CENIC Desenvolve Estrutura dos Painéis do CBERS 4
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria publicada na nova edição da Revista Espaço Brasileiro (Jan. Fev. Mar. de 2010) informando que a empresa brasileira CENIC do “Vale do Paraíba” projetará e fabricará pela primeira vez no Brasil a estrutura dos painéis solares de um dos satélites do Programa CBERS (CBERS 4).
Duda Falcão
Indústria
CENIC Desenvolve Estrutura dos Painéis do CBERS 4
Localizada na região do Vale do Paraíba, a empresa,
que já atua junto ao Programa Espacial Brasileiro,
projetará e fabricará, pela primeira vez no Brasil, a peça
Raíssa Lopes/CCS
CBERS em teste no LIT
A empresa CENIC, situada em São José dos Campos (SP), está desenvolvendo a estrutura dos painéis solares do Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres 4 (CBERS 4). Até então a China era a responsável pelo projeto. Segundo o responsável técnico e pelo contrato de desenvolvimento da peça da CENIC, Francisco Manoel Corrêa Dias, “o know-how e o kwon-why do projeto destas estruturas nunca era, efetivamente, transferido para o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) - órgão responsável em âmbito nacional pelo desenvolvimento do CBERS”.
A estrutura esta sendo desenvolvida em painéis tipo sanduíche com núcleo de colméia de alumínio (aluminum honeycomb) e folhas de face (face sheets) em material compósito (material em cuja composição entra dois ou mais tipos de materiais diferentes, como metais e polímeros, metais e cerâmica ou polímeros e fibras orgânicas e inorgânicas), à base de fibra de carbono e resina epóxi. “Para atender aos requisitos de rigidez dos painéis, utilizamos fibras de carbono de alto módulo de elasticidade”, conta Francisco. Com o objetivo de reduzir ao máximo a massa da estrutura dos painéis, a CENIC desenvolveu uma folha de face (face sheet) para os painéis sanduíche em material compósito (dois ou mais tipo de materiais diferentes) em forma de tela plana. “Até então, os painéis solares que havíamos fabricado eram construídos com folhas de face em laminados de fibra de carbono homogêneos. Isto é, independente do número e da orientação das camadas (stacking sequency), a estrutura do laminado é continua”, explica Francisco. Nessa fase do desenvolvimento, a empresa responsável pelo projeto contou com o apoio do professor de Engenharia Mecânica do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Sérgio Francino Müller, e do tecnologista sênior do INPE, Mário Kataoka.
Francisco acredita que o mais importante da engenharia de análise estrutural e da engenharia necessária ao desenvolvimento dos processos de fabricação das estruturas dos painéis estarem sendo desenvolvidas no Brasil é que “o aprendizado de todas as etapas fica na indústria nacional com total transparência para os especialistas do INPE”. Segundo ele, as estruturas anteriores eram entregues prontas e a tecnologia nunca era repassada ao Brasil.
Projeto - O número de pessoas envolvidas no projeto varia de acordo com a fase do desenvolvimento. No entanto, há cerca de 12 pessoas, entre engenheiros e técnicos de diversas especialidades, diretamente envolvidas na fabricação dos painéis solares.
Segundo a assessória de comunicação do INPE, os contratos nacionais para os CBERS-3 e 4 totalizam R$ 300 milhões. O Brasil tem 50% de participação no desenvolvimento do satélite. Para a fabricação da estrutura dos painéis solares do CBERS 4 foram destinados R$ 2,5 milhões.
A CENIC, consorciada com a empresa FIBRAFORTE, de São José dos Campos (SP), é responsável pelo desenvolvimento da estrutura dos satélites CBERS 3 e 4. Pela primeira vez a estrutura para um satélite de 2,0 toneladas está sendo desenvolvida e fabricada no Brasil. A fase de qualificação foi totalmente concluída no ano passado, quando se iniciou a fabricação e montagem das estruturas dos Modelos de Vôo dos satélites CBERS 3 e 4. O consórcio CENIC/FIBRAFORTE foi o vencedor de um edital de concorrência aberto pelo INPE, em dezembro de 2004.
Segundo o responsável pelo projeto na FIBRAFORTE, Jadir Nogueira Gonçalves, na associação CENIC e FIBRAFORTE a participação é igual na receita e na divisão de tarefas. “Ambas as empresas atuam em atividades de engenharia, ensaios e fabricação”, explica.
Contribuição - Tanto a FIBRAFORTE quanto a CENIC são empresas brasileiras que há vários anos contribuem para o Programa Espacial Brasileiro. ”Produzimos equipamentos para todos os programas de satélites desde a nossa criação, em 1994”, conta Jadir, da FIBRAFORTE. Além da estrutura dos painéis solares dos CBERS, a empresa também é responsável pelo desenvolvimento dos containers de transporte dos satélites. “É a primeira vez que uma indústria brasileira assume esse desafio”, completa.
Fundada há 17 anos por engenheiros egressos do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), a CENIC participa, também, do desenvolvimento da estrutura da Plataforma Multimissão (PMM) e do Satélite Suborbital (SARA). A empresa fabrica, ainda, tubeiras, coifas e envelopes motores para os Veículos Lançadores e Foguetes de Sondagem desenvolvidos pelo DCTA.
Fonte: Revista Espaço Brasileiro - num. 8 Jan. Fev. Mar. de 2010 - pág 28
A estrutura esta sendo desenvolvida em painéis tipo sanduíche com núcleo de colméia de alumínio (aluminum honeycomb) e folhas de face (face sheets) em material compósito (material em cuja composição entra dois ou mais tipos de materiais diferentes, como metais e polímeros, metais e cerâmica ou polímeros e fibras orgânicas e inorgânicas), à base de fibra de carbono e resina epóxi. “Para atender aos requisitos de rigidez dos painéis, utilizamos fibras de carbono de alto módulo de elasticidade”, conta Francisco. Com o objetivo de reduzir ao máximo a massa da estrutura dos painéis, a CENIC desenvolveu uma folha de face (face sheet) para os painéis sanduíche em material compósito (dois ou mais tipo de materiais diferentes) em forma de tela plana. “Até então, os painéis solares que havíamos fabricado eram construídos com folhas de face em laminados de fibra de carbono homogêneos. Isto é, independente do número e da orientação das camadas (stacking sequency), a estrutura do laminado é continua”, explica Francisco. Nessa fase do desenvolvimento, a empresa responsável pelo projeto contou com o apoio do professor de Engenharia Mecânica do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Sérgio Francino Müller, e do tecnologista sênior do INPE, Mário Kataoka.
Francisco acredita que o mais importante da engenharia de análise estrutural e da engenharia necessária ao desenvolvimento dos processos de fabricação das estruturas dos painéis estarem sendo desenvolvidas no Brasil é que “o aprendizado de todas as etapas fica na indústria nacional com total transparência para os especialistas do INPE”. Segundo ele, as estruturas anteriores eram entregues prontas e a tecnologia nunca era repassada ao Brasil.
Projeto - O número de pessoas envolvidas no projeto varia de acordo com a fase do desenvolvimento. No entanto, há cerca de 12 pessoas, entre engenheiros e técnicos de diversas especialidades, diretamente envolvidas na fabricação dos painéis solares.
Segundo a assessória de comunicação do INPE, os contratos nacionais para os CBERS-3 e 4 totalizam R$ 300 milhões. O Brasil tem 50% de participação no desenvolvimento do satélite. Para a fabricação da estrutura dos painéis solares do CBERS 4 foram destinados R$ 2,5 milhões.
A CENIC, consorciada com a empresa FIBRAFORTE, de São José dos Campos (SP), é responsável pelo desenvolvimento da estrutura dos satélites CBERS 3 e 4. Pela primeira vez a estrutura para um satélite de 2,0 toneladas está sendo desenvolvida e fabricada no Brasil. A fase de qualificação foi totalmente concluída no ano passado, quando se iniciou a fabricação e montagem das estruturas dos Modelos de Vôo dos satélites CBERS 3 e 4. O consórcio CENIC/FIBRAFORTE foi o vencedor de um edital de concorrência aberto pelo INPE, em dezembro de 2004.
Segundo o responsável pelo projeto na FIBRAFORTE, Jadir Nogueira Gonçalves, na associação CENIC e FIBRAFORTE a participação é igual na receita e na divisão de tarefas. “Ambas as empresas atuam em atividades de engenharia, ensaios e fabricação”, explica.
Contribuição - Tanto a FIBRAFORTE quanto a CENIC são empresas brasileiras que há vários anos contribuem para o Programa Espacial Brasileiro. ”Produzimos equipamentos para todos os programas de satélites desde a nossa criação, em 1994”, conta Jadir, da FIBRAFORTE. Além da estrutura dos painéis solares dos CBERS, a empresa também é responsável pelo desenvolvimento dos containers de transporte dos satélites. “É a primeira vez que uma indústria brasileira assume esse desafio”, completa.
Fundada há 17 anos por engenheiros egressos do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), a CENIC participa, também, do desenvolvimento da estrutura da Plataforma Multimissão (PMM) e do Satélite Suborbital (SARA). A empresa fabrica, ainda, tubeiras, coifas e envelopes motores para os Veículos Lançadores e Foguetes de Sondagem desenvolvidos pelo DCTA.
Fonte: Revista Espaço Brasileiro - num. 8 Jan. Fev. Mar. de 2010 - pág 28
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