Segundo Pesquisadores da 'Universidade de Cambridge', a Presença de Vida Não Poderia Explicar os Níveis de Dióxido de Enxofre Encontrados no Planeta Vênus
Olá leitores e leitoras do BS!
Segue abaixo uma notícia publicada ontem (14/06) no
site “Canaltech”, destacando que segundo
pesquisadores da Universidade de Cambridge, do Reino Unido, a presença de vida não poderia explicar os níveis de dióxido
de enxofre encontrados no planeta Venus.
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Presença de Vida Não Poderia Explicar Níveis de Dióxido de Enxofre em Vênus
Por Danielle
Cassita
Editado por
Rafael Rigues
14 de Junho de
2022 às 18h10
Fonte: Nature
Communications; Via: University of Cambridge
Via: Web Site Canaltech - https://canaltech.com.br
Fonte: NASA/JPL-Caltech
Pesquisadores da Univesidade de Cambridge trabalharam com
uma combinação de bioquímica e química atmosférica para testar a chamada
“hipótese da vida nas nuvens” de Vênus, que rende discussões entre astrônomos
há décadas. A conclusão foi que caso seres
vivos “aéreos” existissem no planeta, eles não poderiam explicar o
comportamento do enxofre na atmosfera, e seria preciso rever o que se sabe
sobre reações atmosféricas.
Embora Vênus não tenha condições na superfície adequadas
para a vida como conhecemos, alguns autores sugerem que as nuvens do planeta
sejam mais amigáveis para formas de vida — e foi nelas que os cientistas
identificaram assinaturas químicas estranhas. O esperado é que qualquer vida em
quantidade suficiente deixe “rastros” químicos na atmosfera do planeta, vindos
do consumo de alimento e produção de resíduos; contudo, nada do tipo foi
encontrado no planeta.
(Imagem: Reprodução/NASA)
Pensando nisso, os pesquisadores tentaram investigar a
curiosa presença do dióxido de enxofre (SO2) nas nuvens do nosso
vizinho. “A vida é muito boa com química estranha, então estudamos se havia
alguma forma de a vida ser a possível explicação para o que observamos”, disse
Dr. Paul Rimmer, coautor do estudo.
Para o estudo, eles estudaram reações químicas esperadas
com base nas fontes de energia química na atmosfera do planeta, por modelos
atmosféricos e bioquímicos. “Analisamos o ‘alimento’ baseado em enxofre,
disponível na atmosfera
venusiana — não é nada que eu ou você gostaríamos de comer, mas é a
principal fonte de energia”, explicou Sean Jordan, autor principal do estudo.
No caso, os modelos trabalharam com o dióxido de enxofre.
O composto está presente principalmente na parte inferior das nuvens do
planeta, mas também ocorre em altitudes maiores. Os modelos incluíram ainda uma
lista de reações metabólicas que seres vivos poderiam realizar para conseguir
alimento, junto dos resíduos liberados. Com isso, os pesquisadores queriam
verificar se a diferença dos níveis do dióxido
de enxofre poderia ser explicada pelas reações.
A equipe descobriu que reações metabólicas podem, de
fato, reduzir os níveis de SO2 — mas apenas por meio da produção de outras
moléculas em grandes quantidades, que não foram encontradas. Por isso, os
resultados definiram um limite firme para a quantidade de vida que poderia
existir em Vênus sem desmontar o entendimento de como as reações químicas
ocorrem em atmosferas
planetárias.
(Imagem: Reprodução/NASA/JPL-Caltech)
Jordan acredita que, se seres vivos estivessem por trás
dos níveis de compostos observados em Vênus, isso afetaria tudo o que se sabe
sobre a química atmosférica do planeta. “Se a vida não é responsável pelo que
vimos em Vênus, ainda há um problema a ser resolvido — há muita química
estranha para acompanhar”, finalizou.
Além disso, mesmo que não haja evidências de seres que se
alimentam de enxofre por lá, o método de análise das assinaturas atmosféricas
pode servir para futuros estudos de outros mundos, com o telescópio
espacial James Webb. “Mesmo que ‘nosso’ Vênus esteja ‘morto’, é possível
que planetas como ele, em outros sistemas, possam abrigar vida”, sugeriu
Rimmer. “Podemos aproveitar o que aprendemos aqui e aplicar a sistemas
exoplanetários”.
O artigo com os resultados do estudo foi publicado na
revista Nature Communications.
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