Do Que é Feito o Núcleo de Marte? Cientistas Estão Próximos da Descoberta
Olá leitor!
Segue abaixo uma notícia postada ontem (22/05) no
site “Canaltech” destacando que os Cientistas estão próximos de
descobrir do que é feito o Núcleo do Planeta Marte.
Duda Falcão
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Do Que é Feito o Núcleo de Marte? Cientistas Estão Próximos da Descoberta
Por Daniele Cavalcante
Canaltech
Fonte: Space.com
22 de Maio de 2020 às 16h50
Os resultados de uma pesquisa realizada por uma equipe de
pesquisadores da Universidade de Tóquio podem trazer consequências importantes
para os que estudam a geologia de Marte. De acordo com o estudo sobre a
atividade sísmica do Planeta Vermelho, as teorias atuais a respeito das origens
daquele mundo podem mudar consideravelmente.
Simulando o ambiente marciano aqui na Terra, Keisuke
Nishida, professor assistente do Departamento de Ciências Planetárias e da
Terra da Universidade de Tóquio, no Japão, reuniu sua equipe para tentar
entender melhor as condições sísmicas do planeta. Para isso, eles imitaram no
núcleo superior de Marte com a ajuda de uma liga fundida de ferro-enxofre.
Essa liga foi elevada a uma temperatura de 1.532 °C e
esmagada sob uma pressão de 13 gigapascais - isso é bastante pressão; para se
ter uma ideia, 1 gigapascal é superior a10 mil quilograma-força por cm². Para
isso, eles usaram uma prensa e, assim, foram capazes de medir a atividade
sísmica do local.
Nishida capturou Ondas-P (um tipo de onda sísmica que se
propaga em um meio contínuo; é a primeira onda que as pessoas sentem ao
presenciar um terremoto, sendo seguida pelas secundárias chamadas Ondas-S)
viajando através da liga a uma velocidade de 4.680 metros por segundo. Eles
também capturaram imagens desse movimento de ondas usando feixes de raios X de
duas instalações de síncrotron (um tipo de acelerador cíclico de partículas): a
Photon Factory e a SPring-8, ambas do Japão.
(Imagem: NASA/JPL-Caltech)
Nuvens sobrevoam o sismômetro SEIS, da sonda InSight, em
Marte, que registra atividades sísmicas do Planeta Vermelho.
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De acordo com Nishida, “foram necessários mais de três
anos para que pudéssemos coletar os dados ultrassônicos que precisávamos, por
isso estou muito satisfeito por tê-los agora”. Embora a amostra seja muito
pequena - em comparação ao planeta Marte -, experimentos de alta pressão como
este “ajudam a explorar estruturas em macroescala e longas histórias evolutivas
de planetas em escala de tempo”, concluiu o pesquisador.
Mas o que tudo isso significa? É que há muito tempo,
alguns cientistas suspeitam que Marte possui um núcleo feito de ferro-enxofre,
mas, como ainda não é possível realizar estudos diretamente no subsolo
marciano, as ondas sísmicas são por enquanto bastante úteis. Elas permitem ir
fundo e viajar pelo interior de um planeta para entender do que ele é feito
apenas observando o tipo de ondas sísmicas ele produz. Depois, basta comparar
com as ondas produzidas em ligas criadas para experimentos como este.
E não faltam ondas sísmicas no Planeta Vermelho. A sonda
InSight, da NASA, aterrissou na planície marciana Elysium Planitia em
26 de novembro de 2018 para procurar por estes tremores e descobrir mais
sobre o interior do planeta - e já registrou alguns. De acordo com Nishida, no
entanto, existem algumas advertências nas medições da sonda.
Mas, como você já deve ter compreendido, os dados
sísmicos sozinhos da InSight não são o suficiente. “Precisávamos conhecer as
propriedades sísmicas da liga ferro-enxofre que se pensa formar o núcleo de
Marte", disse Nishida. Com seu estudo, no entanto, os pesquisadores podem
ler dados os sísmicos marcianos e compará-los com as experiências realizadas aqui
na Terra para descobrir se o núcleo do Planeta Vermelho é mesmo constituído
principalmente por ferro-enxofre.
Se não for essa a composição do núcleo de Marte, os
cientistas terão que pensar nas origens do planeta. Por exemplo, se a
composição for silício
e oxigênio, pode ser que Marte, assim como a Terra, sofreu um enorme evento de
impacto ao se formar, de acordo com Nishida. Por isso, graças ao seu estudo,
publicado na revista Nature Communications, os pesquisadores podem estar perto
de descobrir como nosso planeta vizinho se formou.
Fonte: Site Canaltech -
https://canaltech.com.br
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