Seleção de Construtoras do Novo Acelerador de Partículas Deve Começar Neste Semestre
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada hoje (14/02) no site do “Ministério
da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)” destacando que seleção de construtoras do novo acelerador de partículas deve começar
neste semestre.
Duda Falcão
Seleção de Construtoras do Novo Acelerador de
Partículas Deve Começar Neste Semestre
Felipe Linhares
Ascom do MCTI
14/02/2014 - 14:27
Fotos: Divulgação
Projeção 3D das instalações do Sirius no terreno onde será construído. |
Até o final deste
mês deverá estar pronta a terraplanagem e a drenagem do terreno de 150 mil
metros quadrados (m²), ao lado do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e
Materiais (CNPEM), em Campinas (SP), onde
será erguido o novo acelerador de partículas brasileiro. A expectativa do
diretor do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), Antonio José Roque, é
de que ainda neste semestre seja iniciado o processo de contratação das
empresas responsáveis pela obra.
Considerado um dos
maiores projetos da história da ciência no Brasil, orçado em R$ 650 milhões, o
Sirius vai ocupar 67 mil m² desta área. O novo equipamento será cinco
vezes maior que o atual, em operação desde 1997. De acordo com o diretor do
LNLS, a nova fonte de luz síncrotron colocará o Brasil na fronteira do
conhecimento das pesquisas com materiais. “A nossa fonte será de terceira
geração. Semelhante ao projeto brasileiro há somente um que está sendo
construído na Suécia. A obra, por si só, já é um desafio para a engenharia”,
avalia Roque.
As paredes e os pisos,
segundo o diretor do LNLS, serão reforçados para garantir estabilidade ao
acelerador de partículas e atenuar vibrações. “O solo será uma camada de 90
centímetros de terra e concreto. Algumas paredes serão de concreto blindado
para dar estabilidade térmica e impedir o vazamento de radiação.”
A luz síncrotron é uma
radiação eletromagnética de amplo espectro, que abrange desde o infravermelho
até os raios-x. Geradas a partir da aceleração de elétrons, que percorrerão o
anel de 518 metros de circunferência em velocidades próximas às da luz, as
radiações são usadas em diversos campos científicos como física, biologia,
química, geologia, nanotecnologia, engenharia de materiais, entre outros.
O projeto do Sirius
inclui também inovações tecnológicas que reduzirão os investimentos e o consumo
de energia. O diretor do LNLS afirma que a meta do índice de nacionalização dos
equipamentos é de 70%. “Muitas das peças que vamos usar não são compradas nas
prateleiras. Estamos abrindo caminhos. Nossos pesquisadores vão desenvolver
alguns equipamentos sozinhos e outros serão por empresas.”
Foi firmada uma parceria
com WEG, empresa de Santa Cataria, que fornecerá os cerca de 1 mil imãs, usados
para corrigir dispersões de energia e compactar e desviar o feixe dos elétrons.
Empresas da Bahia, Minas Gerais e da região do ABC paulista já iniciaram
discussões para desenvolver outros componentes que serão utilizados no Sirius.
Grandes companhias como
a Petrobras, e outras do ramo petroleiro, já manifestaram interesse em apoiar a
construção e utilizar a estrutura do acelerador de partículas para pesquisas.
A nova fonte de luz
síncroton brasileira será milhões de vezes mais brilhante que a atual e terá
baixa emitância, ou seja, chegará aos raios-x mais duros e poderá investigar
materiais mais espessos e em escala nanométrica com alta resolução. “Poderemos
estudar de rochas encontradas no pré-sal a materiais mais finos que um fio de
cabelo”, destacou Antonio José Roque.
As pesquisas
efetivamente ocorrem nas linhas de luz, locais para onde os feixes são
desviados e apontados para os materiais a serem estudado. A primeira fase do
Sirius contará com 13 linhas. O projeto de expansão prevê a construção de mais
27 delas.
Internacionalização
O diretor do Laboratório
Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) destacou que o Sirius terá um importante
papel na internacionalização da ciência brasileira. “O LNLS está aberto a
pesquisadores de todo mundo. Os interessados submetem seus projetos para, caso
sejam selecionados, usarem nossos equipamentos”, explicou.
Na avaliação dele, com
uma fonte de última geração no país, cientistas brasileiros poderão
compartilhar estudos e trocar experiências com profissionais renomados.
“Pesquisas com síncrotron já ganharam prêmio Nobel de Química em 2009 e 2012.
Poderemos interagir com pesquisadores renomados e desenvolver pesquisas
inéditas”, disse Roque.
Em 2013, o laboratório
atendeu 375 propostas de pesquisas. A maioria dos 1163 pesquisadores que
utilizaram a infraestrutura do LNLS é de brasileiros, seguidos pelos argentinos,
noruegueses, franceses e cubanos. O laboratório auxilia pesquisas que vão da
busca por novos remédios contra o câncer ao desenvolvimento de materiais usados
para extrair petróleo do pré-sal.
Sobre o CNPEM
O Centro Nacional de
Pesquisa em Energia e Materiais é uma organização social supervisionada pelo
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Administra quatro laboratórios
que são referências mundiais e abertos à comunidade científica e empresarial.
O Laboratório Nacional
de Luz Síncrotron (LNLS) opera a única fonte de luz síncrotron da América
Latina; o Laboratório Nacional de Biociências (LNBio) desenvolve pesquisas em
áreas de fronteira da biociência, com foco em biotecnologia e fármacos; o
Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia de Bioetanol (CTBE) investiga
novas tecnologias para a produção de etanol celulósico; e o Laboratório
Nacional de Nanotecnologia (LNNano) realiza pesquisas com materiais avançados,
com grande potencial econômico para o país.
Sirius será construído em uma área ao lado dos campus do CNPEM. |
De acordo com Antônio José Roque, a obra é um desafio para a a engenharia. |
Fonte: Site do Ministério da Ciência,Tecnologia e
Inovação (MCTI)
http://www.alcantaracyclonespace.com/pt/noticias/251-entrevistas-com-sr-yuriy-alexeyev-presidente-da-agencia-estatal-espacial-ucraniana-e-sr-alexander-degtyarev-projetista-chefe-diretor-geral-da-yuzhnoye
ResponderExcluirQuem diria? Um acelerador de partículas novinho pela metade do preço da "reforma" do Maracanã.
ResponderExcluirEm breve eles vão "consertar" esse orçamento. Tá muito barato...