planetas se formam e evoluem, com foco na identificação de planetas em vários estágios, para entender melhor esses processos.
Métrica Cosmológica
Sendo o planeta em trânsito mais jovem conhecido, TIDYE-1b não apenas oferece uma janela única para o ambiente de um sistema planetário emergente, como também lança uma nova luz sobre as potenciais diferenças entre nosso Sistema Solar e sistemas que hospedam planetas gigantes próximos, como TIDYE-1b, fornecendo um contexto maior para nossa própria vizinhança cósmica.
Na verdade, embora o Sistema Solar ainda nos sirva como referencial, é incomum encontrar outros sistemas planetários como o nosso, no qual os planetas gigantes gasosos estão tão longe da estrela - esta ainda é uma questão em aberto no campo da formação planetária.
Outro elemento interessante da descoberta é que esse "planeta prematuro" ainda está dentro do seu disco natal de material, permitindo que os astrônomos estudem o processo de formação de perto. Na verdade, é possível que o TIDYE-1b ainda nem esteja totalmente formado: Ele pode estar crescendo por acreção de material ou, inversamente, pode estar perdendo sua atmosfera superior devido à influência de sua estrela hospedeira.
A equipe pretende a seguir analisar como a atmosfera do exoplaneta se compara ao material do disco ao redor, o que deverá fornecer informações sobre o estabelecimento de sua órbita - o planeta circula sua estrela a cada uma semana.
Saiba mais:
Autores: Madyson G. Barber, Andrew W. Mann, Andrew Vanderburg, Daniel Krolikowski, Adam Kraus, Megan Ansdell, Logan Pearce, Gregory N. Mace, Sean M. Andrews, Andrew W. Boyle, Karen A. Collins, Matthew De Furio, Diana Dragomir, Catherine Espaillat, Adina D. Feinstein, Matthew Fields, Daniel Jaffe, Ana Isabel Lopez Murillo, Felipe Murgas, Elisabeth R. Newton, Enric Palle, Erica Sawczynec, Richard P. Schwarz, Pa Chia Thao, Benjamin M. Tofflemire, Cristilyn N. Watkins, Jon M. Jenkins, David W. Latham, George Ricker, Sara Seager, Roland Vanderspek, Joshua N. Winn, David Charbonneau, Zahra Essack, David R. Rodriguez, Avi Shporer, Joseph D. Twicken, Jesus Noel Villaseñor
Revista: Nature
Vol.: 635, pages 574-577
DOI: 10.1038/s41586-024-08123-3
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