SCD-1 - Completa Maioridade e Se Torna o Mais Antigo em Sua Categoria no Espaço

Olá leitor!

Segue abaixo um artigo postado ontem (16/02) no site “Defesanet.com” destacando os 21 anos do Satélite de Coleta de Dados-1 (SCD-1).

Duda Falcão

COBERTURA ESPECIAL - Especial Espaço - Tecnologia

SCD-1 - Completa Maioridade e Se Torna o
Mais Antigo em Sua Categoria no Espaço

O Satélite de Coleta de Dados 1, SCD-1, posto em órbita
por um um foguete PEGASUS, da Orbital Science Corporation,
desde um NB-52 voando a grande altitude.

Júlio Ottoboni
Especial para DefesaNet
16 de Fevereiro, 2014 - 19:39 ( Brasília )


No dia 19 de fevereiro, o microssatélite produzido no INPE, o Satélite de Coleta de Dados-1 (SCD-1), de uso científico, chegará a sua maioridade. E também a surpreendente condição de ser o mais antigo objeto em sua categoria a manter sua órbita no espaço e em funcionamento ininterrupto por mais de 7665 dias, ou seja, 21 anos. Ou 131.241 rotações orbitais em torno da Terra.

Lançado, no dia 09 de fevereiro de 1993, pelo foguete norte-americano Pegasus,  o SCD-1 teve 10 dias de ajustes e acertos telemétricos para entrar realmente em funcionamento pleno. Sua colocação perfeita pelo lançador e o rigor técnico da equipe do INPE, então comandada pelo gerente e engenheiro Carlos Santana, foram fundamentais nesta sobrevida surpreendente.

A expectativa de vida útil do SCD-1, um aparelho de 115 quilos, era de apenas um ano em órbita, depois perderia altitude e se desintegraria na reentrada da atmosfera. Sua altitude era, na época, de 750 quilômetros da superfície.

Esse pequeno notável continua, mesmo com falhas e algumas imperfeições em sua atitude, com funcionamento satisfatório e cumprindo sua missão. O equipamento foi projetado, produzido e testado totalmente no Brasil, mesmo enfrentando boicotes dos Estados Unidos entre outros países. Ele pertenceu a extinta Missão Espacial Completa Brasileira (MECB), substituída mais tarde pelo Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE).

O primeiro satélite desenvolvido pelo país - um feito considerado histórico não só por sua importância mas pela superação das dificuldades - ainda mantém a retransmissão de informações importantes para a previsão do tempo e monitoramento das bacias hidrográficas, entre outras aplicações.

O Brasil abandonou o desenvolvimento de microssatélites depois de ter lançado e avançado em suas negociações no intercâmbio espacial com a China. Os satélites Cbers, de sensoriamento remoto e de grande porte, levariam em seu bojo transponders capazes de fazer o trabalho da série SCD e também da família SSR, que eram pequenos satélites de sensoriamento remoto.

Segundo o INPE, a longevidade do equipamento comprova a competência de seus grupos de engenharia e também das equipes que mantém o satélite em operação no centro de rastreio e controle de satélites do instituto. Embora com toda essa capacitação inexiste qualquer projeto de pequenos satélites em desenvolvimento no instituto, apenas a corrida contra o tempo para fazer uma nova tentativa de colocar a nova versão Cbers em órbita e acabar com o apagão de imagens que o Brasil sofre desde os atrasos anteriores ao lançamento fracassado no final do ano passado.

O lançamento do SCD-1 colocou o Brasil entre as nações que efetivamente dominam o ciclo completo de uma missão espacial, desde sua concepção até o final de sua operação em órbita. Marcou também o início da operação do Sistema de Coleta de Dados Brasileiro. Um marco para a previsão meteorológica e estudos climáticos no país.

O pequeno e envelhecido satélite brasileiro voa a uma velocidade de 27 mil quilômetros por hora, leva aproximadamente 1h40min para completar uma volta em torno da Terra, e nestas passagens recolhe e retransmite informações ambientais para a Estação do INPE em Cuiabá. Isso ocorre 17 vezes ao dia e os dados transmitidos são recolhidos pela rede de Plataformas de Coleta de Dados (PCDs) espalhadas pelo território nacional.

Atualmente nem o mais otimista dos cientistas, engenheiros, técnicos e pesquisadores conseguem prever  até quando o SCD-1 conseguirá se manter em órbita e em funcionamento. Inclusive com vários de seus sistemas redundantes com suas operações debilitadas, entre eles um de seus transponders de dados.

O SCD-1 a bordo do foguete PEGASUS da
OSC disparado desde uma B-52.
Perfil de lançamento do SCD-1.
O SCD-1 em ensaios no INPE.
O SCD-1 e lançador PEGASUS acoplado a uma NB-52B.


Fonte: Site Defesanet.com - http://www.defesanet.com.br

Comentários

  1. Sem dúvida uma excelente história, um marco mundial...

    Mas de que adianta se tudo que fizeram no passado foi jogado fora por esses "governos"?

    Lamentável.

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  2. Ai esta. Fizemos algo desse tipo com nada mais nada menos que pessoas consideradas "menos especializadas" que os oficiais da AEB. Ja vi em foruns de Astrofisica amadora planos e projetos d esondas lunares ficticias totalmente funcionais feitas por brasileiros. O Conhecimento esta ali,e infelizmente,estamos aqui e não podemos ir pega-lo.

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