Programa GoAmazon Inicia Sobrevoos de Medidas da Poluição de Manaus

Olá leitor!

Segue abaixo uma nota postada hoje (25/02) no site do “Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)” destacando que o Programa GoAmazon inicia sobrevoos de medidas da poluição de Manaus.

Duda Falcão

Programa GoAmazon Inicia Sobrevoos
de Medidas da Poluição de Manaus

Terça-feira, 25 de Fevereiro de 2014

Em Manaus (AM), começa nesta terça-feira (25) o IARA (Intensive Airborne Experiment in Amazonia), um dos principais componentes da campanha científica internacional do Programa GoAmazon. O experimento prevê sobrevoos de uma aeronave para medidas da química da atmosfera e parâmetros meteorológicos. O GoAmazon pretende compreender com maior detalhamento os impactos que a poluição atmosférica de Manaus provoca no sistema tropical amazônico e suas possíveis influências no clima regional e global.

Diversos equipamentos foram instalados em três locais diferentes em um raio de 150 quilômetros a partir de Manaus, enquanto o IARA irá realizar medidas aéreas, fazendo uso do avião Gulfstream 1 (G 1), do Departamento de Energia (DOE), dos Estados Unidos. O GoAmazon reúne mais de cem pesquisadores de instituições científicas brasileiras e dos Estados Unidos e conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) e Departamento de Energia (DOE), dos Estados Unidos.

O Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) participa com os pesquisadores Karla Longo e Saulo Freitas, responsáveis pelo lado brasileiro da missão IARA, e também com o Projeto Temático Chuva, liderado pelo pesquisador Luiz Augusto Machado, cujas campanhas científicas já foram realizadas em seis locais diferentes, procurando caracterizar os diferentes regimes de chuva do país. Toda a infraestrutura do Chuva, incluindo um radar meteorológicode última geração, para medidas de diversos parâmetros no interior das nuvens de tempestade, está integrada ao Programa GoAmazon. O INPE ainda participa com quatro projetos aprovados pela FAPESP.

Os sobrevoos da aeronave norte-americana, sobre Manaus e arredores, serão operados pelo ARM (Atmospheric Radiation Measurement Climate Research Facility), do DOE. Os equipamentos a bordo da aeronave farão medidas da pluma de poluição de Manaus, boa parte dela de origem veicular, que se desloca de nordeste para sudoeste, isto é, de Manaus para o município vizinho,Manacapuru.

Os sobrevoos serão realizados no período da manhã por cerca de três horas e cortarão transversalmente a pluma de poluição. As medidas serão utilizadas para caracterizar a pluma da poluição de Manaus e sua evolução durante a propagação sobre a atmosfera da floresta, o que permitirá avaliar ainda os impactos nas propriedades das nuvens.

A aeronave fará 75 horas de voos nesta primeira fase da campanha, que irá se estender até o final de março. Os equipamentos a bordo do G-1 irão medir as propriedades de aerossóis e gases atmosféricos, fundamentais para a compreensão da química da atmosfera e das mudanças climáticas, em que se destaca a interferência das atividades humanas no sistema tropical amazônico, tema ainda pouco estudado com esta abrangência.

A partir da composição deste grande banco de dados, oGoAmazon pretende compreender com maior precisão como os aerossóis orgânicos e aqueles gerados a partir da poluição urbana, associados aos fluxos de superfície, influenciam os ciclos de vida de nuvens e as chuvas convectivas (intensas e localizadas) e estratiformes (menos intensas e de maior extensão), características da região amazônica. Os cientistas já sabem que os aerossóis têm papel central nos processos de nucleação de nuvense na precipitação, mas a partir da campanha pretende-se compreender com maior profundidade os processos e implicações dos aerossóis na atmosfera amazônica.

A expectativa é de que a melhor representação destes processos químicos e físicos na atmosfera possam trazer avanços à modelagem do clima regional e de cenários globais de mudanças climáticas, tendo em vista os possíveis impactos produzidos no regime de chuvas da Amazônia pelos processos de urbanização e de desmatamento.

A campanha será realizada ao longo de dois anos, estendendo-se até o final de 2015. Os experimentos aéreos irão se concentrar em 2014, com medidas no período de chuvas, durante os meses de fevereiro e março, e também na estação seca, setembro e outubro, quando também ocorrem chuvas intensas, mas em menor quantidade. Para a próxima fase de sobrevoos do GoAmazon, além da aeronave norte-americana, irá se juntar à campanha um avião da comunidade científica da Alemanha, o HALO (High Altitude and Long Range Research Aircraft), através da campanha ACRIDICON(Aerosol, Cloud, Precipitation, and Radiation Interactions and Dynamics of Convective Cloud Systems). Um workshop de preparação desta campanha integrada ao Projeto Chuva será realizado no INPE, em maio deste ano.

Projeto Chuva e SOS Manaus

O Projeto Chuva realizou nos últimos anos seis campanhas científicos em diversos pontos do país - Alcântara (MA), Fortaleza (CE), Belém (PA), São Paulo, Vale do Paraíba (SP) e Santa Maria (RS). O projeto tem como objetivo compreender os processos físicos associados à formação e evolução das nuvens de tempestade, que crescem em escala de alguns quilômetros. O melhor entendimento e representação destes processos, descritos atualmente com pouca precisão, deverão trazer melhorias ao desempenho de modelos numéricos de previsão de tempo e clima. O Chuva ainda irá gerar dados para a pesquisa dos efeitos dos aerossóis na formação de nuvens de chuva, de interesse ao desenvolvimento de modelos de alta resolução de previsão do tempo e também de modelos de mudanças climáticas.

Com o advento do GoAmazon, o Chuva, que já previa uma campanha em Manaus, foi integrado a este grande experimento e ficará operacional até o final do ano. No segundo semestre, durante a estação seca (quando também ocorrerem chuvas), o projeto irá atuar em conjunto com os pesquisadores alemães e europeus, que através do projeto ACRIDICON, irão compor o componente aéreo do GoAmazon.

Como nas outras campanhas do Chuva, um sistema de alerta, com uso de um radar meteorológico de banda X com dupla polarização, associado ao sistema SIPAM (Sistema de Proteção da Amazônia), foi montado para prever e monitorar chuvas. Este sistema, batizado de SOS Manaus, ficará operacional até o final deste ano e acessível a qualquer usuário pelo site: http://sigma.cptec.inpe.br/sosmanaus/. Com o SOS Manaus é possível acompanhar as chuvas nos arredores da cidade, visualizar volume de chuvas nas últimas horas e dias, entre outras informações atualizadas a cada meia hora. Além do SIPAM, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia e Universidade Estadual do Amazonas dão apoio ao projeto.



Fonte: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)

Comentários

  1. É Duda, esse tipo de notícia "científica" me preocupa muito mais que a presença da BOEING por aqui...

    "Diversos equipamentos foram instalados em três locais diferentes em um raio de 150 quilômetros a partir de Manaus, enquanto o IARA irá realizar medidas aéreas, fazendo uso do avião Gulfstream 1 (G 1), do Departamento de Energia (DOE), dos Estados Unidos. O GoAmazon reúne mais de cem pesquisadores de instituições científicas brasileiras e dos Estados Unidos e conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) e Departamento de Energia (DOE), dos Estados Unidos."

    EU ACHO ISSO O FIM DA PICADA !!!

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    Respostas
    1. Olá Marcos!

      Veja bem Marcos, eu também concordo que exista riscos, mas até o momento não existe nenhum indício que denigra a imagens dessas instituições americanas, e elas fazem esses tipos de acordos com diversos países do mundo. Bem diferente da BOEING que é sabidamente uma base de apoio das ações de espionagem da CIA americana e de outros órgãos de segurança dos EUA. A presença da BOEING circulando por SJC é um tremendo erro e certamente resultará em graves consequências, mas que dificilmente virão a público.

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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