Novas Pistas Sobre o Clima Antigo de Marte São Encontradas Pelo Rover Cusiosity
Olá leitor!
Segue abaixo uma notícia postada ontem (21/05) no
site “Canaltech” destacando que novas pistas sobre o Clima Antigo de
Marte são encontradas pelo Rover Cusiosity.
Duda Falcão
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Novas Pistas Sobre o Clima Antigo
de Marte São Encontradas Pelo Rover Cusiosity
Por Daniele Cavalcante
Canaltech
Fonte: NASA
21 de Maio de 2020 às 16h20
Uma equipe de cientistas que estudou resultados de experimentos
do rover Curiosity em Marte e descobriu que certos minerais encontrados nas
rochas da Cratera Gale podem ter se formado em um lago congelado. Os cientistas
cogitam que esses minerais podem ter surgido durante uma fria, que teria
acontecido entre dois períodos quentes em Marte.
Esses experimentos do Curiosity acontecem dentro da
“barriga” do veículo robótico, onde há um mini laboratório chamado
SAM, para realizar análises de materiais. Essa é uma das principais atividades
que ele está realizando e os cientistas estão usando os resultados desse teste
para esclarecer alguns dos maiores mistérios sobre o Planeta Vermelho - como a
origem dos compostos orgânicos, se o planeta já teve água líquida, e se houve
vida por lá em algum momento.
Para esses estudos, foi escolhida a Cratera Gale, de 150
km de diâmetro, por haver sinais de que ela continha água em um passado
distante. Também há, nessa cratera, minerais de argila que podem ajudar a
prender e preservar moléculas orgânicas antigas. Ainda não se sabe, no entanto,
se as moléculas orgânicas de Marte são de origem biológica ou não.
Mas há outros mistérios. É que algumas das
características dessa cratera sugerem que o planeta foi quente e úmido por
milhões de anos, enquanto outros sinais geológicos apontam para um passado frio
e coberto de gelo. Então, fica a pergunta: quando exatamente a superfície de
Marte passou de quente e úmida para fria e seca?
Estudando os Carbonatos Marcianos
(Imagem: NASA/JPL-Caltech/ESA/DLR/FU Berlin/MSSS)
Simulação de um lago preenchendo a Cratera Gale, em Marte.
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As evidências de um ambiente frio em épocas antigas
vieram com gases dióxido de carbono (CO₂) e oxigênio de 13 amostras de poeira e
rocha coletadas pelo Curiosity ao longo de cinco anos terrestres. Os estudos
sugerem que a antiga atmosfera marciana continha principalmente dióxido de
carbono e poderia ter sido mais espessa do que a atmosfera atual da Terra.
O CO₂ é uma molécula formada por um átomo de carbono
ligado a dois átomos de oxigênio. Por sua vez, o carbono é uma testemunha chave
do misterioso clima de Marte, tão crítico quanto a água na busca pela vida em
outros mundos. Na Terra, o carbono flui continuamente através do ar, da água e
da superfície em um ciclo bem compreendido que depende da vida, e os cientistas
estão descobrindo que também existe um ciclo de carbono em Marte e querem
entendê-lo.
No entanto, o ciclo do carbono por lá é muito diferente
do da Terra. Ainda assim, ele está acontecendo, e ainda é importante para
desvendarmos o clima antigo de Marte e também para nos mostrar que o Planeta
Vermelho é um “mundo dinâmico que circula elementos que são os blocos de
construção da vida como a conhecemos”, disse Paul Mahaffy, principal
pesquisador do SAM.
(Imagem: Lance Hayashida/Caltech)
Possível ciclo do carbono marciano.
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Quando o laboratório do Curiosity aqueceu as amostras e
liberou os gases dentro delas, os cientistas observaram as temperaturas que
liberaram o CO₂ e o oxigênio para saber de quais minerais os gases vieram. Com
esse método, os pesquisadores cogitam que os carbonatos encontrados se formaram
em um lago congelado, porque os isótopos de oxigênio ali são mais leves que os
da atmosfera marciana de hoje. Além disso, eles não devem ser muito antigos.
Embora seja possível que os carbonatos tenham se formado
muito antes, quando a composição atmosférica era um pouco diferente da atual, a
equipe diz que é mais provável que eles tenham se formado em um lago congelado.
Nesse cenário, o gelo poderia ter sugado os isótopos pesados de oxigênio e
deixado os mais leves para depois formar os carbonatos.
Cadê o Carbono?
A pouca quantidade de carbonatos encontrados em Marte
significa que talvez a atmosfera inicial tenha sido mais fina do que o
previsto, ou que algo mais esteja armazenando o carbono atmosférico. Com base
em suas análises, a equipe de cientistas sugere que algum carbono pode ter sido
sequestrado por outros minerais, como oxalatos, que armazenam carbono e
oxigênio em uma estrutura diferente da dos carbonatos. As temperaturas em que o
CO₂ foi liberado de algumas amostras no SAM sustentam essa hipótese - eram
baixas demais para os carbonatos liberarem o gás, mas adequadas para os
oxalatos.
(Imagem: James Tralie/NASA/Goddard Space Flight Center)
Moléculas que podem estar pegando o carbono em Marte. |
O que tudo isso significa? Ainda há pouca coisa
conclusiva que pode ser dita, mas são ótimas pistas sobre o passado de Marte.
Os oxalatos são o tipo mais comum de mineral orgânico produzido pelas plantas
na Terra, então essa hipótese de que eles contribuem com o ciclo do carbono em
Marte é uma boa notícia. Mas oxalatos também podem ser produzidos de maneira
abiótica, ou seja, sem envolver formas de vida. Então, é apenas isto o que
temos - uma possibilidade.
Agora, a equipe pretende criar fotossíntese abiótica em
laboratório para descobrir se isso realmente pode ter sido responsável pela
química do carbono que eles estão vendo na Cratera Gale. Mesmo que a
fotossíntese abiótica prenda algum carbono da atmosfera nas rochas da Cratera
Gale os cientistas querem estudar solo e a poeira de outras partes de Marte
para entender se os resultados de Gale representam um cenário global ou apenas
local.
Isso poderá ser feito quando o rover Perseverance, que
deve ser lançado entre julho e agosto de 2020, chegar na Cratera Jezero de
Marte para coletar amostras e trazer à Terra.
Fonte: Site Canaltech -
https://canaltech.com.br
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