'Fundação B612' Anuncia Descoberta de mais de 100 Novos Asteroides Perigosos Através de Ferramenta Inovadora
Olá leitores e leitoras do BS!
Segue abaixo uma notícia postada ontem (31/05) no
site ‘Olhar Digital’, destacando que graças a uma ferramenta inovadora, a Fundação B612, um
grupo sem fins lucrativos cocriado pelo ex-astronauta da NASA ‘Edward Tsang Lu’,
anunciou a descoberta de mais de 100 novos asteroides perigosos.
Pois então,
sensacional, e demonstra mais uma vez que diversas organizações estão preocupadas
e imbuídas em monitorar asteroides e objetos espaciais que possam se tornar uma
ameaça em potencial para a nossa Sociedade.
Brazilian Space
Ciência e Espaço
Nova Ferramenta Ajuda a Identificar Asteroides
“Assassinos” Escondidos no Espaço
Por Flavia Correia
Editado por André Lucena
31/05/2022 - 13h16
Atualizada em 31/05/2022 - 13h22
Via: Website Olhar Digital - https://olhardigital.com.br
Há
uma semana, a Fundação
B612, um grupo sem fins lucrativos cocriado pelo ex-astronauta da NASA Edward Tsang Lu, anunciou a descoberta de mais de 100
novos asteroides. Mais conhecido como Ed Lu, o engenheiro elétrico com
doutorado em física aplicada revelou que as rochas espaciais foram identificadas graças a uma
ferramenta inovadora.
Crédito:
B612 Asteroid Institute/University of Washington DiRAC Institute/OpenSpace
Project.
Conforme
ressalta o jornal The New York Times, descobertas de asteroides são
relatadas o tempo todo por observadores ao redor do mundo. Isso inclui amadores
com telescópios de quintal e pesquisas robóticas que rastreiam sistematicamente
os céus noturnos.
No
entanto, dos cerca de 25 mil asteroides próximos à Terra com pelo menos 140 metros de diâmetro (dimensão
mínima para classificá-los como “potencialmente perigosos”), apenas em torno de
40% já foram identificados. Os outros 60% – cerca de 15 mil – permanecem
escondidos.
Segundo
especialistas, em uma possível colisão com a Terra, cada uma dessas rochas
espaciais teria potencial de liberar energia equivalente a centenas de milhões
de toneladas de TNT – substância química utilizada como explosivo militar e em
demolições.
Se
isso acontecesse, o mundo certamente seria destruído ou, no mínimo, milhões de
vidas seriam exterminadas do planeta. Ou seja: a identificação prévia é
fundamental para tentar evitar o impacto com um desses asteroides “assassinos”.
Algoritmo Simula Órbitas dos
Asteroides em Potencial
Cientistas
do Instituto de Pesquisa Intensiva de Dados em Astrofísica e Cosmologia da
Universidade de Washington financiados pela Fundação B612 desenvolveram um
sistema revolucionário que pode ajudar a evitar esse cenário catastrófico.
Esse
recurso computacional de ponta foi aplicado em cerca de 412 mil imagens de
arquivo do Laboratório Nacional de Pesquisa em Astronomia Óptica-Infravermelha
(NOIRLab), no intuito de “caçar” asteroides entre os 68 bilhões de pontos de
luz cósmica capturados pelos telescópios da entidade gerenciada pelo governo
dos EUA.
Segundo
seus desenvolvedores, o algoritmo é capaz não apenas de identificar os pontos
de luz que podem ser asteroides, mas também de descobrir quais pontos de
imagens feitas em noites diferentes são, na verdade, o mesmo corpo. Em
essência, os pesquisadores descobriram uma maneira de enxergar o que já foi
visto, mas não notado.
Batizado
de Recuperação de Órbita Heliocêntrica sem Trilha, ou THOR, o algoritmo
constrói uma órbita de teste que corresponde ao ponto de luz observado,
assumindo uma certa distância e velocidade. Em seguida, calcula onde o
asteroide estaria nas noites subsequentes e anteriores. Se o algoritmo
conseguir unir cinco ou seis observações ao longo de algumas semanas, o objeto
é um candidato promissor a novo asteroide.
Em
princípio, há um número infinito de possíveis órbitas de teste para examinar,
mas isso exigiria uma eternidade impraticável de cálculos. Como os asteroides
estão agrupados em determinadas órbitas, o algoritmo precisa considerar
“apenas” algumas milhares de possibilidades cuidadosamente escolhidas.
Ainda
assim, calcular milhares de órbitas de teste para milhares de asteroides em
potencial é uma tarefa gigantesca. No entanto, o advento da computação em nuvem
torna isso viável. Segundo os cientistas envolvidos, o Google contribuiu com a
otimização do tempo com sua plataforma Google Cloud.
É Só o Começo
Atualmente,
o algoritmo está configurado para encontrar apenas asteroides do cinturão
principal, aqueles que orbitam entre Marte e Júpiter, e não asteroides próximos
à Terra, que poderiam colidir com o nosso planeta.
Segundo
Lu, identificar asteroides próximos à Terra é mais difícil porque eles se movem
mais rápido, e o algoritmo precisa realizar mais cálculos de fracionamentos
para fazer as conexões de tempo e distância.
O
arquivo NOIRLab contém sete anos de dados, o que indica que há dezenas de
milhares de asteroides a serem encontrados. Até agora, foram analisados pouco
mais de 12% dos dados de um único mês, setembro de 2013. A partir deles, THOR
foi capaz de localizar 1.354 possíveis asteroides.
Crédito:
B612 Asteroid Institute/ University of Washington DiRAC Institute
Um
mosaico de imagens de uma das 104 descobertas, que não teriam sido possíveis
por meios tradicionais. |
Muitos
já estavam no catálogo da União Astronômica Internacional. Além disso, alguns
haviam sido observados anteriormente, mas apenas durante uma noite, e a trilha
não foi suficiente para determinar as órbitas com confiança. O saldo, então,
foi de 104 identificações inéditas – com uma inestimável quantidade de outras
ainda por vir.
Novas Missões de Defesa
Planetária Estão Programadas
Essa
pesquisa se soma aos esforços de defesa planetária empreendidos pela NASA e
outras organizações ao redor do mundo.
Entre
as próximas missões da agência espacial norte-americana nesse sentido está o Topógrafo
de Objetos Próximos da Terra (NEO Surveyor), previsto para ser lançado em 2026.
Espera-se que essa missão descubra 90% dos asteroides potencialmente perigosos
em rota de colisão com a Terra dentro de uma década de seu lançamento.
Ainda
este ano, uma missão de teste de redirecionamento de asteroides duplos (DART) vai bater um projétil em uma pequena rocha espacial e
sua lua, para avaliar o quanto isso consegue alterar sua trajetória.
Crédito:
NASA/JPL-Caltech
Ilustração artística da nave NEO Surveyor, da NASA, que foi projetada para caçar asteroides no espaço. |
Uma
missão semelhante está em desenvolvimento na China, mas nenhum detalhe a respeito foi divulgado. Segundo
o vice-diretor da agência espacial federal chinesa, Wu Yanhua, uma missão teste
do sistema vai lançar uma espaçonave em direção a um asteroide em 2025 ou 2026,
“para estudá-lo e, em seguida, mudar seu curso”.
Outro
observatório de caça a asteroides muito esperado, com sede no Chile, é o Observatório
Vera C. Rubin, financiado pela Fundação Nacional de Ciência dos EUA.
Anteriormente conhecido como “O Grande Telescópio de Pesquisa Sinóptica”, Rubin
deve ver a “primeira luz”, ou seja, capturar uma imagem pela primeira vez, em
julho de 2023.
Entre
outras tarefas, o telescópio vai procurar asteroides potencialmente perigosos
ao mirar para a mesma área do céu de hora em hora, buscando objetos que venham
a mudar de rota.
Comentários
Postar um comentário