As Agênciais Espaciais ESA e a JAXA Assinaram Declaração Conjunta Sobre a Ampliação da Cooperação no Espaço Profundo

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Crédito: ESA
A nave espacial ESA/JAXA BepiColombo seguirá uma trajetória revisada para alcançar Mercúrio em resposta a problemas com seu sistema de propulsão elétrica.
 
No dia de ontem (21/11), o portal SpaceNews noticiou que as agências espaciais europeia e japonesa emitiram uma declaração conjunta sobre o aprofundamento da cooperação em defesa planetária, a Lua, Marte e além.
 
Pois é entusiastas do espaço, fico me perguntando qual seria a diferença de um documento como esse assinado por europeus e japoneses e os tais Memorandos de Entendimentos (MoU) que o Mister MoU da Piada Espacial Brasileira (AEB) assina a toda hora pelo mundo? Simples, seriedade e compromisso. Um conhecidíssimo, prestigiado e serio profissional de setor espacial brasileiro disse-me certa vez: "Duda, como podemos ter resultados diferentes, se continuamos fazendo errado como sempre?" É aquela coisa amigos e amigas, eles fazem de conta que trabalham, e nós fazemos de conta que acreditamos, e no final, o Brasil segue caminhando pro buraco.
 
De acordo com a nota do portal, o presidente da JAXA, Hiroshi Yamakawa, e o diretor-geral da ESA, Josef Aschbacher, assinaram a declaração conjunta no dia 20 de novembro em Tsukuba, Japão, detalhando a nova cooperação em áreas como defesa planetária, observação da Terra, atividades pós-ISS em órbita baixa da Terra, ciência espacial e exploração de Marte.
 
Ambas as agências se comprometeram a aprofundar sua parceria nessas áreas e a trabalhar em direção a futuras missões impactantes.
 
A declaração compromete as duas agências a acelerar os estudos sobre a cooperação potencial para a missão Rapid Apophis Mission for Space Safety (RAMSES) da ESA, que visa estudar o asteroide Apophis, que passará perto da Terra em 2029. A missão precisa ser totalmente aprovada na próxima reunião ministerial da ESA, no final de 2025, mas o trabalho preliminar já está em andamento.
 
 
Missões para Marte e Pós-ISS
 
As duas agências também estão discutindo possíveis missões colaborativas de pequenos módulos de pouso em Marte na década de 2030. Essas missões aproveitariam a experiência em capacidades como propulsão elétrica e entrada, descida e aterrissagem.
 
A JAXA e a ESA também estão discutindo o planejamento de atividades pós-ISS em LEO para atender a objetivos científicos, sociais e econômicos. Elas também irão examinar uma colaboração potencial na exploração lunar, incluindo testes analógicos conjuntos e a sinergia de missões robóticas, dado os compromissos com o Gateway e o Artemis. A nova instalação de análogos lunares da ESA poderia ser aberta para engenheiros da JAXA. As duas agências também continuarão o trabalho na demonstração da interoperabilidade das capacidades de comunicação e navegação lunar, aproveitando o programa Moonlight da ESA.
 
No campo da ciência espacial, as duas agências apoiam os esforços colaborativos contínuos para a missão liderada pela ESA New Advanced Telescope for High-ENergy Astrophysics (Athena), assim como para os candidatos a missões de classe média M-MATISSE e Plasma Observatory, atualmente sob estudo competitivo. Também haverá diálogo contínuo sobre os planos de grandes missões da ESA focadas nas luas dos planetas gigantes e a missão LiteBIRD da JAXA.
 
A declaração destacou décadas de cooperação produtiva existente, incluindo missões conjuntas como a missão BepiColombo para Mercúrio e a missão EarthCARE para estudar como nuvens e aerossóis afetam o clima da Terra, além de astronautas da ESA e da JAXA trabalhando juntos a bordo da ISS.
 
A nova colaboração entre a ESA e a JAXA, chamada de "Next Big Cooperations", visa impulsionar o progresso social, a inovação científica e a exploração espacial sustentável, abordando questões globais críticas, como as mudanças climáticas e a defesa planetária, de acordo com a declaração.
 
A declaração foi bem recebida pela ispace, uma empresa privada japonesa envolvida na exploração lunar e com presença na Europa. "Como uma empresa global líder no desenvolvimento lunar com entidades no Japão e na Europa, recebemos sinceramente o recente anúncio da ESA e JAXA", disse Takeshi Hakamada, fundador e CEO da ispace, em uma declaração à imprensa.
 
"Tivemos o privilégio de trabalhar com ambas as agências espaciais em esforços significativos de exploração e recebemos com entusiasmo o reconhecimento das oportunidades comerciais 'com o objetivo de contribuir para novas descobertas científicas, bem como para a exploração humana na superfície lunar'", acrescentou Hakamada.
 
Futuras Iniciativas da JAXA
 
Enquanto isso, Koichi Suzuki, diretor adjunto para segurança e garantia de missões da JAXA, afirmou no Space Tech Expo Europe em Bremen, Alemanha, no dia 21 de novembro, que a agência está se baseando nas recentes conquistas de exploração e LEO, incluindo o pouso lunar SLIM, a missão Astroscale ADRAS-J apoiada pelo Commercial Removal of Debris Demonstration (CRD2) e a EarthCARE.
 
No futuro, o Japão retornará à Lua com o pouso lunar no polo sul LUPEX, em parceria com a Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO), trabalhará em um rover pressurizado tripulado para o programa Artemis e avançará para demonstrar a remoção de grandes detritos da órbita. Também haverá um foco em capacidades como manufatura aditiva.
 
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