Pentágono Financia Projeto de Startup Para Criação de Um 'Pequeno Reator de Fusão Para Aplicações Espaciais'
Olá leitores e leitoras do BS!
Segue abaixo uma notícia publicada ontem (21/06) no
site “Canaltech”, destacando que a ‘Unidade de Inovação em Defesa (DIU) do
Pentágono’ está financiando a startup ‘Avalanche
Energy’ para o desenvolvimento de um ‘Dispositivo
Compacto de Fusão Nuclear para Aplicações Espaciais’.
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Pentágono Financia Criação de Pequeno Reator de Fusão
Para Aplicações Espaciais
Por Wyllian
Torres
Editado por Rafael Rigues
21 de Junho de 2022 às 15h30
Fonte: Avalanche Energy, Via IEEE Spectrum
Via: Web Site Canaltech - https://canaltech.com.br
Fonte: Avalanche Energy
No mês passado, a Unidade de Inovação em Defesa (DIU) do
Pentágono concedeu um valor não informado à startup Avalanche Energy para o
desenvolvimento de um dispositivo compacto de fusão nuclear. O objetivo é usar
a tecnologia para gerar calor e eletricidade para alimentar o sistema de propulsão
de um satélite demonstrativo em 2027.
A fusão nuclear força os núcleos de átomos de hidrogênio (ou
outros elementos leves) uns contra os outros, liberando grandes quantidades de
energia. Mas a maior parte das tentativas de superar a repulsão eletrostática
das partículas envolve temperaturas extremamente altas ou poderosos pulsos de
laser.
(Imagem: Reprodução/Sarah Harman/U.S. Department of
Energy)
Isto resulta em um sistema grande, complexo e
extremamente custoso. A Avalanche, no entanto, baseou o conceito do seu
dispositivo de fusão Orbitron na tese de doutorado de Tom McGuire, então
estudante do Massachusetts Institute of Technology (MIT) em 2007.
A tese apresentava o chamado confinamento eletrostático
inercial (IEC), um dispositivo que confina íons de combustível em campos
elétricos suportados por eletrodos esféricos. Estes íons circulam no interior
do dispositivo, oferecendo repetidas chances de fusão.
Em seu trabalho, McGuire simulou o comportamento dos íons
em diferentes grades catódicas e observou que algumas configurações levavam à
auto-organização do plasma em uma coleção pulsante de “cachos de íons” —
durando milhares de vezes mais do que se os íons estivem sozinhos, aumentando
as chances de fusão.
Dispositivo de Fusão Orbitron
Em 2018 o conceito deste dispositivo chamou a atenção dos
engenheiros Robin Langtry e Brian Riordan, que trabalhavam na Blue Origin. Neste mesmo ano, eles fundaram a Avalanche e
em 2021 deixaram a Blue Origin.
(Imagem: Reprodução/Avalanche Energy)
Em março do ano passado, a Avalanche surgiu com US$ 5
milhões em financiamento de capital de risco e uma equipe de 10 pessoas. No
site, a empresa alega que os “pacotes de energia de fusão” são vistos como a
chave para um mundo com água limpa abundante, oceanos saudáveis e geleiras em
equilíbrio.
No pedido de patente solicitado por Langtry e Riordan, o
Orbitron é descrito como um sistema de contenção orbital de dezenas de
centímetros de tamanho. Nele, um feixe de íons de combustível interage com um campo eletrostático para ser conduzido ao redor do eletrodo
interno.
Neste sistema, os íons duram um segundo ou mais — 10
vezes mais do que nas simulações de McGuire e tempo suficiente para cada íon
realizar milhões de voltas no reator. O Orbitron produziria de 5 a 15
quilowatts, funcionado sozinho ou em grupos para diversas finalidades de
energia limpa em escala de megawatts.
(Imagem: Reprodução/Avalanche Energy)
Para o Pentágono, a tecnologia é interessante para
permitir que pequenas naves espaciais ou sondas realizem manobras independentes
no espaço profundo com cargas úteis mais potentes. Por outro
lado, especialistas acreditam que desenvolver uma tecnologia destas em cinco
anos é um tanto complicado.
Sobretudo por conta dos muitos desafios técnicos a serem
superados para entregar um sistema capaz de fornecer mais energia do que
consome. Jason Cassibry, professor da Universidade do Alabama, disse que a
Avalanche precisará trabalhar muito para descobrir a combinação perfeita para o
sistema funcionar.
No pior dos cenários, a tecnologia atenderia uma demanda
comercial a curto prazo, podendo ser usada para fazer imagens médicas ou em
equipamentos de segurança interna.
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