Chineses Aceitam Proposta Brasileira de Construção do Satélite CBERS-4A
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada ontem (17/07) no site da Agência
Espacial Brasileira (AEB) destacando que segundo o Ministro da Ciência,
Tecnologia e Indústria de Defesa da República Popular da China, Xu Dazhe, a
China aceita a proposta brasileira da construção do Satélite CBERS-4A e que a proposta
da produção dos Satélites CBERS 5 e 6, deve ser incluída no Plano Decenal firmado
entre os dois países.
Duda Falcão
Chineses Aceitam Proposta Brasileira
de Construção do
CBERS-4A
Coordenação de Comunicação
Social (CCS-AEB)
Foto: Valdivino
Jr/AEB
Visita do ministro chinês Xu Dazhe
(terceiro da esquerda para a direita) à AEB.
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Brasília, 17 de julho de 2014 – O ministro da
Ciência, Tecnologia e Indústria de Defesa da República Popular da China, Xu
Dazhe, afirmou nesta quarta-feira (16) que seu país concorda com a proposta
brasileira de construção do exemplar 4A do Satélite Sino-Brasileiro de
Sensoriamento Remoto (CBERS, na sigla em inglês).
O assunto foi tratado com o ministro da Ciência,
Tecnologia e Inovação, Clelio Campolina, e com o presidente da Agência Espacial
Brasileira (AEB), José Raimundo Braga Coelho, nas visitas que o dirigente
chinês fez a AEB e ao MCTI. Dazhe também disse que a continuidade do programa
CBERS, com a produção dos satélites 5 e 6, deve ser incluída no Plano Decenal
firmado entre Brasil e China e que será discutido em reunião até o final do
ano.
Quanto ao CBERS-4, o ministro chinês disse seu processo
de integração, compartilhado por técnicos dos dois países, está dentro do
cronograma e o lançamento programado para 7 de dezembro próximo. Na
oportunidade, Dazhe convidou o ministro Campolina a ir à China acompanhar o
lançamento.
Na parte da manhã, quando visitou a AEB, o ministro
chinês ainda manifestou interesse no programa Ciência sem Fronteiras Espacial
(CsF-Espacial) afirmando que seu país tem interesse em aumentar as
oportunidades para bolsistas brasileiros em suas instituições de ensino. Disse
também que há o manifestou interesse de cientistas da China em desenvolver
estudos junto com grupos de pesquisas em unidades brasileiras.
Dazhe destacou que a China também tem interesse na
presença brasileira no plano de desenvolvimento de infraestrutura espacial para
alta tecnologia em formatação pelo país. Manifestou ainda a satisfação para os
chineses em ter uma presença mais ampla de brasileiros na sexta unidade do
Escritório das Nações Unidas para Assuntos do Espaço Exterior (UNOOSA), que
será instalada na China em novembro deste ano. Hoje, existem duas
representações na África, uma na América Latina, da qual o Brasil já faz parte,
uma na Ásia e uma no Pacífico.
Além do presidente da AEB também participaram do encontro
na sede da instituição os diretores Petrônio Noronha de Souza, de Política
Espacial e Investimentos Estratégicos, Marco Antônio de Rezende, de Transporte
Espacial e Licenciamento, e o chefe da Assessoria de Cooperação Internacional,
José Monserrat Filho.
Nesta quinta-feira (17) o presidente da Agência Espacial
participou de solenidade no Palácio do Planalto, quando assinou Memorando de
entendimento entre a AEB e a Administração Nacional Espacial da China (CNSA)
sobre cooperação em dados e aplicações de sensoriamento remoto por satélite.
Cooperação – O
UNOOSA é o órgão das Nações Unidas (ONU) responsável pela promoção da
cooperação internacional nos usos pacíficos do espaço exterior estando ligado
as atividades do Comitê das Nações Unidas para o Uso Pacífico do Espaço
Exterior (COPUOS).
Por meio do Programa das Nações Unidas sobre Aplicações
Espaciais, o UNOOSA promove workshops internacionais, cursos de formação e
projetos-piloto sobre temas que incluem sensoriamento remoto, navegação por
satélite, meteorologia por satélite, tele-educação e ciências espaciais básicas
para o benefício dos países em desenvolvimento.
Ele também mantém uma linha direta 24 horas como o ponto
focal das Nações Unidas para os pedidos de imagens de satélite durante
desastres e gerencia a Plataforma das Nações Unidas para a informação baseada
em Espaço de Gestão de Desastres e Resposta de Emergência (ONU-Spider).
* A série do próximo CBERS é 4A e não 4B como
anteriormente informado.
Fonte: Agência Espacial Brasileira
(AEB)
Comentário: Hummmm, essa é uma boa
notícia para o Programa Espacial Brasileiro e creio que as empresas brasileiras
e não brasileiras instaladas no país, que participaram em algum momento dos
projetos dos satélites anteriores desse programa devem estar vibrando neste
momento. Entretanto, é preciso dizer que esses três satélites (um dos quais é
só montagem, já que as peças já existem e nada mais precisa ser desenvolvido) num
programa conduzido por gente séria e competente e endossado por um governo
comprometido, não precisaria de dez anos para ser cumprido, mas do jeito que o
PEB é conduzido leitor, novas novelas intermináveis começarão a serem escritas em
breve, e assim o Brasil e a China precisarão de outros acordos decenais para
cumprir esta meta. De qualquer forma o Programa CBERS até o momento trouxe
alguns benefícios para tecnologia espacial brasileira (não quanto poderia e gostaríamos,
é verdade) e com essa extensão do programa certamente os benefícios serão ampliados. E quem sabe, caso haja uma melhora da gestão do PEB, este programa possa definitivamente contribuir
para que o Brasil alcance o total domínio da construção de satélites de
sensoriamento remoto deste porte. Já quanto ao lançamento do CBERS-4 em 07/12 como disse o ministro chinês, o Blog BRAZILIAN SPACE está pagando para ver, e torcendo muito para que estejamos errados, e para que (caso realmente o satélite seja lançado nesta data) esta pressa petista não venha resultar em outra perda do satélite.
Alguma ideia de quando poderá ser o lançamento do CBERS-4A?
ResponderExcluirOlá Rui!
ExcluirEu creio que o início de sua montagem deva ocorrer dois anos após o lançamento do CBERS-4, mas no Brasil caro amigo a única coisa certa é que nada é certo.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Sempre que falam desse projeto sinto arrepios. Os satélites CBERS usam a plataforma de satélite chinesa "Phoenix-Eye 1".
ResponderExcluirLá na China, eles já estão usando a plataforma "Phoenix-Eye 2" bem maior e mais sofisticada que a primeira a um bom tempo.
Será que ninguém enxerga, que todo esse "esforço" é para lançar um satélite cuja plataforma nem seus criadores usam mais? O contribuinte brasileiro paga para que façam esses "acordos" que só beneficiam a outra parte. Nós estamos "montando" satélites em plataformas defasadas e eles vendem a ideia de que esses satélites são o ó do borogodó.
Quem tiver interesse, pode procurar mais informações a partir dos satélites Ziyuan.
Caro Marcos!
ExcluirAs coisas não são bem assim. A "Phoenix-Eye 1" e a "Phoenix-Eye 2" são plataformas diferentes devido especificações diferentes. Isto não significa que a segunda seja mais avançada que a primeira e sim que foi especificada de forma diferente. Além do mais, a plataforma usada no Programa CBERS tem partes desenvolvidas no Brasil e mesmo algumas partes que cabiam aos chineses foram desenvolvidas sob contrato por empresas brasileiras ou empresas estrangeiras com sede no Brasil, entende?
Na realidade o grande problema até hoje do Programa CBERS desde que foi criado em 1987 é que devido a má condução do Programa Espacial Brasileiro a partir do Governo COLLOR, não foi possível ainda ter o domínio completo do desenvolvimento de um satélite de sensoriamento remoto deste porte. Mesmo não sendo este o objetivo quando o programa foi estabelecido naquela época, mas que não impedia que este objetivo fosse alcançado se fosse buscado, coisa que não aconteceu devido aos constante cortes orçamentários e a naturais dificuldades geradas pelo falta de know how das empresas brasileiras e também pelo embargo tecnológico criado em grande parte pelos americanos.
Entretanto, apesar de todos esses problemas o Programa CBERS permitiu um grande avanço da tecnologia brasileira para satélites em várias áreas, uma delas foi a área de painéis solares que permitiu recentemente a Orbital Engenharia ser escolhida para fornecer a empresa inglesa Surrey Satellite Technology LTD (SSTL) parte dos SCA’s (Solar Cell Assembly) usados no satélite científico TechDemoSat 1, lançado recentemente com exito por um foguete Soyuz.
Assim sendo, apesar do Programa CBERS não ter sido tão proveitoso como poderia ter sido se bem conduzido fosse, a existência do mesmo trouxe grandes benefícios para o Programa Espacial Brasileiro e continuará trazendo se as notícias acima não forem mais uma propaganda enganosa desse governo desastroso.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)