Pesquisa da USP Pode Contribuir Com Projetos Espaciais
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada ontem (26/02) no site da “Agência
Espacial Brasileira (AEB)”, destacando que pesquisa da USP pode contribuir com
Projetos Espaciais.
Pesquisa da USP Pode Contribuir
Com Projetos Espaciais
Agência USP de Notícias
Foto: Marcos Santos/USP
Brasília, 26 de Fevereiro de 2014 – O resultado de um teste realizado no Instituto de Física (IF) da
Universidade de São Paulo (USP) pode permitir avanços no desenvolvimento
nacional de componentes eletrônicos para uso em projetos espaciais e
aeronáuticos.
A pesquisa conseguiu quantificar os defeitos que ocorrem
em dispositivos eletrônicos, como o transistor (que regula a corrente elétrica
em um circuito), expostos à radiação provocada por íons pesados (partícula
carregada). Essa medição ajuda a indicar os dispositivos mais resistentes à
radiação e, portanto, menos propensos a problemas de funcionamento em ambiente
espacial.
A radiação, presente tanto na atmosfera quanto no espaço,
pode momentaneamente alterar a resposta ou danificar componentes eletrônicos de
foguetes e satélites e até mesmo aviões, por causa de voos a altas altitudes,
segundo o professor Nilberto Heder Medina, do Departamento de Física Nuclear do
Ifusp. O docente foi um dos pesquisadores do estudo que envolveu ainda outros
cientistas do instituto, do Centro Universitário da Fundação Educacional
Inaciana Pe. Sabóia de Medeiros (FEI) e do Centro de Tecnologia da Informação
Renato Archer (CTI), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação
(MCTI).
Esse foi o primeiro teste, no país, de tolerância aos
efeitos da radiação ionizante devido a SEE – Single Event Effect, provocados
por feixe de íons pesados, em componentes eletrônicos. Para realizar a
pesquisa, foi utilizado o acelerador de partículas Pelletron 8UD do Ifusp, um
sistema eletrônico de aquisição de dados e um transistor de uso comercial.
De acordo com Medina, “até então, o Brasil era capaz de
realizar testes só para avaliar danos em componentes eletrônicos devido aos
efeitos da radiação ionizante (TID – Total Ionizing Dose) acumulada em
dispositivos”. Diferente do SEE, no qual os efeitos são provocados por um único
íon, no TID o mau funcionamento ou dano permanente é provocado pelo acúmulo da
dose de radiação no componente.
Resultado – O
pesquisador explica que foi estabelecida uma versão final para o arranjo
experimental, que permite a montagem de várias amostras (placas de circuitos).
“Utilizando, em conjunto com esse arranjo, um osciloscópio (instrumento de
medição e análise de sinais, como eletrônicos) que adquire até 2 Gsamples/s
(dois gigas de amostra por segundo), foi possível identificar com segurança a
ocorrência do SEE e levantar uma curva da seção de choque de eventos em função
da transferência linear de energia (LET), resultante da ionização provocada por
íons pesados de Carbono, Oxigênio, Flúor, Silício, Cloro, Cobre e Prata”,
explica Medina.
O estudo integra projetos iniciados em 2012, com
financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp)
e Financiadora de Estudos e Projeto (Finep). Com a participação de equipes de
professores, pesquisadores e alunos, o estudo é voltado para o desenvolvimento
de componentes tolerantes à radiação, e para a criação de uma plataforma de
testes seguindo padrões internacionais.
Fonte: Site da Agência Espacial Brasileira (AEB)
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