[Papo Rápido Sobre o PEB - Edição 3] A Verdade Sobre o Quantitativo de Motores S50

Olá leitores e leitoras do BS!
 
Por Duda Falcão
 
Trago agora para vocês a terceira edição desta coluna 'Papo Rápido com o PEB', onde os editores do BS, o 'Prof. Rui Botelho' e 'Duda Falcão',  estarão sempre, de tempos em tempos, trazendo comentários próprios e/ou de grandes e responsáveis profissionais envolvidos neste setor (
de forma anônima, por motivos óbvios, evidentemente).
 
E desta vez amigos leitores sou eu, Duda Falcão, que tem algo a dizer nesta manhã de quarta feira (09/03), pois fiquei tremendamente decepcionado com que eu vi em dado momento no vídeo sobre o painel 'Projetos e Programas no Brasil' do 'SpaceBR Show 2021' postado hoje mais cedo no BS (veja aqui).
 
Bom, eu acredito amigos que credibilidade não se compra, não se vende, e sim se conquista, e este é um dos grandes problemas das atividades espaciais governamentais, pois sequer perante a sua própria comunidade ela consegue ter essa credibilidade necessária, quiçá perante a própria Sociedade Brasileira, onde até, em vários do seus setores antenados, já virou piada.
 
Porém amigos fica mais que claro que até hoje representantes do setor espacial não entenderam isso, até mesmo o próprio ministro risonho e falastrão, e agora , infelizmente, este também foi o caso do 'Major Rodrigo César Rocha Lacerda' neste vídeo do painel citado acima.
 
Pois então, neste momento exato do vídeo que o leitor pode observar na imagem acima, o Major Lacerda diz que "o acordo quatripartite (via convênio) assinado em dezembro de 2016 entre o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), Fundação de Ciências e Aplicações e Tecnologia Espaciais (FUNCATE), a Agência Espacial Brasileira (AEB) e a empresa brasileira 'Avibras Industria Aeroespacial S/A' (empresa contratada para os produção do motores - envelopes motores) previa a construção de seis motores, sendo os quatro primeiros motores para completar o processo de 'Qualificação em Solo' e os outros dois para os voos do V50 VO1 e do VS50 VO2", de acordo com o que foi citados por ele nesta apresentação. E completou dizendo que "os dois motores novos para os voos do VLM-1 seriam objeto de contratação posterior ainda a ser discutida".
 
Acontece amigos leitores que infelizmente o Major Lacerda faltou com a verdade quando disse isto, ou por questões de ordem superior hierárquica, ou por decisão própria, ou por outro motivo qualquer, pois na verdade o acordo assinado entre essas instituições em 22 de dezembro de 2016 (data histórica segundo eles mesmos) previa na verdade o desenvolvimento de oito motores, sendo os motores 1 e 2 utilizados para ensaios de engenharia (ensaios estrutural e de ruptura), os 3 e 4 utilizados para queima em banco de testes para validação em solo, os 5 e 6 utilizados para validação, durante os voos de dois veículos VS-50, e por fim, os 7 e 8 para serem utilizados no voo da primeira versão do VLM-1, como alias foi divulgado em nota oficial pela própria AEB (veja aqui antes que eles apaguem) e republicado na íntegra pelo BS no dia seguinte (veja aqui).
 
Pois então, na verdade o que o Major Lacerda não disse, ou tentou esconder, foi que por causa de uma tremenda barbeiragem (pegando leve em respeito ao Prof. Rui Botelho) desta incompetente empresa 'Avibras Indústria Aeroespacial S/A', os planos tiveram de ser alterados, e mais uma vez será o povo brasileiro que pagará o preço da incompetência desta empresa e pela leniëncia daqueles que deveriam ficalizar a execução dos acordos/contratos.
 
Como noticiado na época pelo BS (veja aqui), o terceiro motor inicialmente previsto para queima em banco de testes, foi entregue pela Avibras a Usina Coronel Abner por volta de abril de 2020, porém sequer chegou a ser testado, pois o trambolho entregue por esta empresa estava com bolhas no propelente e até fissuras no próprio motor que chegavam a ser perceptíveis a olho nu, inclusive uma delas de tão grande era possível enfiar o dedo. Não houve jeito, os técnicos da Usina Coronel Abner tiveram de cancelar o teste e devolver o motor trambolho a Avibrás, pois se seguissem em frente iriam causar uma catástrofe nas instalações da Usina.
 
Assim sendo, devido a perda deste terceiro motor inutilizado pela falha na sua construção, a conta original não estã mais batendo, já que o VLM-1 precisaria de dois motores para realizar o seu voo de qualificação, quando só restaria um disponível. 

Pois é Major, custava dizer a verdade?

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