Novo Estudo Sobre Expansão do Universo Pode Mudar o Que Sabemos Sobre o Cosmos
Olá leitor!
Segue abaixo uma notícia postada ontem (13/04) no site “Canaltech”
destacando que Novo Estudo Sobre Expansão do Universo pode mudar o que
sabemos sobre o Cosmos.
Duda Falcão
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Novo Estudo Sobre Expansão do Universo Pode Mudar o Que
Sabemos Sobre o Cosmos
Por Daniele Cavalcante
Canaltech
Fonte: ESA
13 de Abril de 2020 às 16h53
Um dos pilares da cosmologia é que o universo é
isotrópico, ou seja, o mesmo em qualquer direção e lugar que olharmos. Só que
um novo estudo sugere outra coisa, e isso pode obrigar os astrônomos a reverem
suas compreensões sobre o cosmos. De acordo com a pesquisa, a taxa de expansão
do universo pode variar de um lugar para outro.
O universo se expande continuamente desde o Big Bang, a
um ritmo cada vez maior, e os pesquisadores usam algo chamado Constante de
Hubble para determinar a velocidade. Com equações baseadas na teoria geral da
relatividade de Einstein, eles concluíram que essa expansão é isotrópica,
conforme explica Konstantinos Migkas, principal autor do estudo.
Acontece que as observações de uma radiação chamada fundo
cósmico de micro-ondas (CMB), que é algo remanescente do Big Bang, dão aos
astrônomos e cosmologistas essa noção de que a expansão é isotrópica. Assim,
eles concluem que essa propriedade encontrada no universo primitivo também é
válida para o cosmos atual, quase 14 bilhões de anos depois. Mas pode ser que
essa conclusão não seja tão correta assim.
(Imagem: NASA/CXC/Univ. of Bonn/K. Migkas)
Quatro dos aglomerados de galáxias cujos dados foram
incluídos no novo estudo.
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Um dos fatores que tornam as coisas mais complicadas é o
fato de que a energia escura, que parece “girar as engrenagens” dessa expansão,
é algo importante para entender a evolução do universo nos últimos 4 bilhões de
anos - mas não podemos vê-la ou medi-la. Sem compreender corretamente a energia
escura, os astrofísicos podem acabar deixando escapar alguns detalhes.
“Portanto, supor que seja isotrópico é quase um salto de fé por enquanto”,
escreveu Migkas.
A nova pesquisa estudou 842 aglomerados de galáxias, as
maiores estruturas gravitacionais do universo, usando dados coletados por
telescópios espaciais. Eles calcularam a temperatura de cada aglomerado
analisando as emissões de raios-X dos enormes campos de gás quente que há
dentro deles. Com essas informações, estimaram a luminosidade inerente aos raios-X,
sem precisar considerar variáveis cosmológicas, como a taxa de expansão do
universo.
Então, os pesquisadores calcularam a luminosidade dos
raios-X para cada aglomerado com uma abordagem que exige levar em conta a
expansão do universo. Isso revelou taxas de expansão que não coincidem em todos
os lugares onde esses aglomerados estão localizados. “Conseguimos identificar
uma região que parece se expandir mais devagar que o resto do universo, e uma
que parece se expandir mais rápido!”, afirmou Migkas.
De acordo com Thomas Reiprich, coautor do estudo, a
equipe viu que “os aglomerados com as mesmas propriedades, com temperaturas
semelhantes, pareciam menos brilhantes do que o esperado em uma direção do céu
e mais brilhantes do que o esperado em outra direção. A diferença foi bastante
significativa, em torno de 30%. Essas diferenças não são aleatórias, mas têm um
padrão claro, dependendo da direção em que observamos no céu. ”
No entanto, nada ainda pode ser afirmado com muita
certeza. É que esse resultado pode ter outras explicações, como por exemplo
alguns dos aglomerados de galáxias sendo puxados gravitacionalmente por outros
aglomerados, dando a ilusão de uma taxa de expansão diferente. Mas o novo
estudo investiga grupos de até 5 bilhões de anos-luz de distância, e ainda não
podemos afirmar se em distâncias tão grandes esses “puxões” gravitacionais
podem alterar as forças de expansão dessa forma.
Seja como for, a equipe de pesquisa alerta que se essa
diferença na taxa de expansão for real, poderemos descobrir coisas inesperadas
sobre o universo. Por exemplo, talvez a própria energia escura varie de um
lugar para outro em todo o cosmos. Mas antes de repensar o modelo cosmológico
atual, será preciso novas observações para comprovar os resultados do novo
estudo.
Fonte: Site Canaltech -
https://canaltech.com.br
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