Operação MASER 16

DESCRIÇÃO DA CAMPANHA
 
Operação:
MASER 16 (SubOrbital Express 4 - S1X4)
Foguete: VSB-30
Número do vôo do foguete: 39
Data de lançamento: 26 de novembro de 2024
Horário: às 6 da manhã (horário local)
Apogeu do vôo: 256 quilômetros
Tempo de voo: Não divulgado
Tempo de Microgravidade: Seis minutos
Massa da Carga Útil: 409 kg
Local: Esrange Space Center (ESC) - Kiruna (Suécia)
Objetivo: Transportar seis experimentos científicos para serem experimentados em ambiente de microgravidade.
Resultado: Sucesso Total
 
Carga Útil Embarcada
 
* MicACTin:
Este experimento de células-tronco em ciências da vida investigou como o sistema imunológico é afetado por condições de microgravidade.
 
Com o nome completo "Células T em microgravidade: Microscopia de alta resolução e perfilagem profunda de expressão gênica para encontrar o gravissensor das células T", este experimento focou em entender como a microgravidade afeta as células T, um componente crucial do sistema imunológico.
 
Essa pesquisa é particularmente relevante para astronautas expostos à gravidade zero, o que pode prejudicar sua função imunológica. No entanto, o entendimento completo desse processo também ajudará os cientistas a desenvolver ferramentas e tratamentos para desencadear uma ativação adequada do sistema imunológico para qualquer pessoa.
 
Saiba mais sobre o experimento MicACTin com o Gerente de Projeto Alf Vaerneus. A pesquisa focou em entender como a microgravidade afeta as células T, que são componentes cruciais do sistema imunológico.
 
O sistema do experimento exporá 32 cassetes experimentais à microgravidade e outras 16 cassetes a 1-g por meio de uma centrífuga, fornecendo um conjunto de referência para comparação.
 
O projeto foi conduzido pelo Karolinska Institutet (KI) na Suécia, com financiamento da Agência Espacial Europeia (ESA), e o sistema foi desenvolvido pela SSC em conjunto com a Sioux Technologies.
 
* LiFiCo:
Este experimento de química física investigou técnicas aprimoradas para células solares.
 
Intitulado "Revestimento de filme líquido e secagem sob condições de microgravidade em sistemas relevantes para células solares orgânicas", este experimento investigou a microestrutura produzida durante o revestimento líquido, que é um dos principais fatores para a eficiência do produto final.
 
Um substrato de vidro foi revestido com uma solução orgânica, mergulhando o substrato no líquido durante condições de microgravidade. O resultado deste procedimento fornecerá aos cientistas valiosas informações sobre como produzir células solares mais eficientes.
 
Assista Christian Lockowandt, Gerente de Projetos, apresentar o experimento LiFiCo, uma pesquisa que visa melhorar a técnica de fabricação de células solares.
 
O projeto foi conduzido pela Universidade de Karlstad, na Suécia, com financiamento da Agência Espacial Europeia (ESA), e o sistema foi desenvolvido pela SSC.
 
* DUST-II:
Este experimento investigou como minúsculos grãos de poeira se formam e crescem no espaço.
 
Com o nome completo de "Determinando Características Desconhecidas, mas Significativas", este experimento levou um laboratório em miniatura para o espaço para simular como os pequenos grãos de poeira se formam e crescem. No entanto, exatamente como os grãos de poeira se formam e crescem depende de muitos fatores diferentes, portanto, o experimento foi projetado para estudar quais fatores são mais importantes.
 
Saiba mais sobre esse experimento de poeira de carbono DUST-II, através do Engenheiro de Sistema Jianning Li.

A pesquisa poderá ajudar a entender eventos astronômicos distantes, incluindo estrelas gigantes, sistemas planetários recém-formados e as atmosferas de planetas em sistemas solares alienígenas ao redor de outras estrelas. Também pode ajudar os cientistas aqui na Terra a obter melhor controle sobre nanopartículas em diversos campos de estudo, incluindo energia solar, catálise química, sensores e nanomedicina.
 
O projeto foi conduzido de forma colaborativa pela Universidade de Hokkaido no Japão e pela Universidade de Braunschweig na Alemanha, com financiamento da Agência Espacial Japonesa (JAXA) e da Agência Espacial Alemã (DLR). O experimento foi desenvolvido pela Universidade de Hokkaido, e o sistema de aviônicos e a implementação foram realizados pela SSC.
 
* JACKS:
De nebulosas cósmicas aos anéis de Saturno, e até mesmo tempestades de poeira na Terra, os gases granulares estão por toda parte. O experimento JACKS, ao utilizar hexápodes saltitantes em um volume confinado, investigou como eles se comportam.
 
Com o nome completo de "Gases granulares compostos por partículas complexas", este experimento explorou o comportamento dos gases granulares que possuem formas de grãos mais complexas do que as esferas convencionalmente estudadas. Esta área de pesquisa possui uma enorme importância científica e prática, podendo avançar nossa compreensão sobre física, engenharia e até mesmo exploração espacial. De certa forma, trata-se das fases posteriores das aglomerações de poeira exploradas no Dust-II.
 
Saiba mais sobre o experimento de gás granular JACKS, através do engenheiro elétrico 'Andreas Stein', da Airbus Defense & Space.
 
Na astronomia e cosmologia, entender o comportamento de sistemas granulares lança luz sobre a formação e dinâmica de corpos celestes, como asteroides, cometas, planetesimais e anéis planetários.
 
Pode-se aprender muito sobre a forma como esses objetos evoluem e interagem, como a dissipação de energia, bem como os mecanismos de transferência de energia e calor, com implicações múltiplas para o design de aplicações eficientes na Terra e no espaço.
 
O projeto foi conduzido pela Universidade de Ciências Aplicadas de Brandemburgo (THB) e pela Universidade Otto von Guericke de Magdeburgo (OvGU) na Alemanha, com financiamento da Agência Espacial Europeia (ESA) e da DLR. O sistema foi desenvolvido na OvGU e construído pela Airbus Defence and Space.
 
* BFS:
Fucus vesiculosus, também conhecido como bladderwrack, é uma macroalga marrom perene comum tanto nas costas com maré do Atlântico Norte quanto no Mar Báltico, onde se adaptou a condições de baixa salinidade e sem maré ao longo dos últimos 7.000 anos. Ela se reproduz por meio de uma liberação sincronizada de ovos e espermatozoides na água, onde ocorre a fertilização.
 
No início dos anos 1990, foi descoberto que o ciclo reprodutivo parece estar ligado à lua cheia e à lua nova. Embora seja fácil para a alga marinha do Oceano Atlântico acompanhar os ciclos lunares, pois estão relacionados com as marés, ainda é um mistério para a comunidade científica como o bladderwrack no Mar Báltico sincroniza sua reprodução com o ciclo lunar, já que este mar não possui marés.
Com o nome completo de "Baltic Fucus in Space", este experimento de microgravidade acomodou amostras de tecido de Fucus em 16 tubos contendo água salobra, mantendo-os em um regime controlado de luz dia-noite. Será que esse mistério intrigante será desvendado?
 
O projeto foi conduzido pelo Stockholm University Baltic Sea Centre na Suécia. O sistema foi desenvolvido de forma colaborativa pela University of Gothenburg e o Stockholm University Baltic Sea Centre. A análise de RNA será realizada em colaboração com a Helsinki University.
 
* TATTS:
Este experimento teve como objetivo capturar um vídeo do comportamento da água em um ambiente de microgravidade. O experimento continha uma câmera de vídeo e uma fonte de luz, alimentadas por um sistema independente.
 
O projeto foi conduzido pela Universidade de Linköping, na Suécia. O sistema foi desenvolvido de forma colaborativa pela Universidade de Linköping, na Suécia, e pela Universidade do Colorado, em Colorado Springs, EUA.
 
Instituições Envolvidas
 
ESA - Agência Espacial Europeia
DLR - Centro Aeroespacial Alemão
DLR MORADA - Base Móvel de Mísseis do DLR
SSC - Swedish Space Corporation (Suécia)
KI - Karolinska Institutet (Suécia)
KU - Universidade de Karlstad (Suécia)
HU - Universidade de Hokkaido (Japão)
BU - Universidade de Braunschweig (Alemanha)
THB - Universidade de Ciências Aplicadas de Brandemburgo (Alemanha)
OvGU -  Universidade Otto von Guericke de Magdeburgo (Alemanha)
SUBSC - Stockholm University Baltic Sea Centre (Suécia)
GU - Universidade de Gothenburg (Suécia)
HU - Universidade de Helsinki (Finlândia)
LU - Universidade de Linköping (Suécia)
CU - Universidade do Colorado (EUA)
ST - Sioux Technologies (Holanda)
ADS - Airbus Defence and Space (Europa)
 
Instituições Indiretamente Envolvidas
 
AEB - Piada Espacial Brasileira
IAE - Instituto de Aeronáutica e Espaço
DCTA - Departamento de Ciências e Tecnologia Aeroespacial
 
VSB-30 é Lançado com Sucesso na Europa
 
Hoje (26/11), ocorreu um dos lançamentos de foguetes mais importantes e aguardados do ano, a partir do centro espacial Esrange da SSC, localizado acima do Círculo Polar Ártico, no norte da Suécia. Seis projetos científicos de diversos países a bordo do SubOrbital Express-4 foram realizados em microgravidade – experimentos que vão desde a medicina até a transição para energias renováveis e a origem da vida.
 
Às 6 da manhã, no horário local, o foguete brasileiro VSB-30 da Operação MASER 16 (SubOrbital Express-4 - S1X4), foi lançado a uma altitude de 256 quilômetros, onde os seis experimentos a bordo puderam ser realizados durante seis minutos de microgravidade no espaço. Após mais de dois anos de planejamento e preparação, cientistas dos Estados Unidos, Japão, Alemanha, Holanda, Finlândia e Suécia viram suas pesquisas decolar para os céus nevados.
 
A bordo, havia experimentos que variavam desde o sistema imunológico humano, formas de fabricar células solares mais eficientes para uma produção de energia mais limpa, até pesquisas sobre partículas que fornecerão respostas sobre o nascimento do nosso universo. A carga útil foi rapidamente localizada e agora está sendo recuperada por helicóptero.
 
“Nosso programa de foguetes suborbitais, SubOrbital Express, oferece aos pesquisadores, cientistas e empresas comerciais um acesso rápido e fácil a condições de microgravidade no espaço. Estamos orgulhosos de anunciar mais um lançamento bem-sucedido e uma jornada segura para o espaço para esses importantes projetos científicos. Imagine os benefícios de longo prazo que poderiam surgir a partir das descobertas feitas por meio desses projetos”, diz Charlotta Sund, CEO da SSC.
 
“Estou muito empolgado em ver que a ESA está a bordo do SubOrbital Express apoiando três experimentos: um em ciência biológica e dois em ciência física. Além disso, o Esrange, como campo de testes, tem um grande potencial para futuras atividades de exploração e estou ansioso para aprofundar a cooperação", disse Daniel Neuenschwander, Diretor de Exploração Humana e Robótica da Agência Espacial Europeia (ESA), durante sua visita à campanha no Esrange.
 
VÍDEOS:
 
Fonte:  Swedish Space Corporation (SSC)

 
Lançamento do VSB-30 da operação SubOrbital Express 4 - 26/11/2024.
 
 
FOTOS:
 
Fotos e imagens: Swedish Space Corporation (SSC)

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