Cientistas Americanos Apresentam a NASA Projeto/Conceito de Motor Nuclear Com Bolha Centrífuga
Olá leitores e leitoras do BS!
Por Duda Falcão
Segue abaixo uma notícia postada ontem (30/03) no
site ‘Olhar Digital’ destacando que Cientistas
americanos criam ‘Motor Nuclear com
Bolha Centrífuga’ e apresentam projeto para a NASA.
Essa notícia não
é só sensacional amigos do BS, ela é espetacular e pode mudar a história
futura da exploração espacial tripulada da humanidade nas próximas décadas.
Pois então, sempre
achei que a ‘Propulsão Nuclear’ seria a melhor opção para missões tripuladas
além da órbita da LUA, bem como para certas missões robóticas a planetas mais
distantes do nosso sistema solar, afinal a mesma encurtaria muito o tempo de
viajem dessas missões, além de ser é uma tecnologia ao nosso alcance.
Outra coisa a ser
notada é o numero de instituições americanas envolvidas nesta iniciativa,
demonstrando com isso, mais uma vez, o que eu sempre disse aqui no BS, ou seja,
‘PROGRAMA ESPACIAL É UMA INICIATIVA REALIZADA COM O ESFORÇO CONJUNTO, NINGUÉM
FAZ NADA SOZINHO’. Esse é um exemplo que os americanos passam para o mundo, e que já
foi seguido por diversas nações do planeta.
Entretanto, na ‘Republica das Bananas’, pra variar, como se já não
bastasse todos os empecilhos que o nosso ‘Patinho Feio’ tem de enfrentar, ainda
tem mais essa, o ‘Ego’ dos pesquisadores, imbatível até os dias de hoje, o que
é lamentável!
Ciência e Espaço
Cientistas Criam Motor Nuclear Com Bolha Centrífuga e
Apresentam Projeto Para a NASA
Por Flavia Correia
30/03/2022 - 18h31
Fonte: Site Olhar Digital - https://olhardigital.com.br
Cientistas dos EUA desenvolveram um conceito de bolha centrífuga de
combustível líquido que pode ser aplicado em motores de foguete de propulsão
térmica nuclear (NTP). Eles apresentaram o projeto para a NASA em um workshop híbrido (presencial e remoto) realizado
neste mês.
Sob um contrato de pesquisa NTP
para o Escritório de Projetos de Propulsão Nuclear Espacial do Centro de Voo
Espacial Marshall (MSFC) da agência, a Universidade do Alabama em Huntsville
(UAH) está liderando uma colaboração de universidades em todo o país para
executar o conceito. Fazem parte do convênio a Universidade de Rhode Island
(URI), a Universidade Drexel, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT),
a Universidade Estadual da Pensilvânia e a Universidade de Michigan (UM).
Imagem: NASA/MSFC
De acordo com o site Phys,
a NASA alcançou avanços substanciais em direção a um projeto NTP de combustível
sólido. O conceito de bolha proposto pelos colaboradores desse convênio é um
dos três projetos à base de hidrogênio para um foguete NTP de combustível líquido de
próxima geração.
Como Funcionaria o Motor
Nuclear Com Bolha Centrífuga
O conceito NTP de bolha
centrífuga aquece o propulsor de gás hidrogênio a temperaturas superelevadas,
mas sem combustão. O hidrogênio borbulha por meio de um núcleo rotativo de
urânio líquido no motor através de uma parede porosa do cilindro, fazendo com
que o gás se expanda rapidamente. À medida que sai do bocal, o hidrogênio em
expansão fornece impulso para a espaçonave.
Segundo Dale Thomas, doutor em
engenharia de sistemas pela UAH e principal pesquisador do conceito, as
vantagens do projeto incluem um desempenho significativamente maior em relação
aos motores convencionais de foguetes de combustível líquido que queimam
hidrogênio e oxigênio. “Na combustão convencional do motor de combustível
líquido, as moléculas propulsoras resultantes são muito mais pesadas devido a
esses átomos de oxigênio relativamente pesados, e não sairão do bico tão rápido,
fornecendo mais empuxo, mas menos impulso”.
O empuxo é a força fornecida
pelo motor, por exemplo, para levantar uma nave espacial sob a gravidade da
Terra, e impulso é a mudança de momento por unidade de combustível, e isso
importa quando se trata de lançar uma espaçonave para o lugar certo no espaço.
Thomas fez uma comparação com um carro. “Pense no seu carro. Pense no empuxo
como torque e no impulso como km por galão de combustível. Ambos importam”.
Ele explica que átomos de
hidrogênio mais quentes e relativamente leves farão a nave ir mais longe. “Se
aquecermos o propulsor, ele terá mais energia e sairá do bico mais rapidamente,
o que fornece mais impulso. Como este é um motor de alto desempenho, ele tem o
potencial de alimentar a espaçonave em trajetórias diferentes das trajetórias
de energia mínima, oferecendo opções para trajetórias de energia mais altas que
reduzirão o tempo de viagem de e para Marte e outros destinos em todo o sistema
solar”.
Segundo Thomas, o motor de
bolhas apresenta vários desafios técnicos, entre os quais o desenvolvimento de
um material para a parede porosa do cilindro que possa resistir ao contato
direto com o combustível de urânio fundido. “Estamos nos estágios iniciais
disso”, disse o cientista, explicando que essa ideia não é nova. “Esse conceito
de bolha existe desde os anos 60. A física é bem compreendida, mas os desafios
de engenharia impediram que esse conceito saísse da prancheta no passado.
Estamos tentando ver se as tecnologias atuais nos permitirão desenvolver um protótipo
viável de motor NTP de combustível líquido”.
Qual a Função de Cada
Instituição no Projeto
O trabalho da UAH se concentra
em três áreas. A primeira é a modelagem e análise da transferência de calor
termodinâmico de urânio líquido e hidrogênio gasoso. “Em segundo lugar, faremos
modelagem e análise da geometria e trajetória de bolhas de hidrogênio gasoso em
um meio de urânio líquido e, em terceiro lugar, realizaremos experimentação
para confirmar as previsões analíticas de modelos dinâmicos e termodinâmicos”,
revelou Thomas.
A cargo da URI está os projetos
de design sênior nos sistemas de acionamento dos elementos de combustível
centrífugos do motor, incluindo como girá-los até a velocidade de operação,
mantê-los na velocidade de rotação desejada e reduzi-los. A Drexel está
desenvolvendo as propriedades do material da parede do cilindro, enquanto o MIT
está estudando a dinâmica das bolhas. Por fim, o pessoal da UM ficou
responsável por analisar experimentalmente a física do reator, que é chamado de
neutrônico.
Imagem: Michael Mercier | UAH
No Centro de Pesquisa Johnson,
os cientistas da UAH estão construindo aparatos experimentais para confirmar
suas previsões analíticas de transferência de calor e dinâmica de bolhas.
Existem dois até agora, chamados de Ant Farm e Bubbling Liquid
Experiment Navigating Driven Extreme Rotation, ou BLENDER. Os dispositivos
usam bolhas de ar na água para simular o borbulhar de hidrogênio através do
núcleo do motor.
A pesquisa do motor NTP
centrífugo se encaixa bem com outras pesquisas da UAH que Thomas lidera para a
Nasa desenvolver uma espaçonave projetada para uso com motores NTP de
combustível sólido. “Estamos realizando estudos de missão, analisando o que
você pode fazer com um sistema de propulsão NTP de combustível sólido além de
uma missão tripulada a Marte”, diz ele. “Nosso trabalho até agora indica que
permitirá trajetórias diretas para missões científicas não tripuladas aos
planetas externos do sistema solar, e talvez até retornos de amostras das luas
jovianas”.
Em uma trajetória direta, uma
espaçonave voa diretamente para um destino. Os atuais sistemas de propulsão
química devem contar com alinhamentos planetários adequados para aproveitar as
vantagens da gravidade ao voar pelos planetas. “Esses alinhamentos planetários
só acontecem uma vez a cada poucos anos”, explicou Thomas. “Com este NTP de
combustível líquido, talvez você possa até chegar ao Cinturão de Kuiper em uma trajetória
direta”.
Se isso realmente fosse
possível, seria um passeio e tanto, já que o Cinturão de Kuiper começa a 4,4
bilhões de km do Sol.
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