Telescópio Espacial Cheops da ESA Passa em Testes e Começará a Estudar Exoplanetas no Fim de Abril

Olá leitor!

Segue abaixo uma interessantíssima matéria postada dia (16/04) no site “Canaltech” destacando que o Telescópio Espacial Cheops da ESA passa em testes e começará a estudar exoplanetas no fim de abril. 

Duda Falcão

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Por Daniele Cavalcante
Canaltech
Fonte: ESA
17 de Abril de 2020 às 12h09 

Lançado em dezembro de 2019, o Cheops (sigla em inglês para Satélite de Caracterização de Exoplanetas), “abriu os olhos” no final de janeiro e, logo depois, registrou suas primeiras imagens das estrelas. Sua missão é pesquisar alguns dos mais de 4.000 mundos que já foram descobertos ao redor de estrelas que não sejam o Sol, descobrindo mais detalhes sobre eles.

De acordo com a ESA (a agência espacial europeia), o Cheops conseguiu superar as expectativas durante os seus quase três meses em órbita, período no qual o telescópio espacial se preparou para iniciar suas operações científicas de rotina. Até ao final de abril, ele iniciará suas pesquisas de fato, mas já obteve algumas observações promissoras de estrelas conhecidas que abrigam exoplanetas em suas órbitas.

Essas imagens de estrelas distantes foram propositalmente desfocadas para melhorar a precisão da medição, espalhando a luz por vários pixeis. E a precisão é fundamental, já que o objetivo aqui é obter detalhes de planetas já conhecidos, mas que outros instrumentos não foram capazes de analisá-los muito bem. Quanto maior a precisão, melhor será a análise da estrutura, formação e evolução desses mundos.

(Imagem: ESA/Airbus/CHEOPS Mission Consortium)
Imagem da estrela HD 88111 capturada pelo Cheops.

Para isso, o primeiro passo é descobrir o tamanho exato desses planetas, principalmente os menores. No entanto, o pequeno satélite de 1,5 m teve de passar por uma série de testes para provar que está apto para cumprir tal missão. A primeira série desses testes foi realizada com sucesso entre janeiro e fevereiro - a resposta do telescópio e do detector foi analisada pelos pesquisadores, no ambiente espacial real.

Em março, o Cheops se concentrou em algumas estrelas que já são velhas conhecidas, como parte de mais uma etapa da sequência de testes. Foram escolhidas estrelas estáveis e sem sinais de atividade para verificar a precisão e estabilidade do satélite. Uma vez que os cientistas já conhecem bem esses astros, ficaria fácil perceber qualquer erro que o Cheops pudesse cometer em suas observações.

Para medir essa estabilidade, o telescópio observa uma estrela durante horas à medida que ele próprio se move em sua órbita ao redor da Terra. Se a imagem da estrela permanece sempre dentro do mesmo grupo de pixels no detector, significa que está tudo funcionando como deveria. 



(Imagem: ESA/Airbus/CHEOPS Mission Consortium)
Dados obtidos pelo Cheops em sua primeira observação de um exoplaneta, o KELT-11b, que orbita a estrela amarela HD 93396.

O sucesso nesses testes significa que o Cheops alcançou a precisão fotométrica necessária, e pode ser comandado pela equipe na Terra conforme necessário para executar as suas observações científicas. Os sistemas funcionaram até melhor do que o esperado, de acordo com membros do time da ESA.

Durante as duas últimas semanas de testes, o telescópio observou duas estrelas que têm exoplanetas confirmados em suas órbitas, no momento em que esses mundos passavam à frente dos astros, bloqueando uma fração da luz emitida por esses “sóis” em nossa direção. É exatamente este o método usado para se descobrir exoplanetas (o chamado "método do trânsito") e, por isso, nessa etapa o Cheops precisou demonstrar ótima performance.

Um dos alvos era a HD 93396, uma estrela amarela subgigante localizada a 320 anos-luz de distância, um pouco mais fria e três vezes maior do que o nosso Sol. Em sua órbita, está o KELT-11b, um planeta gasoso inchado, cerca de 30% maior que Júpiter e que fica muito mais próximo de sua estrela do que Mercúrio fica do Sol.


Com as medições do Cheops, os cientistas conseguiram determinar com precisão o diâmetro do planeta - 181.600 km, com uma incerteza pouco abaixo de 4.300 km. “As medições feitas pelo Cheops são cinco vezes mais precisas do que aquelas realizadas a partir da Terra. Isto nos dá uma amostra do que podemos alcançar com Cheops nos próximos meses e anos,” disse Willy Benz, investigador principal da missão da ESA.

Agora, o satélite está migrando para suas operações científicas de rotina, que devem começar antes do final deste mês. Os cientistas começaram a observar alguns dos “primeiros alvos”, uma seleção de estrelas e sistemas planetários escolhidos para demostrar o que a missão é capaz de fazer.

Dentre os escolhidos, está um planeta do tipo “super-Terra quente” conhecido como 55 Cancri, que se encontra coberto por um oceano de lava. Também há o “Netuno quente” GJ 436b, que está perdendo a sua atmosfera. Com estes mundos impressionantes na mira do Cheops, podemos esperar por muitas novidades empolgantes a partir do mês que vem!


Fonte: Site Canaltech -  https://canaltech.com.br

Comentário:  Olha aí leitor, mais o gol da ESA.

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