Saída de Raupp Deixa a Área Espacial Perdida no Espaço

Olá leitor!

Segue abaixo um artigo postada hoje (17/03) no site “www.defesanet.com.br“, destacando que a saída do Raupp do ministério deixa a Área Espacial 'Perdida no Espaço'.

Duda Falcão

COBERTURA ESPECIAL - ESPECIAL ESPAÇO - TECNOLOGIA

Saída de Raupp Deixa a
Área Espacial Perdida no Espaço

Saída de Raupp se deu por ‘despolitizar’ o setor científico do governo

Júlio Ottoboni
17 de Março, 2014 - 13:00 ( Brasília )

Foto: Planalto 17/03/2014
Presidenta Dilma Rousseff cumprimenta o novo Ministro de Estado
da Ciência, Tecnologia e Inovação, Clelio Campolina Diniz, sendo
observados por Marco Antonio Raupp, durante cerimônia de posse
de novos Ministros no Palácio do Planalto.

A saída do ministro de ciência, tecnologia e inovação, Marco Antonio Raupp, um dos quadros históricos do PMDB - apesar da divulgação que seu ingresso na pasta teria se dado por escolha da presidente Dilma Rousseff - colocou os institutos e empresas ligados ao segmento espacial em compasso de espera. Entretanto a surpresa com o desligamento foi menor que a esperada. Raupp estava sob pressão para apresentar resultados mesmo numa área totalmente desmantelada pela ingerência de políticos e cortes orçamentários.

Os especialistas escutados pelo DefesaNet apontam algumas questões como fundamentais para a mudança no ministério. Raupp teria dado um caráter técnico a pasta, inclusive acabando com a dinastia de políticas leigos a frente da Agência Espacial Brasileira (AEB), empossando José Raymundo Coelho e uma equipe de assessores oriunda de institutos científicos. Isso teria irritado em demasia setores do próprio PT e também do PSB, que costumeiramente frequentava a presidência da entidade.

Ele também foi responsabilizado pelo fracasso no lançamento do CBERS 3, perdido pelo lançador Longa Marcha 4, um foguete chinês com alto grau de eficiência. O atraso de quase uma década no lançamento do satélite de sensoriamento remoto se deu por diversos motivos, entre eles a retirada de sua peça orçamentária ainda no governo Lula para a missão do astronauta Marcos Pontes na Estação Espacial Internacional. Outro problema foi à perda de componentes de sistemas do CBERS devido ao longo tempo de espera.

A intenção do governo era acabar com o apagão de imagens sobre a Amazônia, que tem dificultado um melhor monitoramento do desmatamento, além de ter algo positivo no setor espacial para comemorar e divulgar junto ao marketing do governo federal. O CBERS 4 está para ser lançado em dezembro deste ano, exatamente quando completar um ano da perda do modelo 3.

A aproximação de novos parceiros no setor espacial, como a Rússia e a Ucrânia minguaram de vez, principalmente agora com o conflito entre as duas nações. O Brasil que era visto como um parceiro de grande interesse comercial passou a figurar apenas como uma promessa no setor. Peças orçamentárias falhas, prioridades definidas por estratégias para visibilidade ao governo federal e embates com servidores federais, além de problemas sem solução.

O Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) passou a ser duramente questionado nos bastidores do congresso nacional. Com a expulsão do Brasil do programa da Estação Espacial Internacional, o distanciamento da Nasa e da Agência Espacial Europeia (ESA), a perspectiva do governo Dilma era retomar os projetos espaciais com uma grande dose de ufanismo e independência. Para isso foi escolhido o então diretor do Parque Tecnológico Riugi Kojima, de São José dos Campos, e ex-diretor geral do INPE e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

O comendador Marco Antonio Raupp era dado como a solução definitiva desses problemas e não mais um tecnocrata sem jogo de cintura para atender as crescentes demandas de aliados políticos e a rede de intrigas e interesses que circunda os ministérios. A cada falha, os pilares de sustentação do ministro ficavam mais frágeis. Até mesmo o anúncio do lançamento de uma satélite da Bolívia acabou abalando ainda mais seu prestígio dentro do governo federal. O uso da jato da FAB para vir de Brasília para São José dos Campos, no carnaval, foi a desculpa que faltava para antecipar a dispensa iminente.

Gaúcho de Cachoeira do Sul, de temperamento forte, personalista e muito centralizador, Raupp também esteve a frente da AEB. Conhecia bem os bastidores do meio acadêmico e científico, porém imaginava ter vida mais fácil em Brasília, mesmo sabendo dos enormes problemas que o aguardava.

Entre eles, a empresa Cyclone, uma parceria com a Ucrânia para construir, lançar foguetes a partir da base de Alcântara (MA). Essa empresa binacional tem sido um sumidouro de recursos sem resultados práticos. Um triste passivo criado para abrigar o político e ex-ministro da pasta, Roberto Amaral, atualmente desligado a companhia e compensado de maneira generosíssima pelo governo.

A transferência de tecnologia pela Cyclone para o programa do VLS nacional ainda é uma incógnita e sua existência passou a gerar cobranças no meio político, pois a situação beira ao escândalo. Raupp teria ficado muito passivo diante da morosidade do processo, sem o nível de cobrança e de acompanhamento exigido pelas lideranças do governo.

Raupp retornará a residir em São José dos Campos e provavelmente assumirá o direção do Parque Tecnológico da cidade, que ele ajudou a elaborar e construir. Atualmente a vaga é do criticadíssimo pelo meio empresarial e ex-vice presidente de relações institucionais da EMBRAER, Horário Forjaz. O salário na faixa dos R$ 30 mil, maior que do próprio ministério e até da Presidência da República, além de uma série de benefícios diretos e indiretos, além de estar livre das pressões políticas,  é o melhor abrigo para Raupp e que ele espera logo ocupar.



Comentário: Caro Sr. Júlio Ottoboni, li atentamente o seu artigo e devo lhe dizer que concordo com alguns pontos, mas em grande parte discordo da visão apresentada pelo senhor que considero inclusive bastante ingênua. A começar pelo título do artigo, já que o PEB é um barco sem rumo, ou mesmo ‘Perdido no Espaço’ como dito pelo senhor, bem antes da chegada do Raupp na AEB, tendo inclusive piorado e muito sua situação desde que o Raupp assumiu a presidência da AEB e posteriormente o cargo de Ministro do MCTI. Em momento algum o Raupp foi catapultado para presidência da AEB e posteriormente para o cargo de ministro por simpatia da presidentA DILMA ROUSSEFF, por boas intenções da presidentA ou por questões técnicas e sim exclusivamente por questões políticas, afinal naquele momento fazia sentido colocar um técnico como o Raupp na presidência AEB e posteriormente no MCTI, onde ele poderia ser monitorado e controlado ao mesmo tempo que servia como uma espécie de apaga fogo no relacionamento com a comunidade científica do país. Um golpe de mestre abraçado por toda comunidade (inclusive pelo Blog com reservas, já que acreditávamos que pelo histórico do Raupp mesmo assim algo de positivo poderia surgir, caso o mesmo soubesse conduzir a sua passagem por ambos os órgãos), e que enquanto foi útil permaneceu no cargo, o resto é conversa fiada para boi dormir. Não quero com isso isentar de culpa o Raupp por ter piorado ainda mais o setor espacial do país, até porque ele pecou por omissão, por defender o indefensável, por hipocrisia e principalmente por idolatrar e jogar confetes em raposas que deveriam ser sim abatidas, ou seja, um 'inocente útil', deslumbrado com os bastidores de Brasília que se deixou levar e por isso tem culpa no cartório. Entretanto daí acreditar que o Raupp foi realmente responsabilizado pela perda do CBERS-3 e que esse foi um dos motivos de sua queda, é de uma ingenuidade sem precedentes, afinal mesmo um leigo sabe que o Raupp não teve culpa nenhuma (caso sejam realmente verdadeiros os fatos que forem divulgados sobre o acidente) e fatos como esses são comuns nas atividades espaciais. É claro que o Raupp não é inocente, tendo sua parcela de culpa pelos motivos já citados por mim, mas também é verdade que, como já disse em comentário anterior, o cargo de Ministro é um cargo de Gestor de Execução e não de Gestor de Mágica. Programa Espacial é caro e exige compromisso de todos envolvidos, principalmente daqueles que tomam as decisões sobre os caminhos a serem seguidos, que nesse caso é o Governo da presidentA DILMA ROUSSEFF. Em resumo Sr. Júlio Ottoboni, o Programa Espacial Brasileiro hoje não passa de uma simples piada porque em quase quatro anos de governo essa estúpida presidentA petista em momento algum demonstrou interesse pelo mesmo, prejudicando-o inclusive ano a ano, enquanto tentava colher frutos políticos gerados pela divulgação de fantasias relacionadas com os projetos do programa, além de apoiar irresponsavelmente e estupidamente (novamente por questões de interesse político) o acordo espacial com a Ucrânia, que é na verdade um completo desatino. As pessoas precisam parar de achar que o que movimenta a ações políticas nesse país podem ser explicadas somente pela incompetência ou pela ignorância, já que na verdade elas são também e principalmente motivadas por interesses de ordem política relacionadas com a luta pelo poder, e por interesses não tão nobres. Ninguém ou quase ninguém em qualquer nível de governo nesse país entra na politica com boas intenções, estejam certo disso. Portanto, ficar buscando explicações cada vez mais mirabolantes para explicar as ações de governos desastrosos como o atual, não ajuda em nada ao país, muito pelo contrário, só faz piorar ainda mais as coisas e facilitar ainda mais a vida desses energúmenos. Sr. Julio Ottoboni, o Raupp foi demitido simplesmente porque deixou de ser útil aos interesses do grupo da DILMA, ou então por questões politicas de ordem partidária, ponto, o resto é conversa fiada. 

Comentários

  1. " DEUS! SALVE O BRASIL !A NOSSA PREVISÃO, ESTÁ SE COMPRINDO, TRISTÊZA.......MUITA TRISTÊZA"

    Existe três coisas que não podem ser escondidos por muito tempo: A lua, o Sol e a corrupção que assola a nação. Nenhum obstáculo será tão grande se tua vontade de vencer nas URNAS, for maior. Errei com os meus votos no passado, mais o único homem que está isento de erros, é aquele que não arrisca a tentar novamente, nas mesmas urnas. Vocês, maus políticos! Podem enganar uma pessoa por muito tempo, algumas pessoas por algum tempo, mas não vai enganar toda a nação o tempo todo, Breve ! estará chegando a nossa vez!
    As necessidades do PEB e de muitos pesquisadores, sobrepõe-se as necessidades de poucos que não estão nem ai com que está acontecendo. CREIO! que existe um único DEUS salvador, as vezes este Deus acalma as tempestades que assolam a nossa pátria, as vezes ele acalma os marinheiros da população, que estão nadando sem rumo, outras, ele nos ensina a nadar no mar infestados de tubarões, sem violência e sem vandalismo. Como dizia Benjamim Franklim: " Quando as armas forem propriedade do governo e dos bandidos, estes decidirão de quem serão as outras propriedades".
    Não é triste mudar de ideias para se livrar do holocausto, triste é não ter ideias para mudar o que estar acontecendo, há um palmo de nossos narizes.
    Quem se omite, sentado tomando suco amargo , indiretamente se associa.
    O Brasil estaria salvo se os homens democráticos de verdade, tivessem a mesma ousadia dos CAMARADAS , e HERMANOS , que NÃO DEVERIAM TER NASCIDOS NO BRASIL. e sim no seio da KGB, ou quem sabe em CUBA.
    Em fim: Tudo o que é necessário para que o mal triunfe é a OMISSÃO dos homens de boa índole existentes neste BRASIL.
    O HOMEM LIVRE NA DEMOCRACIA, TEM O DEVER DE PERMANECER.......DE ENCONTRAR NA BUSCA, UMA SAÌDA COM SABEDORIA, A POSSIBILIDADE DE UM MEIO LÓGICO DA EXISTÊNCIA DE UMA POLÍTICA CERTA PARA FUTURA GERAÇÃO, E NÃO O QUE ELE ACHA QUE DEVERIA EXISTIR, POR MERA ESPECULAÇÃO.
    O Socialismo é a filosofia do fracasso, do egoísta, do prepotente, do arrogante, do autoritarista, a crença na ignorância, a pregação da inveja, do poder e da ditadura. Seu defeito inerente, é a distribuição igualitária da miséria e do poder entre si, entre os encubados , travestidos de ovelhas em peles de lobos, para abocanhar a qualquer momento, o povo humilde, na maioria IGNORANTE , que formam uma nação.

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