Antecipar Lançamento do CBERS-4 é Um Erro, Porque Torna Inevitável a Integração na China
Olá leitor!
Segue abaixo um artigo escrito pela diretoria do “Sindicato
dos Servidores Públicos Federais na Área de C&T (SindCT)” e postado
no site do “Jornal do SindCT” de Fevereiro de 2014, destacando
que a propagada antecipação do lançamento do Satélite CBERS-4 pelo Ministro Raupp é um
erro.
Duda Falcão
Antecipar Lançamento do
CBERS-4 é Um Erro,
Porque Torna Inevitável a Integração na China
Diretoria do SindCT
Jornal do SindCT
Fevereiro de 2014
Assim que se
confirmou a falha no lançamento do satélite CBERS-3 devido a um mau
funcionamento do último estágio do foguete chinês Longa Marcha 4B em dezembro
de 2013, começaram a surgir propostas no sentido de se antecipar a integração
(montagem) e lançamento do satélite CBERS-4, como forma de se amenizar o prejuízo
causado pela perda do CBERS-3.
Originalmente o
CBERS-4 estava previsto para ser lançado no final de 2015, decisão esta que já
havia sido ratificada pela Comissão Sino-Brasileira de Alto-Nível (COSBAN), que
coordena as atividades no âmbito da cooperação espacial entre Brasil e China,
na sua última reunião ocorrida em novembro de 2013, portanto, poucos dias antes
da tentativa frustrada de lançamento do CBERS-3 (vide matéria publicada no
Jornal do SindCT
27, http://goo.gl/BpmvBt).
Aparentemente, a
ideia de se antecipar o lançamento do CBERS-4 partiu do próprio ministro Raupp
(MCTI), que divulgou declarações à imprensa neste sentido enquanto ainda se
encontrava na China, acompanhando o lançamento do CBERS-3. O argumento central
desta proposta baseia-se no fato de que o Brasil já se encontra há vários anos
sem a cobertura de imagens de seu território, desde que o satélite CBERS-2B
deixou de operar em 2009.
Assim, de acordo
com o ministro, caso o cronograma do CBERS-4 fosse mantido, o país ainda teria
de esperar mais dois anos até que a geração das imagens fosse retomada. Uma vez
tomada a decisão de se antecipar em um ano o lançamento do CBERS-4, a
consequência natural seria dar início imediatamente à sua integração na China,
por várias razões, dentre as quais o fato de boa parte da estrutura do satélite
já se encontrar naquele país, e o fato de a China possuir uma quantidade muito
maior de técnicos bem treinados que poderiam ser alocados nestas atividades de
integração.
Se a integração
fosse feita no Brasil, estima- se que seriam gastos cerca de três meses só com
atividades de importação destas partes para o Brasil (e posterior exportação
para a China na época do lançamento). Além disso, é sabido que o INPE enfrenta
sérios problemas relacionados à escassez de recursos humanos, fato que se
verifica também no Laboratório de Integração e Testes (LIT-INPE), onde os
satélites são montados e testados.
Alto Preço
Portanto, o
questionamento que se deve fazer em relação ao CBERS-4 é se a antecipação de
seu lançamento é ou não pertinente.
Neste aspecto, a
decisão de vir a integrá-lo na China ou no Brasil é uma mera decorrência desta
decisão preliminar. Rigorosamente, não há argumentos convincentes que
justifiquem a antecipação do lançamento do CBERS-4.
Do ponto de
vista do acesso a imagens do seu território, o Brasil já vem adquirindo imagens
feitas por satélites estrangeiros desde 2009. Continuar importando estas
imagens por mais um ou dois anos não irá fazer grande diferença. Além disso, o
preço a ser pago com a antecipação do lançamento deste novo satélite será muito
alto para o Brasil, por duas razões.
Em primeiro
lugar, porque não haverá tempo hábil para se aprofundar na solução de todos os
problemas técnicos enfrentados quando da integração do CBERS-3, em particular
relacionados à falha de componentes eletrônicos importados dos EUA. Em segundo
lugar, porque teremos de abrir mão de integrar o satélite no Brasil, perdendo
uma oportunidade fundamental para se qualificar novos profissionais nas
atividades de integração, e principalmente para justificar os investimentos de
centenas de milhões de dólares feitos pelo governo no LIT, onde foram
integrados apenas dois satélites para colocação em órbita nos últimos 12 anos.
Fonte: Jornal do SindCT -
Edição 28ª - Fevereiro de 2014
Comentário: Primeiramente devo dizer que não acredito que
esse satélite venha ser lançado em 2014 por diversas razões, e ai incluídas
razões da parte chinesa. Para mim, toda essa propagada antecipação é motivada
por interesses de cunho político em ano eleitoral. Mas vamos lá. Digamos que eu
esteja completamente errado (cobrem de mim no final do ano e cobrem mesmo, pois diferentemente de certas pessoas eu não fujo da raia) e o
satélite venha ser mesmo lançado em 2014. Como o leitor pode notar nas
colocações feitas pela diretoria do SindCT, não existe razão que justifique
esta propagada antecipação sendo a mesma danosa para os interesses brasileiros.
Confesso leitor que estou tremendamente decepcionado com o Ministro Marco
Antônio Raupp, um profissional que sempre admirei e que teve todo o meu apoio
quando assumiu o cargo de presidente da AEB e posteriormente o cargo de
ministro do MCTI, mas que de uns tempos para cá parece estar deslumbrado com os
bastidores de Brasília (mesmo mal que parece atingir o Comandante Juniti Saito) e com o cargo que ocupa, tornando-se infelizmente uma
marionete nas mãos dessa trupe de energúmenos sob o comando dessa presidentA
petista irresponsável e debiloide. Lamentável!
Eu fico impressionado com a fé de alguns... Acordem !!!
ResponderExcluirO Brasil não é uma democracia. Uma democracia pressupõe três poderes independentes e íntegros.
O Brasil não é uma economia capitalista. Uma economia capitalista pressupõe liberdade de iniciativa, sindicatos criados pelos trabalhadores de cada área e decisões baseadas na relação custo/benefício.
Esse programa CBERS escancara essas verdades, é uma das maiores vergonhas das iniciativas espaciais por aqui (me recuso a continuar chamando essa confusão de "programa espacial"),
Os sindicatos por aqui, quando muito, só servem aos interesses de determinadas castas. Eles só querem saber de "proteger" os interesses da casta que supostamente representam. Os interesses do país e dos seus acionistas (contribuintes) que somos nós, que se danem.
Já falei outras vezes. Se os cientistas da área julgarem conveniente o Brasil ter um satélite próprio para esse fim de monitoração ambiental, é muito mais inteligente comprar um modelo mais moderno tanto dos chineses ou de qualquer outro país. Isso sim seria uma solução baseada exclusivamente nos critérios de custo/benefício.
E me expliquem por favor: qual seria a diferença entre ter um centro de integração que integrou 3 ao invés de apenas 2 satélites no período de 12 anos? Tanto faz !!! Em nenhuma economia capitalista do Mundo alguém vai gastar milhões para montar um LIT da vida, sem ter demanda para ele.
Já numa economia que socializa o prejuízo e monopoliza os lucros gastam o dinheiro do povo onde é politicamente conveniente mesmo sem perspectiva de retorno.
Ainda vem esses caras querendo convencer que vale a pena fazer o translado desse material tecnicamente defasado da China para o Brasil, depois de volta do Brasil para a China. Só para ser "montado" por técnicos brasileiros que provavelmente já estarão aposentados quando um outro satélite vier a ser projetado por essas bandas.
Chega gente, Já passou da hora de começar a falar sobre a realidade dos fatos.
Vivemos num país de governo ditador/populista e de economia de miséria socializada e lucros monopolizados sustentados por uma massa de eleitores desassistidos que não têm outra opção se não manter isso tudo.
Uma hora a corda vai arrebentar, não tenho dúvida disso, mas até lá...