O Programa de Satélites da Tal 'Constelação Catarina' Precisará de Até R$ 40 milhões

Prezados leitores e leitoras do BS!
 
Lembram-se da já mencionada "Constelação Catarina"? Pois então, em 9 de maio, o portal 'NSC Total' divulgou uma matéria sobre este projeto, indicando que o mesmo consistirá em 13 nanossatélites, desenvolvidos com um investimento de até R$ 40 milhões.
 
Ora, isso é sério mesmo amigos e amigas? Vale relembrar aqui que o Centro Regional do Nordeste (CRN) do INPE, em Natal, estava (ou ainda está) trabalhando em um projeto semelhante chamado CONASAT (Constelação de Nanosatélites Ambientais), cujo estudo foi inicialmente aprovado em 2010. O assunto foi discutido até mesmo em uma entrevista realizada pelo BS em julho de 2014 com o Eng. Manoel Carvalho, Coordenador do Projeto (reveja aqui). No entanto, parece que todos os recursos investidos até agora neste importante projeto não renderam qualquer resultado. E agora, surge a proposta de uma constelação com 13 nanosatélites, mas desta vez conduzida por catarinenses? Foram 14 anos entusiastas brasileiros, em que recursos nacionais foram consumidos neste projeto sem resultado nenhum (pelo menos que se saiba), e agora esperam que acreditemos que nesta nova iniciativa será diferente?
 
De acordo com o comunicado do site, essa nova solução tecnológica para prever eventos climáticos no Brasil pode ser o Programa Constelação Catarina, consistindo em 13 nanossatélites. Lançado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação em 2021, o projeto está em desenvolvimento em Florianópolis, no Instituto Senai de Inovação em Sistemas Embarcados e na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
 
Mario Cezar de Aguiar, presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), que também é membro do conselho da Agência Aeroespacial Brasileira, mencionou a necessidade de investimento no projeto, especialmente após a catástrofe no Rio Grande do Sul. Ele destacou que este é o único projeto brasileiro com essa finalidade, de lançar uma série de nanossatélites para monitorar o Brasil e parte da América do Sul, fornecendo informações cruciais.
 
O programa, quando implementado, poderá fornecer informações climáticas e auxiliar na produção agrícola de precisão. Estas eram as metas do plano quando aprovado, com o apoio do deputado Daniel Freitas (PL-SC), que representou a bancada catarinense na Frente Parlamentar Mista do Programa Espacial Brasileiro.
 
O Instituto Senai de Sistemas Embarcados em Florianópolis, parte do Sistema Fiesc, está desempenhando um papel central no projeto. Segundo Aguiar, satélites tradicionais estão sendo substituídos por nanossatélites do tamanho de uma caixa de sapato, com dois em construção dos 13 que comporão a constelação. O orçamento previsto é de R$ 3,2 milhões, o que pode parecer modesto para a complexidade do projeto, mas Aguiar enfatiza que a tecnologia já é dominada pela equipe. O custo total do projeto está entre R$ 35 milhões e R$ 40 milhões, um valor que ele considera pequeno em comparação com os benefícios que proporcionará.
 
Inicialmente, o projeto tinha um orçamento previsto de R$ 5 milhões, provenientes de emendas de parlamentares catarinenses. No entanto, Aguiar destaca que o Brasil investe pouco em defesa em comparação com outros países, com um orçamento anual de apenas R$ 200 milhões para a Agência Aeroespacial Brasileira, enquanto a Argentina investe R$ 1 bilhão. Ele acredita que o Brasil também deve dominar a tecnologia de lançamento de foguetes.
 
Em 15 de abril de 2023, a Visiona, uma joint-venture entre a Embraer e a Telebras, lançou um nanossatélite desenvolvido com a participação do Instituto Senai de Sistemas Embarcados. Esse lançamento ocorreu nos Estados Unidos, pela SpaceX de Elon Musk, devido à falta de condições no Brasil. No entanto, o primeiro ano de operação do satélite, do tamanho de uma caixa de sapatos, alcançou os objetivos do projeto.
 
(Foto: Instituto Senai, Divulgação)
Imagem de nanossatélite desenvolvido pela Visiona com apoio de instituto Senai baseado em Florianópolis.
 
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Comentários

  1. Sobre essa constelação, olha o custo total do projeto, que sempre pode aumentar no Brasil, o que representa o chamado " custo Brasil ". Outra coisa é a reportagem que eu li no site original.Como a imprensa brasileira tem pouco ou nada de conhecimento de atividades espaciais,em 2 vezes a AEB é chamada de agência "aeroespacial", verba é confundida com orçamento, e que o Brasil investe pouco em defesa....200 milhões e Argentina 1 bilhão, gasto Militar é diferente de atividades espaciais e acredito que a Argentina nem investe esse valor anualmente, embora consiga bons resultados.

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  2. Brasil, que tal dar uma ida lá na ARGENTINA para aprender como "Gerenciar um Projeto de Satélites"?

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