Pesquisadores da 'Universidade do Alabama' Apresentam Nova Abordagem Para Tornar Viável a Tecnologia do Motor de Dobra

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[Imagem: Gerado por IA/Designer]
Nas viagens por dobras espaciais, não há necessidade de aceleração, pois é o próprio tecido do espaço-tempo que se dobra, permitindo que a nave se desloque através dessa manipulação sem a aplicação de forças de aceleração tradicionais.
 
No dia 10 de maio, o site Inovação Tecnológica divulgou que pesquisadores da Universidade do Alabama apresentaram uma potencial nova abordagem para tornar viável a tecnologia do motor de dobra, apesar do alto consumo energético que isso implicaria.
 
Os motores de dobra, imortalizados na ficção científica, ganharam notoriedade ao impulsionar as espaçonaves da série Jornadas nas Estrelas.
 
A teoria da relatividade de Einstein estabelece que nada pode superar a velocidade da luz. No entanto, ela não impõe limites à velocidade com que o tecido do espaço-tempo pode ser manipulado. A estratégia consiste em contrair o espaço-tempo à frente da nave e expandi-lo atrás dela - permitindo que a nave "surfe" pelo espaço-tempo sem aceleração.
 
Em 1994, o físico Miguel Alcubierre propôs um modelo de motor de dobra na vida real, mas exigia uma exótica "energia negativa". No entanto, essa energia é problemática, uma vez que nunca foi observada e contradiz propriedades conhecidas da matéria.
 
Desde então, outros pesquisadores argumentaram que a velocidade de dobra é mais viável do que se pensava inicialmente, surgindo propostas para construir motores de dobra sem violar as leis da física.
 
Agora, Jared Fuchs e sua equipe na Universidade do Alabama (EUA) identificaram uma nova abordagem para viabilizar a tecnologia de dobra.
 
Para manter-se em conformidade com a relatividade geral, introduziram o conceito de um "motor de dobra subluminal de velocidade constante", que permite viajar muito rápido sem ultrapassar a velocidade da luz.
 
[Imagem: Jared Fuchs et al. - 10.1088/1361-6382/ad26aa]
Em azul, representam-se a densidade de energia (positiva) da bolha de dobra de velocidade constante, enquanto em preto são delineadas as linhas de fluxo de momento da matéria dentro da bolha.
 
A grande vantagem é eliminar a necessidade da problemática energia negativa, substituindo-a por uma combinação sofisticada de técnicas gravitacionais para criar uma bolha de dobra na qual objetos podem ser transportados em alta velocidade, tudo dentro dos limites da física conhecida.
 
"Este estudo muda a conversa sobre motores de dobra," afirma Fuchs. "Ao apresentar um modelo inovador, demonstramos que os motores de dobra não pertencem apenas à ficção científica."
 
O que os pesquisadores chamam de "técnicas gravitacionais" incorpora aspectos das teorias estabelecidas e aspectos inovadores, gerados por uma ferramenta desenvolvida pela equipe, chamada "Fábrica de Dobra", que está sendo disponibilizada para outros pesquisadores por meio da Applied Physics, uma organização de pesquisa independente à qual a equipe está afiliada.
 
Embora complexa, essa matemática permite o transporte de objetos em velocidades altas, mas subluminais, através da manipulação dos espaços-tempos de dobra para que eles se comportem como matéria comum - uma solução inovadora.
 
"Embora esse projeto ainda demande uma quantidade considerável de energia, ele demonstra que os efeitos de deformação podem ser alcançados sem a necessidade de formas exóticas de matéria," explica Christopher Helmerich, membro da equipe. "Essas descobertas abrem caminho para reduções futuras nos requisitos de energia do motor de dobra."
 
[Imagem: Applied Physics]
A Fábrica de Dobra é uma plataforma de código aberto projetada para modelar a física singular dos motores de dobra. A proposta é empregar ferramentas numéricas para alcançar uma perspectiva inovadora que possa viabilizar a exploração de soluções físicas inéditas.
 
Ao contrário dos passageiros em carros, aviões ou foguetes, os passageiros de uma nave impulsionada por um motor de dobra não sentiriam forças G. A solução proposta pela equipe demonstra que é possível construir tal nave utilizando matéria comum.
 
"Embora ainda não estejamos prontos para viagens interestelares, este avanço sinaliza uma nova era de possibilidades," declara Gianni Martire, presidente da Applied Physics. "Continuamos a fazer progressos constantes enquanto a humanidade se aventura na Era de Dobra."
 
A ideia é continuar avançando, refinando modelos e ferramentas, e colaborando entre disciplinas e instituições para transformar esse sonho outrora fantástico em realidade, propõe a equipe.
 
Saiba mais pelos links abaixo:
 
Autores: Jared Fuchs, Christopher Helmerich, Alexey Bobrick, Luke Sellers, Brandon Melcher, Gianni Martire
Revista: Classical and Quantum Gravity
 
Autores: Miguel Alcubierre, 11, Number 5
Revista: Classical and Quantum Gravity
 
Autores: Christopher Helmerich, Jared Fuchs, Alexey Bobrick, Luke Sellers, Brandon Melcher, Gianni Martire
Revista: Classical and Quantum Gravity
 
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