Segundo Estudo Com Participação da UNESP o Nosso Sistema Solar Tem Uma População de Asteroides de Origem Interestelar
Olá leitor!
Segue abaixo uma interessante notícia postada ontem (24/04)
no site “Inovação Tecnológica” destacando que segundo um estudo de uma professora
portuguesa da UNESP, em Rio Claro (SP), em parceria com um pesquisador do
Observatório de Nice, na França, o nosso Sistema Solar tem uma
população de Asteroides de Origem Interestelar.
Duda Falcão
PLANTÃO
Sistema Solar Tem População de Asteroides de Origem Interestelar
Com informações da Agência Fapesp
24/04/2020
Imagem: Fathi Namouni et al. -
10.1093/mnras/staa712
As órbitas dos asteroides foram refeitas em direção ao
passado, mostrando que eles não se alinham com o disco de poeira original do
Sistema Solar.
|
Asteroides Interestelares
A descoberta do primeiro asteroide interestelar recém-chegado ao Sistema
Solar, o 'Oumuamua, virou notícia em 2017 não apenas pelo ineditismo do achado,
mas também porque seu formato estranho levantou suspeitas de que o 'Oumuamua poderia ser uma sonda alienígena.
Mas parece que asteroides vindos de outros sistemas
planetários são mais comuns do que se poderia imaginar: Uma dupla de astrônomos
sediada no Brasil liderou a identificação de nada menos do que 19 asteroides do
tipo Centauro de origem interestelar - os Centauros são objetos que orbitam o
Sol na região compreendida entre os planetas gigantes do Sistema Solar.
A descoberta foi feita por Maria Helena Moreira Morais,
uma portuguesa atualmente professora da Universidade Estadual Paulista (Unesp),
em Rio Claro, e Fathi Namouni, pesquisador do Observatório de Nice, na França.
"O Sistema Solar formou-se há 4,5 bilhões de anos em
um berçário de estrelas, com os seus sistemas de planetas e asteroides. A
proximidade entre as estrelas favorecia fortes interações gravitacionais que
levavam à troca de material entre os sistemas. Assim, alguns objetos atualmente
no Sistema Solar devem ter-se formado em torno de outras estrelas. No entanto,
até recentemente, não tinha sido possível distinguir os objetos interestelares
capturados daqueles formados em torno do próprio Sol. A primeira identificação
foi feita por nós em 2018," disse Maria Helena.
A primeira identificação citada pela astrônoma refere-se
à descoberta de um asteroide interestelar que habita o Sistema
Solar há bilhões de anos - observe que é outra "primeira
descoberta" porque isso é diferente do 'Oumuamua, também um asteroide
interestelar, mas que está apenas de passagem.
O nome Ka-epaoka-awela significa, em língua havaiana,
"O travesso de Júpiter", porque esse asteroide se mantém sempre
próximo de Júpiter, mas orbitando o Sol no sentido oposto ao dos planetas - a
chamada órbita
retrógrada. "Quando o identificamos como um objeto originado fora do
Sistema Solar, não sabíamos se ele era um caso isolado ou membro de uma vasta
população de asteroides imigrantes. No estudo mais recente, reconhecemos 19
Centauros de origem interestelar," afirmou a pesquisadora.
Imagem: NASA
Essa população de asteroides de origem interestelar, ou
asteroides extrassolares, habita o Sistema Solar há bilhões de anos.
|
Órbitas Perpendiculares
Assim como o Ka-epaoka-awela, os Centauros identificados
na pesquisa têm órbitas muito inclinadas em relação ao plano orbital dos
planetas.
"Para investigar a origem desses objetos, construímos
uma simulação computacional que funciona como máquina do tempo, fazendo
retroceder suas trajetórias até 4,5 bilhões de anos no passado. Essa simulação
permitiu-nos identificar onde esses objetos se encontravam naquela época,"
explica Maria Helena.
Acredita-se que os planetas e asteroides originados no
próprio Sistema Solar formaram-se a partir de um fino disco de gás e poeira que
orbitava o Sol. Por essa razão, todos eles se moviam no plano do disco há 4,5
bilhões de anos. Se os Centauros em questão tivessem se originado no Sistema
Solar, eles também deveriam mover-se no plano do disco naquela época.
"No entanto, nossa simulação mostrou que, há 4,5
bilhões de anos, esses objetos giravam em torno do Sol em órbitas
perpendiculares ao plano do disco. E o faziam em uma região afastada dos
efeitos gravitacionais do disco original," informa a pesquisadora.
Essas duas observações mostram que esses Centauros não
pertenciam originalmente ao Sistema Solar e devem ter sido capturados de
estrelas próximas durante a fase de formação planetária.
Bibliografia:
Artigo: An interstellar origin for high-inclination
Centaurs
Autores: Fathi Namouni, Maria Helena Moreira Morais
Revista: Monthly Notices of the Royal Astronomical
Society
Vol.: 494, Issue 2, Pages 2191-2199
DOI: 10.1093/mnras/staa712
Fonte: Site Inovação Tecnológica - https://www.inovacaotecnologica.com.br
Comentário:Olha aí a UNESP novamente se destacando na Astronomia, pois é.
Comentários
Postar um comentário