Startups Espaciais BR - Expectativas Para 2022 e Além - Parte 3
Olá leitores e leitoras do BS!
Por Duda Falcão
Pois então, passei um bom tempo pensando e esperando o momento certo
para poder escrever a terceira parte do artigo 'Startups Espaciais BR -
Expectativas Para 2022 e Além' (reveja aqui a primeira parte e a segunda parte). Afinal amigos, precisava pesquisar mais afundo sobre a única empresa que
abordarei neste artigo, pois já estava em debito com a sua jovem CEO e não
queria correr o risco de cometer mais outro gafe.
Diante disto amigos leitores do BS, abordarei nesta terceira parte do artigo
outra daquelas pequenas empresas que vem realizando um grande trabalho no setor
espacial brasileiro. Refiro-me a startup baiana 'Alya Nanosatellites
Constelation E. O.', empresa esta pioneira no setor espacial brasileiro, não
apenas por suas áreas de atuação, mas também por sua dinâmica liderança
feminina na pessoa da sua CEO, a jovem 'Aila Raquel Cruz'.
Aila Raquel Cruz |
"A visão central da Alya é a criação de uma rede global de
parcerias para o desenvolvimento mútuo e sustentável com a utilização de
sistemas espaciais compartilhados, gerando impactos na qualidade de vida das
comunidades, no desenvolvimento das suas economias e na geração de empregos,
como forma de combate e erradicação da pobreza", complementa a jovem
empreendedora.
O projeto visa assim produzir dados hiperspectrais de satélites
confiáveis e acessíveis para auxílio ao
monitoramento ambiental, da agricultura, da exploração mineral e do petróleo e
gás, bem como do monitoramento dos sistemas de geração de energia limpa,
medições de carbono e detecção e acompanhamento de desastres naturais, como
inundações e incêndios.
ALYA NO BRASIL
Com sede no belo bairro de 'Caminho das Arvores' da capital baiana, a
Alya possui uma fazenda experimental na região do semi árido baiano, mais
precisamente na região de Tucano, onde desenvolverá as atividades de calibração
dos sensores em órbita, gerando dados confiáveis de satélites, e fará a
simulação de áreas para produção de parâmetros de vegetação, solo, água e
carbono, com produção de algoritmos que auxiliarão os sistemas de inteligência artificial
de sensores em órbita a reconhecer parâmetros idênticos, criando alertas e
possibilitando monitoramento eficiente.
Já em outra localização estratégica no Brasil, mais precisamente no
Parque Tecnológico de Sorocaba-SP, a empresa pretende construir uma das
primeiras estações terrestres comerciais no país, para assim manter o controle
e manejo das atividades da constelação de satélites que pretende desenvolver,
bem como de qualquer outro satélite na rota do nosso território, provendo assim
serviços de rastreio, monitoramento ou transferência de dados através de sua estação.
"As estações terrestres da ‘Alya Nanosatellites’ serão responsáveis
pelas operações seguras de todos os satélites da empresa e pela telemetria de
foguetes lançados do território brasileiro e entorno. O comando de naves
espaciais nas estações da empresa será altamente automatizado. Cada sistema de
satélite usará um sistema de planejamento de missão, em conjunto com um sistema
de dinâmica de voo, para produzir uma programação semanal automatizada. Essa
programação será usada para enviar procedimentos automatizados tanto para a
espaçonave quanto para as instalações terrestres", disse 'Aila Raquel
Cruz'.
Com o apoio do Centro Espacial ITA (CEI), através de um acordo de
entendimento entre a ‘Alya Nanosatellites’ e o DCTA, e de outras empresas
parceiras, essa startup baiana já está montando a sua primeira sala de
treinamento de controladores de satélites de missões de baixa órbita terrestre,
no Parque Tecnológico de Sorocaba-SP.
"Vamos instalar antenas para o treino e capacitação de engenheiros
em diversas áreas, tanto de monitoramento, quanto de manutenção do sistema, e
armazenamento e distribuição de dados, bem como vamos testar os sistemas de
automação entre antenas em diversas localidades no Brasil e treinar o
planejamento e o monitoramento das atividades autônomas. As nossas estações vão
fornecer o monitoramento e controle necessários de todos os satélites
operacionais e da infraestrutura terrestre associada e garantir a comunicação contínua
e a aquisição de dados dos satélites por meio de uma rede de estações
terrestres primárias e de backup distribuídas por diferentes localizações no
Brasil. Equipes de controladores de satélites e segmentos terrestres
trabalharão 24 horas por dia, apoiadas por equipes de operadores de plantão e
engenheiros de manutenção", complementa a jovem empresária.
Aida segundo a CEO da empresa, cada missão de satélite terá um centro de
controle de backup para garantir a segurança da espaçonave em caso de ocorrer
um grande problema com o Centro de Controle da Alya, ou qualquer perda de
comunicação, por isso a empresa usará sistemas de rádio e energia independente
nesses casos. Portanto, a empresa realizará esse procedimento regularmente para
assim garantir a prontidão operacional.
"Estamos criteriosamente cuidando de todos os fatores relacionadas
a segurança dos dados que circularão nas estações da Alya, através da criação
de um protocolo rígido que envolve diversos aspectos relevantes para o sucesso
do nosso objetivo, como: nuvem privada, blockchain, manutenção do sigilo em
acordos jurídicos seguros e segurança cibernética garantida pela parceria com
empresas de alta qualidade internacional no assunto, bem como consultoria de
especialista com grande experiência em agência internacional de investigações
cibernéticas", afirmou a CEO da Alya.
Desta forma, esta startup baiana pretende gerar por volta de 30 empregos
diretos, e diversas oportunidades de capacitação, em diversas especialidades de
engenharia, além de oportunizar algumas experiências internacionais aos
funcionários da empresa através de suas parcerias globais.
ALYA NA FRANÇA
A Alya também está sendo incorporada na Europa, como forma de
globalização das suas atividades e da estratégia de reunir competências com
experiências prévias, em mais de uma dezena de parcerias comerciais, agregando
muito valor e confiabilidade as suas atividades espaciais com nanosatelites de
observação da terra, desenvolvendo sistemas de missões compartilhadas.Para
tanto, ‘Alya Nanosatellites’ e um grupo de empresas especializadas em
geociências e gestão de crises desenvolverão um projeto piloto na área das
inundações considerando uma região no sul da França.
"Iremos criar produtos cartográficos de áreas vulneráveis às inundações,
produzindo mapas 2D com alta resolução. Serão Utilizadas imagens
hiperespectrais fornecidas pela ‘Alya Nanosatellites’, combinadas com outros
satélites de imagem multiespectrais e de alta resolução, além dos dados
vetoriais disponíveis. Serão exploradas diferentes ferramentas de
geoprocessamento para análise de dados, como (processo de hierarquia analítica
- AHP) e ferramentas de aprendizado de máquina. O objetivo é que estes métodos
combinados de ferramentas AHP e ML produzam novos conhecimentos a partir dos
dados e ajudem a definir melhor as áreas potenciais de inundação. Além dos
produtos 2D, queremos construir modelos 3D que representem melhor as situações
de inundação 3D. As representações 3D (complementando os mapas bidimensionais
tradicionais) serão a nova fronteira em representação cartográfica nos próximos
anos, inclusive oferecendo aos cidadãos esta alternativa, já que alguns
serviços geológicos nacionais já estão começando a mostrá-la aos usuários"
completou a CEO.
A partir de 2023, a ‘Alya Nanosatellites’ pretende oferecer aos seus clientes
a possibilidade de representação imersiva (realidade virtual) para uma sala de
reuniões ou salas de emergência onde uma equipe técnica/gerencial possa
observar uma situação específica. Esta sala de decisão incluirá um projetor 3D,
tela plana, software com propriedades estereoscópicas e óculos especiais. Treinaremos
a IA para tomar decisões imediatas durante a crise, desde alertar as instituições
competentes para resolver os problemas até avaliar a economia de recursos em
decisões mais eficientes.
Ainda segundo a CEO, a sua empresa está tomando medidas ousadas e transformadoras
para promover o desenvolvimento sustentável durante os próximos 09 anos,
causando impactos em pelo menos 15 dos 17 SDGs. “Impulsionados pela integração
do crescimento econômico, justiça social e sustentabilidade ambiental, estamos
desenvolvendo uma empresa espacial que se alia a outras empresas especializadas
em analisar, instrumentar e gerenciar soluções reais para grandes problemas
pelo bem da humanidade", finalizou a CEO da Alya.
Finalizando amigos leitores vale ressaltar
que de 2019 a 2021 a CEO da empresa tem participado como ‘spaker’ de diversos importantes
eventos nacionais e internacionais do setor espacial, culminando posteriormente
em um convite da coordenação do Curso de Pós Graduação do Direito e Política
Espacial da Universidade Católica de Santos (UNISANTOS), para assim ministrar
aula no módulo de Novos Atores do Direito Espacial do curso deles. Segue abaixo
a lista desses eventos:
* Space Specialists – UK 2019
* Uninova Liboa – Palestra no
Departamento de Ciências da Terra 2019
* Hackaton NASA Apps 2019 -2020
* Space Forum Luxemburgo 2020
* Hackaton – Actin Space Algeria 2020
* IE-Astropreneurship-Space 2020
* Space Café – Brazil Torsten Kriening
2020
* Satellites RUSSIA & CIS
Conference – Russia 2020
* Flood summit – UK 2020
* World Space Week – Angola 2020
* NASA Talks – 2020
* Space Global Connections – Global Growth
– UK 2020
* African Agri Expo 2020 - 2021
* Space Mastery – Portugal 2020 - 2021
* Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais
Aeronáutica – Formatura de Capitães - 2021
* SENAC – DF 2021
* INOVA - Instituto Tecnológico
Aeronáutico 2021
* Espaço Para Mulheres – Lugar de Igualdade e Diversidade - Brasil 2021
* Space Security Forum – Genebra 2021
* World Space Week 2021
* Latin America Agri Expo 2021
Vale ressaltar também leitor que a ‘Alya Nanosatellites’ é mais uma
daquelas empresas ligadas a tal 'Aliança das Startups Espaciais Brasileiras
(ASB)' (https://sites.google.com/view/aliancaespacial),
organização formada por pequenas, dinâmicas e eficientes empresas espaciais do
país que estão na luta para mudar definitivamente a cara das atividades espaciais
brasileiras, que infelizmente, após pouco mais de 60 anos, continua sendo uma
velha senhora, obesa, preguiçosa, oportunista e incompetente.
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