Satélite ITASAT-1
Olá leitor!
Após a nossa entrevista recente com o Capitão Eloi
Fonseca (veja aqui), Gerente do Projeto do Nanosatélite ITASAT-1, o Instituto
Tecnológico da Aeronáutica (ITA) postou no dia de ontem (08/07) em seu site uma
interessante nota sobre este projeto. Vale a pena dar uma conferida.
Duda Falcão
Notícias
Satélite ITASAT-1
O8/07/2014
O satélite
universitário ITASAT-1, desenvolvido pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica
(ITA) em parceria com a Agência Espacial Brasileira e o Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (INPE), poderá ser lançado no próximo ano. O projeto soma
esforços de cinco universidades brasileiras e, em 2013, passou por readequações
estratégicas na filosofia de desenvolvimento e na estrutura do equipamento.
Mais leve e moderno, o ITASAT-1 terá módulos compatíveis com diversas
plataformas e realizará cinco experimentos científicos em voo.
A proposta
de desenvolver e operar um satélite universitário nasceu em meados de 2005. Até
2008, uma primeira fase do projeto ITASAT-1 buscou consolidar a formação de
recursos humanos e o envolvimento de estudantes de graduação e pós-graduação. A
partir de 2009, as ações passaram a se voltar para o desenvolvimento do
satélite em si, com a realização de revisões periódicas formais,
supervisionadas por especialistas do Brasil e do exterior, com experiência no
desenvolvimento de microssatélites.
No
decorrer dos últimos dois anos, no entanto, tanto a filosofia de
desenvolvimento quanto a estrutura do satélite tiveram seus escopos
readequados. De uma abordagem mais rígida, próxima dos satélites operacionais e
com o desenvolvimento de todos os subsistemas e equipamentos do satélite, o
projeto ITASAT-1 passou a focar na integração de sistemas e na aplicação de
métodos de validação e verificação, bem como, no treinamento dos estudantes em
Engenharia e Desenvolvimento de Sistemas. “Os estudantes passaram a trabalhar
de forma integrada, conhecendo todas as etapas do projeto. Com isso, saem daqui
aptos a trabalhar nas empresas da área espacial que estão surgindo”, explicou
Lídia Hissae Shibuya Sato, Pesquisadora Científica do projeto. Também foram
propostas mudanças estruturais relativas ao tamanho e peso do equipamento, aos
sistemas de comunicação e de controle de altitude. “Inicialmente, o ITASAT-1
foi pensado para ter de 80 a 100 kg. Na sua nova configuração, ele deverá ter
menos de 10 kg”, disse.
Tão logo
consolidada a construção do ITASAT-1, o projeto caminhará para a fase de
escolha do foguete que levará o satélite ao espaço, considerando uma janela de
lançamento de setembro a dezembro de 2015
Dentre os
seus objetivos, o projeto ITASAT-1 também tem como proposta desenvolver um
modelo de engenharia que permaneça em solo para a realização de testes e
simulações do treinamento de operadores de estação. Com isso, seria possível
simular com exatidão o que acontece no espaço, corrigindo eventuais problemas
em voo, a partir de soluções desenvolvidas em terra. “Se acontece um problema
no espaço, a partir de uma versão idêntica em solo, podemos simular o ocorrido,
estudar a solução e só depois disso, tomar as medidas necessárias para que as
correções sejam realizadas em voo”, explicou Lídia.
O ITASAT-1
é um satélite experimental científico com cinco funções principais (cargas
úteis) e vida útil de um ano. Nesse período, o equipamento devera testar em
órbita: o transponder de coleta de dados (DCS),
desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) em parceria
com o Centro Regional do Nordeste (CRN); o GPS Orion, desenvolvido pela
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em parceria com o IAE; a
placa de sensores para medidas de caracterização do campo magnético terrestre,
desenvolvida pela Universidade de Santa Maria (RS); o funcionamento de uma
câmera fotográfica para satélites de pequeno porte, utilizada em missões
estratégicas; e um experimento de comunicação e transferência de dados com a
comunidade de radioamador. Para atender aos objetivos da missão, a plataforma
conta com os seguintes subsistemas: estrutura, painéis solares, unidade de
condicionamento e distribuição, computador de supervisão de bordo, interfaces
de expansão, GPS, computador de controle de altitude, sensores solares e
magnéticos, atuadores, sistema de telemetria, rastreamento e comando
(TT&C).
Criar uma
réplica em solo para recuperar problemas em voo e treinar profissionais para
futuras missões são objetivos centrais do projeto ITASAT, entretanto, a visão
estratégica vai além, e já vislumbra a possibilidade de realizar serviços
estratégicos em regiões onde a presença de satélites maiores ofereceriam custos
proibitivos. Mesmo sendo um satélite para a realização de experimentos
científicos, o ITASAT-1 poderá contribuir com diversos setores a partir da
utilização dos dados coletados. Exemplo disso são as informações que serão
obtidas pela carga útil do Transponder Digital de Coleta de Dados desenvolvido
pelo INPE/CRN e poderão ser utilizadas pelo Sistema Brasileiro de Coletas de
Dados Ambientais.
Outra
contribuição importante do projeto destacado pela pesquisadora do ITASAT-1 é a
estação solo instalada no ITA. “Já operacional, nossa estação rastreia o
satélite NanoSatC-Br1, desenvolvido pelo INPE em parceria com a Universidade
Federal de Santa Maria (UFSM) e lançado recentemente, em 19 de junho” disse a
pesquisadora Lídia. Ainda segundo o gerente do projeto, o Capitão Elói Fonseca,
instrutor do ITA: “Esta estação foi adquirida pelo projeto do NanosatC-BR1 e
instalada no ITA, sendo operada pelo pessoal do ITASAT-1. Desta forma já temos
o pessoal capacitado e a infraestrutura pronta para o monitoramento e controle
do ITASAT-1, o qual poderá ser monitorado também pelos radioamadores como
ocorre com o NanosatC-BR1. A estação de solo de Santa Maria também servirá de
apoio no monitoramento do ITASAT-1, assim como nossa equipe apoia atualmente o
NanosatC-BR1, assim estamos com uma estrutura de trabalho prevendo a plena
integração das equipes e projetos NanosatC-BR1, BR2, AESP-14 e ITASAT-1”.
Fonte: Site do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA)
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