Chuva de Partículas Cósmicas Emite Ondas de Rádio na Atmosfera
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada hoje (25/07) no site
“Inovação Tecnológica” destacando que uma equipe internacional com participação
de astrofísicos brasileiros descobriu uma nova forma de estudar os rastros
deixados pelos "Chuveiros Atmosféricos".
Duda Falcão
ESPAÇO
Chuva de Partículas Cósmicas Emite
Ondas de Rádio na Atmosfera
Com informações do IFSC
25/07/2014
Imagem: ASPERA/G.Toma/A.Saftoiu]
Os raios cósmicos ultraenergéticos são detectados por
tanques de
água especiais, conhecidos como detectores de Cherenkov.
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Partículas Ultraenergéticas
Uma equipe internacional, com participação de
astrofísicos do Instituto de Física de São Carlos, da USP, descobriu uma nova
forma de estudar os rastros deixados pelos "chuveiros atmosféricos",
cascatas de partículas que atravessam a atmosfera ininterruptamente.
O experimento
foi realizado no Observatório Pierre Auger, na Argentina, que tem como objetivo
principal detectar e estudar raios cósmicos ultraenergéticos,
partículas que podem alcançar energias cerca de 1.000 vezes maiores do que as
obtidas por aceleradores de partículas como o LHC.
Invisíveis a
olho nu, esses chuveiros são causados pelos chamados raios cósmicos, ainda que,
na verdade os "raios cósmicos" não
sejam raios - eles são compostos por diversos tipos de partículas,
como prótons, elétrons, neutrinos e mésons.
No trajeto
entre a atmosfera e o solo, as partículas interagem com o hidrogênio presente
no ar e emitem um flash luminoso muito fraco, captado por telescópios.
Em 2008, a
mesma equipe havia descoberto que era possível detectar essas partículas
cósmicas exóticas usando telescópios de neutrinos.
Agora eles
estão anunciando que é possível estudar os chuveiros de partículas cósmicas medindo
as ondas de rádio que o fenômeno gera.
[Imagem:
Observatório Pierre Auger/Divulgação]
a ser elucidado.
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Ondas de Rádio
A equipe, que
conta com 102 pesquisadores de todo o mundo, vinha até agora trabalhando com
duas ferramentas para medir esses raios ultraenergéticos: a técnica de tanques
de água - também conhecidos como detectores de Cherenkov
- e a de telescópios de fluorescência.
Agora eles
utilizaram uma nova técnica recém-descoberta, a técnica de detectores de rádio,
que complementa as análises feitas pelas duas outras.
"Os
membros do observatório buscam continuamente o desenvolvimento de técnicas
novas que tragam medidas mais precisas e detalhadas para, dessa forma, ampliar
as possibilidades do observatório como um todo," explicou o professor Luiz
Vitor de Souza Filho, que participou da pesquisa.
"Na
literatura, duas teorias explicavam dois efeitos diferentes para a emissão de
ondas de rádio pelo chuveiro atmosférico: o efeito geomagnético e o efeito
Askaryan, mas as evidências nunca haviam sido medidas. Esse, provavelmente, foi
motivo pelo qual o artigo ganhou destaque e foi aceito numa importante revista
científica da área", conta o professor do IFSC.
O próximo
passo para o aprimoramento da pesquisa é o investimento, tanto financeiro
quanto intelectual, na nova técnica.
Por ser
largamente difundida para outros usos, a técnica de detectores de rádio não
exige um grande desenvolvimento tecnológico para sua adaptação aos propósitos
específicos do Observatório Pierre Auger, e tem um custo muito baixo.
"Embora
os resultados tenham sido positivos, a técnica de rádio mostrou algumas falhas,
o que não a torna o 'carro-chefe' de uma nova etapa do observatório. Apesar
disso, os resultados são bons o suficiente para que continuemos investindo,
mesmo que, paralelamente, outras técnicas também sejam investigadas",
afirma Luiz Vitor.
Bibliografia:
Probing
the radio emission from air showers with polarization measurements
Pierre
Auger Collaboration
Physical
Review D
Vol.:
89, 052002
DOI:
10.1103/PhysRevD.89.052002
Fonte: Site Inovação Tecnológica - http://www.inovacaotecnologica.com.br/
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